O Santander Brasil anunciou que, a partir de novembro, empresas poderão adotar o Pix Automático para sua base de clientes.
A iniciativa visa oferecer uma solução prática para o pagamento de cobranças recorrentes e chega antes do prazo oficial estabelecido pelo Banco Central, que prevê a disponibilização do serviço para todos os bancos a partir de junho de 2025.
O Pix Automático é projetado para simplificar o processo de cobrança recorrente, beneficiando empresas de diversos setores.
Diferentemente do débito automático, que exige contratos bilaterais entre bancos e companhias, o novo serviço permite centralizar a operação em apenas uma instituição financeira, oferecendo maior flexibilidade às empresas.
“Queremos ser o banco de escolha das pessoas jurídicas, sem dúvida nenhuma”, afirmou Paulo Duailibi, diretor de produtos para pessoas jurídicas do Santander.
Ele explicou que a antecipação do lançamento do Pix Automático faz parte de uma estratégia para captar empresas antes que o serviço se torne intercambiável entre bancos em 2025, facilitando a migração de clientes corporativos para o Santander de maneira simples.
O lançamento oficial do Pix Automático para o público estava previsto inicialmente para 28 de outubro deste ano, mas foi adiado pelo Banco Central para 16 de junho de 2025.
Apesar disso, muitos bancos já estavam avançando no desenvolvimento de suas soluções, e o Banco do Brasil, por exemplo, já está testando o serviço em um piloto com alguns clientes.
Fidelização e diferencial competitivo
Paulo Duailibi explicou que, embora ainda não tenha uma previsão exata de impacto na receita, o lançamento do Pix Automático deverá mudar o perfil de clientes e empresas que buscam serviços financeiros mais práticos.
Ele também reconhece que as empresas tendem a não concentrar todas as suas operações em um único banco, mas o Santander tem mantido conversas com companhias e não vê risco de perda de participação no mercado de pagamentos.
“Vamos ter um ‘share’ importante nesse novo mercado. Eu não tenho a menor dúvida sobre isso. Mas, sim, haverá concorrência entre os bancos”, ponderou Duailibi, destacando que o Santander está trabalhando para oferecer diferenciais em parceria com as empresas que aderirem ao serviço.
Entre os benefícios do Pix Automático está a simplificação operacional para as empresas, além do repasse dos pagamentos dos clientes no mesmo dia (D+0), enquanto o modelo atual de cobrança, como o débito automático, costuma realizar o repasse apenas no dia seguinte (D+1).
Transparência sobre o Pix Automático para o cliente
Além de atrair empresas antes que a obrigatoriedade entre em vigor, o Santander está investindo em ações de educação para os seus clientes pessoa física, esclarecendo eventuais dúvidas sobre o Pix Automático.
A intenção é garantir que o cliente entenda que o débito automático continuará funcionando normalmente e que ele não precisará mudar de banco caso uma empresa parceira adote o serviço através de outra instituição.
“Quero deixar o cliente pessoa física tranquilo de que o débito automático dele vai ocorrer normalmente e que ele não precisa mudar de banco, por exemplo”, afirmou Duailibi.
Tarifa do Pix Automático e futuro do serviço
Quanto às tarifas para as empresas que utilizarem o Pix Automático, Duailibi disse que o banco ainda está avaliando as possibilidades.
No entanto, ele assegurou que, em um primeiro momento, quando o serviço estará disponível apenas para clientes dentro da rede Santander, “a princípio, nada muda”.
Segundo o executivo, o foco do banco neste momento é garantir a implementação da solução de forma simples e eficaz para que empresas e clientes comecem a usufruir dos benefícios do Pix Automático.
“O mais importante agora é colocar a solução no ar da maneira mais simples possível, para que os clientes pessoas jurídicas adotem de forma rápida e as pessoas físicas comecem a entender como funciona”, concluiu Duailibi.
O Santander continuará desenvolvendo a plataforma ao longo dos próximos meses, à medida que a expectativa é de um aumento significativo na adoção do Pix Automático até o meio de 2025, quando o Banco Central deve tornar o serviço interoperável entre os bancos