Nesta quarta-feira (3), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a taxa básica de juros, a Selic, em 13,75% ao ano.
O consenso de mercado já tinha expectativas sobre a manutenção da taxa neste patamar. O que muda para os seus investimentos?
Renda fixa
Milena Araujo, especialista em investimentos na Nexgen Capital, afirmou que, na renda fixa, o mercado já precifica um possível corte de juros no final deste ano.
Nesse sentido, ela afirmou que no último mês houve um fechamento da curva de juros futuros. "Tanto em títulos pré-fixados, como em títulos pós-fixados, vimos uma queda do rendimento de 14% para 12% em 24 meses", pontua.
Esse movimento, de acordo com ela, também está acontecendo nos títulos atrelados à inflação.
Diante desse cenário que permanece com a taxa de juros em 13,75% ao ano, Andressa Bergamo, sócia-fundadora da AVG Capital, acredita que diversificar e mesclar os papéis na carteira é fundamental e comenta que os pré-fixados podem ser uma opção excelente para o momento atual, tendo em vista uma possível queda nos juros.
Para Guilherme Lamonica, especialista em investimentos e sócio da Matriz Capital, comenta sobre a possibilidade de investimentos em ativos livres do imposto de renda, como as LCIs, LCAs, debêntures incentivadas, CRIs e CRAs.
"Para investidores que possuem um perfil de investimento conservador ou moderado e que não tenham a necessidade de disponibilidade dos recursos que serão aplicados nestes produtos, esses ativos são ótimas recomendações. Não só por conta da isenção do IR, mas também por serem investimentos que costumam ser seguros e que rendem acima das convencionais poupanças, por exemplo", afirma.
Renda variável
Para a renda variável, Araujo pontuou que o patamar atual da Selic não é saudável para as empresas de capital aberto de modo geral. Isso porque os juros impactam diretamente no endividamento e no resultado financeiro das companhias.
André Fernandes, sócio da A7 Capital, afirma que a decisão pode trazer ainda mais impactos negativos tendo em vista o alto custo do crédito para as empresas de uma forma geral.
Com esse patamar da Selic, Rodrigo Cohen, analista de investimentos e co-fundador da Escola de Investimentos, afirma que a fica para o investidor é diversificar e não colocar todos os ovos na mesma cesta.
"Em momentos em que a bolsa está caindo, o ideal é ficar de fora e esperar. Ou ficar fora da bolsa e migrar para ativos conservadores ou permanecer na bolsa sabendo que pode até cair, mas que o mercado pode se recuperar e subir de novo” explica.