quinta, 25 de abril de 2024
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Weg (WEGE3) estende ganhos da véspera e dispara 4,5%; o que BTG e XP dizem sobre a ação?

Analistas revisaram a ação na última segunda-feira (20) com projeções mais otimistas para a empresa

21 junho 2022 - 13h18Por Redação SpaceMoney

Às 12:54, as ações de Weg (WEGE3) disparavam 4,56%, ao preço de R$ 25,21 cada. Na véspera (20), os papéis já tinham saltado 5,56% e encerraram o pregão cotados a R$ 24,10.

Veja as recentes recomendações de BTG e XP para a ação.

BTG

Embora cubra os papéis da companhia há anos, o banco nunca classificou as ações com recomendação de compra. Agora, analistas explicam que a crescente aversão ao risco em ações globais força investidores a buscar empresas defensivas em todo o mundo.

O mesmo acontece com a Weg (WEGE3). De acordo com o relatório, o mercado global vai continuar em queda, os níveis atuais de valuation da Weg (P/L em 2023 de 21,9x) e um modelo de negócios à prova de crise (ROIC histórico de 5 anos > 20%) dão suporte a revisão.

Com isso, a recomendação de compra foi acompanhada de uma nova projeção de R$ 40,00 para a ação ao fim deste ano - o que implica em um potencial de 75%.

O BTG afirma que o modelo de negócios da Weg traz:

(i) um ciclo perene de evolução dos produtos, verticalização da produção e aumento da competitividade;

(ii) flexibilidade do produto, pois os motores elétricos são aplicados em muitos processos industriais, e o sistema industrial da Weg minimiza a necessidade de capital;

(iii) a customização de fabricação dá à empresa exposição a diversas tendências duradouras do setor, como eficiência energética e mobilidade elétrica, e reforça seu comprometimento no tema ESG. 

Outras evidências corroboram a manutenção de crescimento e margens saudáveis, de acordo com o BTG:

(i) início de operações em outras regiões promissoras (por exemplo, Índia e Turquia) deve sustentar o crescimento contínuo no mercado externo; e

(ii) melhor utilização das plantas industriais (taxa de ocupação superior aos volumes pré-pandemia).

A principal razão para a antiga classificação neutra foi o prêmio exagerado da Weg em relação aos pares globais, diz o banco.

Depois de cair 28% no acumulado do ano, esse prêmio diminuiu para o mínimo do histórico de 5 anos, o que oferece um bom ponto de entrada.

“Quando pensamos em uma empresa para comprar e manter no longo prazo, independentemente do preço, geralmente pensamos na Weg - uma visão geralmente ofuscada por um valuation rico. Hoje, o valuation não é mais um problema para nós”, diz o BTG.

Os riscos de queda incluem:

(1) volatilidade significativa dos preços das commodities, que pode comprometer as margens até atingir o repasse total;

(2) escassez de equipe técnica e gerencial que atrasaria a expansão internacional; e

(3) uma deterioração contínua da produção industrial global, que leva a um cenário competitivo mais difícil.

Os riscos positivos incluem:

(1) um aumento mais rápido dos investimentos em instalações de produção, o que gera margens mais altas;

(2) ganhos significativos de participação de mercado, que compensam um cenário de crescimento global mais tímido; e

(3) expansão internacional contínua, seja por meio de acordos locais e de fusões e aquisições seletivas. 

XP

A XP recebeu alguns questionamentos de investidores que perguntam se agora seria um ponto de entrada atrativo para a ação – o que a corretora acredita ser.

Os analistas Lucas Laghi e Pedro Bruno escrevem, em relatório, que, embora uma contração dos múltiplos deva ser razoável após o aumento recente das taxas de juros para 13,25% a.a., não veem os níveis atuais de valuation refletir as fortes perspectivas de crescimento e spreads de retorno da Weg, com PEG (múltiplo P/L ajustado por crescimento) de 1,8x como atrativo, na visão deles, quando comparado às tendências recentes (múltiplo PEG atual implica espaço para múltiplos aumentarem ao ajustar o valuation por spreads de retorno).

A XP explica que vê o múltiplo P/L de valuation das empresas em função de dois fatores principais:

(i) crescimento dos lucros nos próximos anos; e

(ii) spreads de retorno (a diferença entre o retorno sobre o patrimônio líquido da empresa e seu custo de capital próprio).

Enquanto o custo do capital próprio também reflete fatores macroeconômicos relacionados ao ambiente de risco em que a empresa está imersa (como taxas de juros de longo prazo), o crescimento e os retornos aparecem como variáveis relacionadas aos fundamentos de uma empresa.

Em razão disso, a XP reitera sua visão positiva em relação à Weg e vê a empresa como um raro alinhamento de crescimento e retorno.

Analistas da XP estipularam o preço-alvo de R$ 45,00 por ação, o que implica em um potencial de valorização de aproximadamente 97% sobre os preços atuais, e reiteraram sua recomendação de compra.