A Fictor Holding Financeira oficializou ao Banco Central o pedido de aquisição do Banco
Master S.A., em uma operação que prevê um aporte inicial de R$ 3 bilhões. O movimento
marca o avanço de uma das transações mais relevantes entre instituições financeiras de
porte médio neste ano e sinaliza a entrada de um novo grupo privado no setor bancário
nacional.
A proposta, agora em avaliação pelos órgãos reguladores, envolve mudanças estruturais na
governança, nova composição da diretoria estatutária e reorganização do conselho de
administração. Caso aprovada, a instituição deverá adotar o nome Banco Fictor, alinhando
a marca ao futuro controlador.
Aporte bilionário reforça confiança no Banco Master e seus ativos
O investimento anunciado é considerado expressivo para o segmento e reforça a leitura de
que o Master preserva valor estratégico mesmo após meses de volatilidade no noticiário.
Para analistas de mercado, o interesse da Fictor indica que a instituição continua sendo
vista como um ativo com potencial de expansão — especialmente por sua capilaridade,
carteira diversificada e presença consolidada em crédito e investimentos.
A chegada de investidores estrangeiros, incluindo capital dos Emirados Árabes Unidos,
adiciona peso adicional à operação. Um dos participantes do consórcio administra mais de
US$ 100 bilhões em ativos globalmente, o que aumenta a credibilidade e amplia a
capacidade de injeção futura de recursos.
Transições após período de instabilidade
O processo de venda ocorre dois meses após o Banco Central barrar a transação entre o
Master e o Banco de Brasília (BRB). Desde então, a instituição buscou alternativas no
mercado privado, atraindo rapidamente grupos interessados. A resiliência demonstrada
durante esse período — mantendo operações, liquidez e atendimento — é citada por
agentes financeiros como um dos fatores que contribuíram para o avanço da nova proposta.
Com a aquisição, o fundador Daniel Vorcaro deixa o controle acionário para se dedicar à
sua holding patrimonial. Em sua gestão, o banco ampliou presença nacional, diversificou
produtos e atraiu investidores internacionais, posicionando-se entre as instituições
independentes de maior relevância no país.
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Nova liderança e reestruturação operacional
A Fictor propôs a eleição de Antônio Oliveira Neto como novo presidente da instituição
após o cumprimento das etapas regulatórias. Com mais de 25 anos de experiência e
passagens por JP Morgan, Santander e HSBC, o executivo é visto como um nome capaz de
conduzir a transição e fortalecer a governança no novo ciclo.
Além da troca de comando, a operação prevê ajustes operacionais e estratégicos, sem
alterações bruscas para clientes no curto prazo. A avaliação no mercado é de que a
integração entre a expertise do Master e a estrutura de expansão da Fictor poderá gerar um
banco mais competitivo, com atuação reforçada em segmentos de nicho e produtos
especializados.
Impacto no setor
A aquisição representa mais um movimento de diversificação do sistema financeiro
brasileiro, ampliando o espaço de capital privado e adicionando novos competidores ao
ambiente bancário. Em um mercado tradicionalmente concentrado, a chegada de grupos de
participações tende a estimular a concorrência, ampliar oferta de crédito e gerar alternativas
fora dos grandes conglomerados.
O processo agora depende da análise do Banco Central e do Cade, que avaliarão estrutura,
governança e impacto concorrencial da operação. Enquanto isso, o mercado acompanha as
tratativas e calcula o potencial de reposicionamento da instituição.
Com um aporte bilionário e uma nova estrutura de controle, o Master inicia uma página
inédita de sua trajetória — marcada pela combinação entre estabilidade operacional,
interesse de capital privado e uma estratégia de expansão que se alinha ao novo ciclo do
setor financeiro brasileiro.
