terça, 19 de março de 2024
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Em meio a riscos fiscais, Ibovespa recua 1,3%; dólar se desvaloriza em 0,7%, a R$ 5,62

Veja os principais fatores que influenciam os mercados nesta sexta-feira (22)

22 outubro 2021 - 17h30Por Redação SpaceMoney

O Ibovespa, principal índice acionário da B3, a bolsa brasileira, operou em queda nesta sexta-feira (22), enquanto investidores aguardam novas sinalizações sobre a situação fiscal do país em torno do novo benefício social Auxílio Brasil, dos precatórios e do possível Auxílio Diesel. O ritmo da queda diminuiu depois que o ministro Paulo Guedes afastou os rumores de sua saída do Ministério da Economia.

No encerramento dos negócios, as perdas do Ibovespa eram de 1,31%, aos 106.324 pontos.

O dólar registrou desvalorização de 0,71%, cotado a R$ 5,627.

Veja os fatores que influenciam os mercados hoje:

Mercados internacionais

Ásia (encerrados) 
Nikkei 225 (Jap): 0,34% ↑                                                                                                          
Shanghai Composite (Chi): 0,34% ↓                                                                                                                                                                                                                           
Europa (encerrados)
DAX 30 (Ale): 0,53% ↑                                                                                                                                                                                  
FTSE 100 (Ing): 0,20% ↑                                                                                                             
CAC 40 (Fra): 0,81% ↑                                                                      

EUA (encerrados)

Dow Jones: 0,21% ↑

S&P 500: 0,11% ↓

Nasdaq 100: 0,87% ↓

Debandada em meio a rumores sobre descontrole fiscal

Os recentes movimentos do governo para ampliar os gastos, apesar do teto, fez com que parte da equipe econômica pedisse demissão. O secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, e os seus adjuntos, Gildenora Dantas e Rafael Araujo, deixaram seus cargos, insatisfeitos com a política econômica.

Anúncios recentes apontam que a administração de Jair Bolsonaro pretende gastar entre R$ 83 bilhões e R$ 95 bilhões fora do teto de gastos em 2022, ano eleitoral, além dos R$ 15 bilhões extras previstos para este ano.

Esses valores seriam usados para viabilizar o Auxílio Brasil, o novo Bolsa Família, em parcelas de R$ 400 e para pagar um “Auxílio Diesel” a 750 mil caminhoneiros autônomos que ameaçavam uma paralisação.

A compra antecipada de vacinas e emendas parlamentares também foram beneficiadas.

Outro elemento que teria levado os funcionários a pedir demissão foi a possibilidade do governo tentar mudar o indexador da regra do teto de gastos para viabilizar o Auxílio Brasil.

Para Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, “é a sinalização de que o governo, de fato, perdeu a capacidade de resposta de equilíbrio fiscal”, disse, em entrevista dada ao Valor Econômico.

Outra saída foi a do então secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia (MME), José Mauro Ferreira Coelho. Ele estava no MME desde janeiro de 2020.

Caminhoneiros 

A Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), que reúne categoria de caminhoneiros no País, criticou o anúncio de ajuda do governo federal para compensar o aumento do preço do diesel.

"Os caminhoneiros autônomos brasileiros não querem esmolas. Auxílio no valor de R$ 400 não supre em nada as necessidades e demandas da categoria", destaca a nota assinada pelo presidente do órgão, Wallace Landim "Chorão".

PEC dos Precatórios 

A comissão especial que analisa a PEC dos precatórios concluiu na noite de quinta-feira, 21, a votação do texto, que adia o pagamento de parte das dívidas judiciais do governo e altera a regra de correção do teto de gastos.

Combinadas, as mudanças vão abrir R$ 83,6 bilhões no teto em 2022.

Banco Central

O Brasil registrou um déficit em transações correntes de US$ 1,699 bilhão em setembro, com o rombo em doze meses a 1,30% do Produto Interno Bruto (PIB), divulgou o Banco Central.

Os investimentos diretos no país (IDP) alcançaram US$ 4,495 bilhões, abaixo de expectativa no mercado de US$ 5 bilhões.

Para o mês de outubro, o BC projetou déficit em transações correntes de US$ 4,2 bilhões e IDP de US$ 4 bilhões.

Informe corporativo

MRV (SA:MRVE3) - O conselho de administração da MRV aprovou a 20ª emissão de debêntures da companhia, no valor total de R$ 700 milhões, dividido em até duas séries.

Os títulos serão simples, não conversíveis e não permutáveis em ações.

A remuneração se dará pelos juros correspondentes a 100% dos DI, acrescidos de taxa de até 1,39% ao ano para a primeira série e até 1,64% para a segunda. O pagamento ocorrerá semestralmente.

3R Petroleum (SA:RRRP3) - A 3R Petroleum confirmou que pretende realizar uma oferta pública subsequente de ações (follow on) com esforços restritos de distribuição primária.

O valor, segundo o comunicado, ainda está em estudo e com data de lançamento a ser definida.

Neoenergia (SA:NEOE3) - A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou nesta quinta-feira revisão tarifária periódica da Neoenergia Brasília, com efeito médio para o consumidor de alta de 11,1% a partir de sexta-feira.

Balanços 

A temporada de balanços do terceiro trimestre começa nesta sexta-feira (22), com a divulgação dos resultados da Hypera (HYPE3) para o período. A companhia reporta seus números depois do fechamento dos mercados. 

Já nos EUA, a Intel (NASDAQ:INTC) registrou lucro líquido de US$ 6,8 bilhões no terceiro trimestre, alta de 60% ante o resultado de igual período do ano passado.

O lucro líquido por ação avançou a US$ 1,67, avanço anual de 64%, ante expectativa de US$ 1,11 dos analistas consultados pelo FactSet.

EUA

A confusão continua a reinar sobre como o Partido Democrata pretende financiar suas promessas de gastos.

Vários relatórios sugeriram que o governo Biden abandonou seus planos de aumentar a alíquota do imposto de renda corporativo de 21% para 28%, uma de suas principais promessas eleitorais, após obstinada resistência de senadores democratas de centro.

No entanto, o Politico e a Bloomberg informaram que Kyrsten Sinema, uma dos senadores que rejeitou essa proposta, ainda está aberta a outras medidas que financiariam um aumento geral nos gastos de US$ 2 trilhões em dez anos.

Eles não forneceram detalhes de quais medidas ela estava preparada para apoiar, mas observaram que os detalhes sobre ganhos de ações não realizados e recompras de ações corporativas estavam em discussão.

Europa

O crescimento da atividade de negócios na zona do euro desacelerou neste mês, uma vez que as empresas enfrentaram custos crescentes devido a restrições das cadeias de suprimentos, enquanto a indústria de serviços, dominante no bloco, teve dificuldades em meio a preocupações contínuas com a Covid-19, mostrou uma pesquisa nesta sexta-feira.

A leitura preliminar do índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto da IHS Markit caiu para uma mínima em seis meses de 54,3 em outubro, de 56,2 em setembro.

China

Segundo uma fonte à Reuters, o China Evergrande Group (HK:3333) (OTC:EGRNY) parece ter evitado a inadimplência com um pagamento de cupom de bônus de última hora.

A segunda maior incorporadora imobiliária da China teria enviado US$ 83,5 milhões para uma conta fiduciária do Citibank na quinta-feira, o que permitiu à empresa pagar juros sobre um título denominado em dólares norte-americanos com vencimento para amanhã (23).

Covid-19

O Brasil registrou 16.853 casos de Covid-19 e 451 mortes causadas pela doença em 24 horas, segundo o boletim da situação epidemiológica divulgado na última quinta-feira (21) pelo Ministério da Saúde.

Com os novos diagnósticos de Covid-19 confirmados, o total de pessoas contaminadas desde o início da pandemia chegou a 21.697.341.

Com os novos óbitos, a soma de pessoas que perderam a vida para a doença alcançou 604.679.

No total, até o início da noite desta quinta-feira (21) o sistema do Ministério da Saúde marcava a aplicação de 263,8 milhões de doses no Brasil, sendo 151,9 milhões da primeira dose e 111,8 milhões da segunda dose e dose única.

Foram aplicadas 4,4 milhões de doses de reforço.

No total, foram distribuídas 320 milhões de doses a estados e municípios.

Com informações de Agência Brasil, Agência CâmaraAgência SenadoInvesting.com e Reuters.

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