Quinta-feira (2)

Shutdown nos EUA, isenção do IR no Brasil e cenário econômico global em foco

Na quarta-feira (01), o dólar comercial fechou com variação de 0,2%, valendo R$5,3300, após ter começado o dia cotado a R$5,3177.

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Na quarta-feira (01), o dólar comercial fechou com variação de 0,2%, valendo R$5,3300, após ter começado o dia cotado a R$5,3177.
Na quarta-feira (01), o dólar comercial fechou com variação de 0,2%, valendo R$5,3300, após ter começado o dia cotado a R$5,3177.

Na quarta-feira (01), o dólar comercial fechou com variação de 0,2%, valendo R$5,3300, após ter começado o dia cotado a R$5,3177.

O dólar iniciou esta quinta-feira (02) cotado a R$5,3303.

Acompanhe nossa análise diária.

Confira a cotação do dólar em tempo real

Agenda de hoje – quinta, 02 de outubro de 2025

Exterior

  • 06h00 – Zona do Euro – Taxa de desemprego (ago)
  • 09h30 – EUA – Novos pedidos de seguro-desemprego (semanal)
  • 11h00 – EUA – Encomendas à indústria (ago)
  • 21h30 – Japão – Índice PMI composto (set)

Brasil

  • 05h00 – Fipe: Índice de preços ao consumidor (semanal)
  • 08h00 – FGV: Índice de preços capitais (set)
  • 11h00 – Fenabrave: Emplacamento de veículos (set)

Desempenho das moedas na sessão anterior

Na terça (30), o dólar comercial (compra) fechou com variação de 0,1%, cotado a R$5,3279, após ter começado o dia cotado a R$5,3219.

O que influencia o dólar hoje?

A quinta-feira traz uma combinação de fatores que mexem com os mercados. Nos Estados Unidos, a paralisação do governo continua pressionando indicadores e gerando revisões para baixo no crescimento. 

Na Europa, as bolsas avançam, mas a inflação ainda desafia o Banco Central Europeu. O Brasil vive um marco político com a aprovação da ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda, enquanto os investidores monitoram a reação do mercado e os próximos passos no Senado.

Também entram no radar os impactos sobre o PIB americano, as expectativas de política monetária e os desdobramentos fiscais no país.

A paralisação parcial do governo e os impactos no PIB dos EUA

A paralisação parcial do governo americano reacende preocupações com a economia. A suspensão da divulgação de dados oficiais prejudica a leitura de indicadores-chave, como o relatório de emprego, aumentando a incerteza. Além disso, a indefinição sobre como reabrir o governo mantém o mercado em compasso de espera.

Projeções da S&P Global apontam que o impasse pode reduzir o crescimento do PIB em até 0,2% no trimestre. Esse risco adiciona pressão em um contexto já marcado por desaceleração e juros elevados. Para os investidores, trata-se de mais um elemento de volatilidade em curto prazo.

O cenário reforça a importância das próximas reuniões do Federal Reserve. As falas de dirigentes do Fed mostram cautela, mas não descartam ajustes futuros. O shutdown, porém, pode comprometer justamente a leitura do quadro econômico necessária para guiar a política monetária.

Política monetária americana em revisão?

A indefinição fiscal nos EUA ocorre ao mesmo tempo em que o Fed enfrenta um dilema. A inflação ainda preocupa, mas há sinais de enfraquecimento na atividade. Austan Goolsbee, do Fed de Chicago, reconheceu que a falta de clareza sobre os dados pode forçar a autoridade monetária a adotar uma postura mais prudente.

A queda nos rendimentos dos Treasuries reflete esse ambiente. Investidores ainda consideram cortes de juros em 2025, embora sem consenso claro sobre o calendário. Essa expectativa vem se traduzindo em movimentos defensivos no mercado.

A política monetária americana é um dos vetores centrais para o fluxo de capitais globais. Qualquer sinalização do Fed tende a repercutir sobre moedas emergentes, inclusive o real, reforçando a necessidade de cautela dos agentes locais.

Enquanto isso a Europa continua às voltas com seus próprios problemas

Na Europa, os mercados mostram relativo otimismo. As bolsas avançam puxadas pelos setores de tecnologia, automotivo e farmacêutico. A confiança é alimentada pela expectativa de que a desaceleração econômica possa abrir espaço para algum alívio monetário em breve.

Na Zona do Euro, contudo, a taxa de desemprego subiu para 6,3% em agosto, após mínima histórica de 6,2% no mês anterior. O dado reforça os sinais de desaquecimento no mercado de trabalho europeu. Isso tende a aumentar a pressão sobre o BCE.

O desafio segue sendo o equilíbrio entre combater a inflação e sustentar a atividade. Para os investidores, a trajetória de juros no bloco europeu é hoje tão relevante quanto a do Fed, dada a integração dos mercados financeiros.

Por unanimidade (493 votos), isenção do IR é aprovada na Câmara dos Deputados

A Câmara dos Deputados aprovou a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para R$5 mil. A medida, promessa de campanha do presidente Lula, foi celebrada como histórica pelo governo e agora segue para o Senado.

Do ponto de vista político, a aprovação foi interpretada como sinal de responsabilidade do Congresso. O apoio majoritário demonstrado pela Câmara aumenta a probabilidade de que o texto avance sem grandes obstáculos.

Os investidores observam com atenção os efeitos fiscais da medida. A perda de arrecadação é relevante e pode exigir compensações em outras frentes. O mercado, no entanto, reagiu de forma neutra no curto prazo, aguardando detalhes sobre o financiamento da proposta.

Fiscal brasileiro no radar

O governo também busca reforçar sua posição frente às demandas do Tribunal de Contas da União, que cobra ajustes no centro da meta fiscal. A discussão sobre contingenciamento de recursos voltou à tona, reforçando a percepção de fragilidade nas contas públicas.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classifica o momento como de consolidação fiscal, mas reconhece a necessidade de medidas adicionais para conter o déficit. Essa tensão mantém o risco Brasil sob monitoramento.

A expectativa é que o Senado aprove a LDO nos próximos dias, definindo os parâmetros para 2026. A condução desse processo será determinante para o comportamento da curva de juros e da taxa de câmbio no curto prazo.