sexta, 26 de abril de 2024
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Santander (SANB11) acentua perdas um dia após balanço 1T22; veja o que o BTG pensa sobre a ação

Analistas avaliam que houve menor qualidade no conjunto de resultados

27 abril 2022 - 12h30Por Redação SpaceMoney

Por volta das 12:05 desta quarta-feira (27), as ações de Santander Brasil (SANB11) caíam 1,05%, ao preço de R$ 31,77 cada. O movimento acentuava as perdas dos papéis que já tinham encerrado em baixa de 4,79% no pregão anterior (26), após a divulgação do balanço do primeiro trimestre.

O BTG Pactual avalia que os resultados do banco vieram mais fracos que o esperado, apesar do lucro líquido gerencial de R$ 4 bilhões ter sido praticamente em linha com o consenso. Analistas avaliam que houve menor qualidade no conjunto de resultados.

As operações de crédito encolheram 1,6% T/T, ou 0,6% ex-variação cambial, devido a uma abordagem mais conservadora em relação à originação, em linha com a postura mais cautelosa do Santander em relação a seus pares.

Em termos contábeis, o total da margem financeira bruta ficou um pouco abaixo das projeções do BTG, com queda de 2% T/T, mas alta de 4% A/A.

A recuperação de créditos caiu 8% T/T e ficou praticamente em linha com as expectativas (apesar da venda da carteira baixada, que contribuiu com R$ 130 milhões em receita).

De olho para a margem com cliente gerencial, houve um grande salto de 13% T/T.

Por outro lado, os ganhos de tesouraria caíram 96% e ficaram próximos de zero, em “apenas” R$ 84 milhões (vs. R$ 1,9 bilhão no trimestre anterior e R$ 2,7 bilhões no mesmo período do ano passado), pressionados pela sensibilidade negativa a movimentos ascendentes da curva de juros.

Mas o BTG diz que o Santander fez outras reclassificações que dificultam a comparação adequada com as estimativas. Em outros lugares, as taxas (-7% T/T, -5% A/A e 3% abaixo das estimativas) foram impactadas por menores taxas de serviços de empréstimo e cobrança.

As provisões para perdas com empréstimos chegaram a R$ 4,9 bilhões no 1T.

O Santander também liberou R$ 800 milhões em “provisões excedentes” neste trimestre.

O índice de inadimplência de 90 dias subiu 20 bps T/T, para 2,9%, e se igualou aos níveis pré-pandemia de 2019.

A formação de inadimplência também aumentou trimestre a trimestre, impactada pela expansão da carteira de crédito renegociada devido à campanha de suporte ao cliente Desendivida e pelo aumento do saldo de inadimplência maior que o prazo de 90 dias, especialmente para indivíduos.

O índice de cobertura caiu sequencialmente para 215%.

Despesas administrativas menores ajudaram o opex a contrair 2,5% T/T, mas pressões inflacionárias mais fortes nas despesas de pessoal levaram a uma expansão de ~5% a/a, com esta linha ficando 6% acima da nossa projeção de R$ 6,8 bilhões.

O Santander fechou 10% de suas agências no trimestre. O capital principal atingiu 11,7%, alta de 10 bps T/T, e o patrimônio líquido subiu 1% T/T e 2% A/A. 

Por fim, o BTG prefere manter sua recomendação neutra para Santander (SANB11), com preço-alvo de R$ 43,00.