A Inteligência Artificial (IA) tem sido aplicada no dia a dia por diversas empresas através de ferramentas facilitadoras como assistente virtual, aplicativos de organização, reconhecimento facial, entre outros dispositivos.
Em meio ao movimento, a Nvidia (B3:NVDC34), maior companhia de semicondutores do mundo e responsável pelos processadores que fazem funcionar o sistema do ChatGPT, já avisou que deixará de ser uma companhia focada em gráficos para se concentrar em IA.
O CEO da companhia, Jensen Huang, declarou que o foco agora será neste segmento. Apesar das falas recentes, Matheus Popst, sócio da Arbor Capital, ressalta que a companhia já está há anos neste mercado.
“Desde 2020 que o Data Center é o maior segmento da Nvidia, que é basicamente vender GPUs (unidades de processamento gráfico) para empresas usarem para treinar modelos de IA”, explica.
Para Thiago Guedes, diretor de Desenvolvimento de Negócios da Bridgewise no Brasil, a gigante de tecnologia acertou em produzir componentes para empresas que produzem IA.
“Focando neste nicho, a companhia acaba largando na frente da concorrência. Quando se fala em Inteligência Artificial, se fala em Nvidia”, destaca o diretor.
Agora, a companhia pode deixar de ser uma concorrente direta da Intel e TSMC, passando a competir ao lado de Big Techs como Amazon (B3:AMZO34) e Alphabet (B3:GOGL34).
Outros principais nomes do setor são Microsoft (B3:MSFT34), Meta (B3:META34), Apple (B3:AAPL34) e Tesla (B3:TSLA34).
Como investir em IA?
Em 2023, a Nvidia já subiu mais de 170% na Bolsa de Nasdaq, o que reflete ganhos de capital com as vendas de produtos voltados para IA, entre outros fatores.
No Brasil, o investidor pode se expor a ações de tecnologia através de seus respectivos BDRs (Brazilian Depositary Receipts) na Bolsa.
A Arbor Capital acredita que parte substancial do valor de inteligência artificial nos investimentos será captada por incumbentes como Google, Meta, Oracle (B3:ORCL34) e Microsoft.
“Parece que até aqui as empresas estabelecidas estão conseguindo adotar IA de maneira impressionantemente rápidas, deixando pouco espaço para disruptores. Não significa que não irão surgir produtos e serviços novos, mas eles provavelmente farão coisas que não existem hoje. Além disso, acreditamos ser improvável que isso não gere ganhos de produtividade através de toda a economia”, pontua Popst.
Regulação de IA no Brasil
A regulamentação sobre o uso de Inteligência Artificial no Brasil ainda não é clara, no entanto, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), pretende colocar como prioridade em 2024 a votação de uma proposta que trate do tema, segundo informações do site O Antagonista.
Em 2021, os deputados aprovaram um marco legal da inteligência artificial, mas a matéria foi engavetada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Uma das principais preocupações do líder do Câmara está ligada ao uso de IA como estratégia de manipulação da verdade, que pode resultar nas chamadas fake news.
Isso porque existem diversos vídeos, imagens e até mesmo áudios manipulados através do uso da tecnologia circulando pelas redes sociais.
Para Lira, essa pode ser uma arma poderosa durante as campanhas para eleições municipais no próximo ano.