quinta, 25 de abril de 2024
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Balanços do 3º trimestre prometem recuperação, mas nível pré-pandemia ainda está longe

14 outubro 2020 - 17h50Por Carolina Unzelte

A temporada de balanços do 3º trimestre começa nesta quinta-feira (15) e pode trazer os primeiros raios de luz no fim do túnel. Ao menos é o que esperam os analistas: depois de um segundo trimestre terrível, os números do período devem mostrar o início da recuperação para as empresas.

Isso porque o ritmo de retomada da economia brasileira como um todo tem sido mais rápido do que o dos seus pares emergentes, aponta Igor Cavaca, analista de investimentos da Warren. “Além disso, já começamos a ver resultados financeiros interessantes também nos EUA”, lembra. A temporada em terras norte-americanas já teve divulgações importantes, como do JP Morgan e Citigroup. 

Mas ainda estamos longe de números tranquilos. “Esperamos por sinais de recuperação, porém, nada comparado com o cenário antes da pandemia”, afirma Régis Chinchila, analista da Terra Investimentos, “Ainda há muito caminho a percorrer”. E o percurso depende de outras coisas além do coronavírus.

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As preocupações fiscais ganharam os holofotes, enquanto as agendas de reforma, necessárias para impulsionar a confiança do investidor no Brasil, ficaram em segundo plano. “Os níveis pré pandemia só devem ser atingidos novamente em 2022”, crê Cavaca. 

Destaques do 3º trimestre

Enquanto a retomada não chega forte, os investidores podem voltar os olhos para os setores que podem sair na frente dentro dos balanços do 3º trimestre. A construção civil é um deles, com números interessantes de vendas de imóveis mesmo durante a pandemia, com destaque positivo para Cyrela e MRV, aponta Chinchila. “Acreditamos que os números de vendas e lançamentos serão fortes, sendo beneficiados pelo maior crédito junto com a taxa de juros na mínima histórica”, completa.

As commodities também podem brilhar com a alta do dólar e as exportações. As mineradoras, com grande ligação com a China, são um destaque positivo. “A Vale, após o balanço do segundo trimestre, pagou dividendos e juros sobre capital próprio de pouco mais de R$ 2 por ação, atraindo olhares dos investidores”, comenta o analista da Terra. 
 “Há também uma expectativa muito forte sobre o varejo online, que teve resultados interessantes já no segundo trimestre”, lembra Igor Cavaca. Por outro lado, ainda sobram incertezas para o setor de turismo e os de mobilidade de pessoas. “Azul e Gol, em setembro, já reportaram melhora nas receitas”, diz. “Mas enquanto não houver vacina, vai haver dificuldade”.