O Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou, na última quarta-feira (21), a manutenção da taxa básica de juros Selic em 13,75% ao ano.
A decisão veio em linha com o consenso do mercado financeiro, mas o tom duro do colegiado em comunicado subsequente frustrou as expectativas de investidores.
Na esteira da medida, as ações de varejistas eram fortemente penalizadas nesta quinta-feira (22), uma vez que o setor e empresas de tecnologia tomam mais crédito em relação a outros segmentos.
Com os aumentos ou a prorrogação de taxas de juros em patamares elevados, o crédito passa a ficar mais caro e as empresas, mais endividadas.
Magazine Luiza (MGLU3) amargava queda de 7,45%, ao preço de R$ 3,48 por ação. Já a sua concorrente Via (VIIA3) recuava 6,13%, com os papéis cotados a R$ 2,45, por volta de 13:15.
Recomendações
Os últimos meses têm se mostrado desafiador para as operações do setor. Para a Genial Investimentos, o primeiro trimestre foi difícil.
Analistas alegam que as varejistas precisaram equilibrar o seu fraco crescimento de receitas, sem deixar a margem operacional escorregar, de acordo com os analistas.
Não trata-se de uma tarefa fácil, porque requer ajustes de investimentos e enxugamento de despesas a todo momento, mas esse foi o tom que Iago Souza, Nina Mirazon e Vinícius Esteves enxergam para o ano.
Ao longo das teleconferências de resultados do período, várias companhias mostraram a menor perspectiva de investimentos para 2023, além de buscar otimizar o seu ciclo operacional.
Das onze empresas de varejo cobertas por Genial Investimentos, 55,0% apresentaram um resultado em linha ao esperado e 27,0% abaixo das projeções.
Abaixo, veja o que disseram os analistas sobre as varejistas de e-commerce:
Para a Genial Investimentos, o Magazine Luiza (MGLU3) apresentou o conjunto de resultados mais fraco, ao passo que Via (VIIA3) destacou-se positivamente por seus números entre janeiro e março deste ano.
Para o varejo e-commerce, quatro pontos nortearam os resultados desse primeiro trimestre:
- i) performance positiva de lojas físicas;
- ii) aumento de rentabilidade no canal de marketplace;
- iii) impacto do DIFAL (Diferencial de Alíquota ICMS); e
- iv) alavancagem financeira.
A dinâmica de lojas físicas e marketplace foi unânime para Magazine Luiza e Via (ex-Via Varejo). Ambas as companhias apresentaram um crescimento real ano a ano desses canais, no período.
Analistas destacam que, no canal físico, a Via performou acima do Magazine Luiza, impactada positivamente tanto por uma contribuição de um maior vendas mesmas lojas (SSS, na sigla em inglês), quanto da contribuição de abertura líquida nos últimos doze meses.
A Via abriu dezesseis lojas entre os primeiros trimestres do ano passado e deste, enquanto Magazine Luiza contabilizou apenas duas novas unidades, se desconsiderados os números relativos a quiosques.
Além disso, a maior diversificação do mix de categorias do canal 1P do Magazine Luiza a tornou menos exposta ao baixo ciclo de mercado vivenciado pela categoria de eletro-eletrônico, quando comparado com a sua principal concorrente.
Recomendações
A Genial Investimentos recomenda manter as ações de Magazine Luiza (MGLU3), com preço-alvo de R$ 5,00.
A Genial Investimentos recomenda manter as ações de Via (VIIA3), com preço-alvo de R$ 3,00.