sábado, 27 de abril de 2024
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MRV (MRVE3) e Tenda (TEND3) em direções opostas após recriação do MCMV; e agora?

MP que refunda o programa social foi encaminhada para ser analisada pelo Senado Federal

07 junho 2023 - 14h00Por Lucas de Andrade

A medida provisória (MP) que recria o programa Minha Casa, Minha Vida foi aprovada, nesta quarta-feira (7), pelo plenário da Câmara dos Deputados. Agora, o texto segue para o plenário do Senado Federal. A MP 1.162 precisa ser aprovada pela Casa Alta até a próxima semana. Caso contrário, perde a validade.  

Ações de empresas do setor de construção civil como MRV (MRVE3) e Tenda (TEND3), contudo, operavam em direções opostas. MRV recua 3,13%, ao preço de R$ 11,44 cada, por volta de 13:40 desta quarta-feira (7), enquanto Tenda avançava 2,05%, a R$ 8,98, no mesmo instante.

 

Recomendações

MRV (MRVE3)

Em relatório publicado no dia 25 de maio, o JPMorgan elevou o preço-alvo para as ações de MRV (MRVE3) de R$ 11,00 para R$ 13,00, com recomendação equivalente à compra. Os papéis foram destacados pelos analistas como os preferidos no setor. 

Cyrela (CYRE3), Direcional (DIRR3), Tenda (TEND3) e EzTec (EZTC3) vêm em sequência.

De acordo com o banco norte-americano, as empresas do segmento de baixa renda devem beneficiar-se com os investimentos projetados para o programa social Minha Casa, Minha Vida (MCMV).

Mudanças no âmbito do programa devem ser aprovadas pelo Conselho Curador do FGTS no próximo mês, como a liberação de maiores subsídios, a promoção de juros mais baixos e uma expansão do teto de preços.

Analistas aguardam que a permissão de até trinta e cinco anos para financiamento de imóveis por meio do programa pela Caixa Econômica Federal (CEF) possa beneficiar os papéis igualmente e esperam que a MRV, especificamente, atraia a atenção de seus investidores no âmbito de suas margens brutas de vendas.

 

Tenda (TEND3)

Em 19 de maio, em relatório do Credit Suisse, analistas elevam a recomendação para os papéis da construtora de neutra a outperform, com preço-alvo de R$ 11,00 (de R$ 9,00, anteriormente).

Na avaliação do CS, a margem bruta deve convergir a 27,0% neste ano, beneficiada pelas margens brutas de novas vendas em 31,0%. No material, analistas pontuaram o uso do custo de capital de 18% para a companhia, na consideração aos riscos do processo de turnaround.

No documento, o Credit Suisse reiterou sua confiança no processo de recuperação da construtora, apesar dos desafios ao processo sobre as perdas enfrentadas nos últimos anos, e prevê a companhia como grande beneficiada mediante aos ventos favoráveis para o segmento de baixa renda, caso políticas sinalizadas para a classe se confirmem.

Outro ponto de atenção foi o FGTS, que, caso seja alterado pelo governo federal, encarecia o programa Minha Casa, Minha Vida. Contudo, analistas não veem riscos de grande deterioração no benefício social.