sábado, 27 de abril de 2024
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Inflação: como proteger meus investimentos da alta de preços em 2024

"Não há uma tendência de aceleração da inflação para os próximos meses e não se espera uma mudança na trajetória da política monetária do BC", destaca Volnei Eyng, CEO da Multiplike

26 fevereiro 2024 - 12h10Por Redação SpaceMoney
Risco fiscal influencia na queda da bolsa Risco fiscal influencia na queda da bolsa - Crédito: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Na próxima terça-feira (27), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vai divulgar o Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de fevereiro. As projeções do mercado financeiro apontam para um consenso de alta de 0,8%.

Volnei Eyng, CEO da Multiplike, pontua que, atualmente, a inflação converge para baixo, ou seja, a autoridade monetária tem conseguido controlar a elevação dos preços no País e deve atingir sua meta ao final deste ano.

O executivo lembra que, há quatro semanas, as projeções do semanal Boletim Focus para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) estava em 3,86%. Agora está em 3,81%, o que coloca o índice cada vez mais perto da meta estipulada pela autoridade monetária, de 3,25%, com intervalo de 1,5 p.p. para cima ou para baixo.

“O pior já ficou para trás em relação à inflação no Brasil”, diz Eyng. “O mercado está bastante confiante de que o país chega ao final de 2024 com inflação menor do que a de 2023”, acrescenta.

O cenário do primeiro trimestre de 2024 demonstra controle da inflação. “Entretanto, o investidor deve manter um olhar sobre a inflação americana, visto que esta tem se mantido mais resiliente e pode causar reflexos por aqui”, comenta.

“Ainda assim, caso a inflação americana force um repique da inflação por aqui, o governo brasileiro tem recursos ao seu alcance que pode usar para barrar esse reflexo, como a política de preço dos combustíveis, bem como a tributação”, destaca.

 

Projeções para o IPCA-15:

  • - Bradesco (BBDC4): +0,83%
  • - Itaú (ITUB4): +0,88%
  • - PicPay: +0,79%
  • - XP Investimentos: +0,84%;


 

O IPCA-15 de janeiro

Eyng relembra que, em janeiro, a prévia da inflação (IPCA-15) registrou 0,31%,  uma queda de 0,09 ponto percentual (p.p.) em relação a dezembro, quando o índice foi de 0,40%.

Nos últimos doze meses, o IPCA-15 apresentou uma variação de 4,47%, inferior aos 4,72% registrados no período anterior.

Em comparação com janeiro de 2023, quando o IPCA-15 foi de 0,55%, observa-se uma redução.

Na ocasião, o IBGE elencou que o aumento significativo de 1,53% no grupo de alimentação e bebidas teve um impacto expressivo no índice geral, e contribuiu com 0,32 p.p. para o resultado.

Esse comportamento foi impulsionado pelo aumento de 25,95% no preço da batata inglesa, que também foi responsável pelo maior impacto positivo individual no mês, e adicionou 0,05 p.p. ao índice.

Para o CEO, não há uma tendência de aceleração da inflação nos próximos meses e não se espera uma mudança na trajetória da política monetária

 

Onde buscar proteção?

Em relação à busca por proteção contra a inflação por parte do investidor, o CEO foi enfático ao afirmar que este deve concentrar boa parte de seu portfólio em títulos ligados à inflação, bem como ao Certificado de Depósito Interbancário (CDI).

Inclusive, Eyng lembra que, em janeiro, as vendas de títulos públicos para pessoas físicas pela internet atingiram R$ 3,649 bilhões, conforme divulgado pelo Tesouro Nacional na última sexta-feira (23).

“Esse valor representou um aumento de 13,00% em relação a dezembro, mas uma queda de 16,46% em comparação com janeiro do ano anterior”, informa.

Segundo ele, o recorde mensal histórico de vendas do Tesouro Direto foi registrado em março do ano passado, num total de R$ 6,842 bilhões.

“No mês passado, algumas instabilidades no mercado financeiro global reduziram o interesse de certos investidores”, pontuou.

Eyng relembra que os títulos mais procurados pelos investidores em janeiro foram os corrigidos pela Taxa Selic, que representaram 66,30% das vendas totais.

Os títulos indexados à inflação (IPCA) corresponderam a 20,30% do montante, enquanto os prefixados, com taxas fixas no momento da emissão, ficaram em 9,90%.

“Já o Tesouro Renda+, lançado no início de 2023 para financiar aposentadorias, contribuiu com 2,5% das vendas, enquanto o novo título Tesouro Educa+, criado em agosto do ano anterior para poupanças destinadas ao ensino superior, atraiu apenas 0,9% das vendas”, observou.

Por fim, frisa que o investidor deve alocar somente uma parte menor de seu capital em renda variável. “Neste caso, ele deve procurar por pechinchas na bolsa”, conclui.