Por Ana Beatriz Bartolo, da Investing.com - O UBS BB (BVMF:BBAS3) considerou negativa a notícia de que o governo não deve alterar a sua lista de indicações para a formação do novo conselho de administração da Petrobras (BVMF:PETR4), mesmo após alguns nomes terem sido vetados pela companhia.
Para o banco, isso reacende as dúvidas sobre a governança da estatal e pode fazer com que as ações continuem sendo negociadas com um maior desconto que as de outras empresas concorrentes.
Às 11h24, as ações da Petrobras caíam 2,98%, a R$ 28,30. No mesmo horário, o Ibovespa recuava 0,80%, a 97.496 pontos.
Ontem, 20, o Ministério de Minas e Energia afirmou que irá reenviar a sua lista de oito indicações para o conselho de administração da Petrobras sem alterações, pois não reconhecia os mesmos constrangimentos que levaram o Comitê de Elegibilidade da Petrobras e o atual Conselho de Administração a rejeitar dois nomes da lista.
Ricardo Soriano, procurador da Fazenda Nacional, e Jônathas de Castro, secretário executivo da Casa Civil, foram considerados inaptos para assumir uma posição na Petrobras, por apresentarem conflitos de interesses entre as posições ocupadas pelos executivos no governo e a atuação no conselho da empresa.
Segundo o UBS BB, a decisão do governo poderia ser questionada por acionistas minoritários nos tribunais. Além disso, para o banco internacional, o anúncio reforça as preocupações sobre a governança da Petrobras.
Apesar de não esperar por mudanças significativas na estratégia da companhia, o UBS BB acredita que a atitude do Ministério eleva os riscos sobre o que está por vir após as eleições.
O UBS destaca que a Petrobras negocia suas ações abaixo de 2,0x EV/Ebitda e pode apresentar um dividend yield entre 14% e 18% para o trimestre, após a divulgação dos resultados do segundo trimestre, que deve acontecer na próxima semana.
Ainda assim, o UBS mantém a sua indicação de compra das ações da Petrobras (PETR4), com preço-alvo em R$ 45 para as ações. Para as ADRs, a indicação de preço foi de US$ 17,30.