
O cenário político e econômico no Brasil em 2026 já começa a ser traçado com a possibilidade de uma condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo Gabriel Barros, economista-chefe da ARX Investimentos, essa sucessão presidencial movimenta o mercado. Diante de uma possível condenação, Bolsonaro seria pressionado a escolher um sucessor com chances reais de vitória para manter seu capital político.
De acordo com Barros, dois nomes surgem como os mais competitivos para assumir o protagonismo da direita: Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, e Ratinho Júnior, governador do Paraná. Ambos partem com uma rejeição relativamente baixa e têm espaço para crescer nas pesquisas, contrastando com o desgaste de líderes históricos como Bolsonaro e Lula.
O favoritismo de Tarcísio e a ascensão de Ratinho Jr
Gabriel Barros destaca que Tarcísio de Freitas leva vantagem por já ter o apoio de partidos de centro, que são historicamente decisivos em eleições nacionais. Ele avalia que o governador de São Paulo já tem um caminho mais articulado. Já Ratinho Júnior, por sua vez, também tem potencial, mas dependerá de uma maior articulação política para alcançar um nível de competitividade semelhante ao de Tarcísio. A volatilidade no curto prazo é esperada, mas o economista aponta para uma tendência de mudança de governo no médio prazo.
Cenário fiscal e impacto nos mercados
Barros ressalta que o governo atual já implementou medidas de estímulo econômico com foco político, o que reforça a importância de acompanhar a política e a economia simultaneamente. A estratégia fiscal do governo tem sido de forte expansão desde o início do mandato. Em 2023, o governo aprovou a PEC da Transição, aumentando os gastos em cerca de 2% do PIB, criando uma base alta para futuras expansões. Em 2024, a expansão continuou com o pagamento de precatórios e gastos extraordinários.
Essa combinação de decisões políticas, eleição e estímulo fiscal deve manter a volatilidade nos mercados, mas Gabriel Barros vê um cenário de maior estabilidade no médio prazo, com a esperada mudança de governo e os ajustes fiscais subsequentes.
O olhar dos investidores sobre 2026
A movimentação política tende a impactar o diferencial de juros e o câmbio. Barros projeta que a Selic poderá cair dos atuais 15% para cerca de 12% no início de 2025, dependendo da composição do novo conselho do Banco Central e da trajetória dos juros nos Estados Unidos. Para o investidor, a combinação de queda da Selic com expansão fiscal reforça a necessidade de monitorar a política como um fator de risco e oportunidade. O acompanhamento de perto da sucessão presidencial é determinante para antecipar impactos na economia e nos mercados.
Segundo Fábio Murad, CEO da SpaceMoney e criador do método Super ETF, investir em ativos globais é uma forma de proteção contra a volatilidade interna. “A moeda fraca, os juros reais decrescentes e a carga tributária tornam o Brasil um país hostil para a acumulação de riqueza no longo prazo. A diferença entre investir no Brasil e investir globalmente é a diferença entre se defender da pobreza e construir riqueza de verdade”.
A estratégia de diversificação global, por meio de ETFs (Exchange Traded Funds), permite que o investidor se exponha a ativos de alta qualidade, liquidez global e proteção cambial, independentemente do cenário político local. O mercado americano, além de mais eficiente e transparente, oferece produtos acessíveis com melhor relação risco-retorno.
Em um período de incertezas como este, a exposição a moedas fortes e ativos internacionais torna-se uma necessidade para proteger o patrimônio. “Em um mundo onde é possível investir em dólar, com ativos de alta qualidade, liquidez global e proteção cambial, manter o foco exclusivo no CDI é uma escolha que limita severamente o potencial de crescimento financeiro”.