sexta, 19 de abril de 2024
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Comprar ou ficar de fora das ações que mais caíram nos últimos meses? Veja o que a Nord indica

O que fazer com os papéis de BRF (BRFS3), Cogna (COGN3), Inter (BIDI11), IRB Brasil (IRBR3), Magazine Luiza (MGLU3), Méliuz (CASH3), Natura (NTCO3), Nubank (NUBR33), Oi (OIBR3) e Via (VIIA3)?

18 maio 2022 - 16h22Por Redação SpaceMoney
B3B3 - Crédito: Paulo Whitaker/Reuters

O sobe e desce do mercado de ações pode ser surpreendente. Papéis muito populares não estão isentos de se desvalorizarem, mas também apenas o movimento de queda não pode ser o único motivo para a sua venda imediata.

Há uma série de fatores que precisam ser analisados empresa por empresa. Nesse sentido, a Nord Research selecionou dez empresas muito conhecidas pelo público e pelos investidores, mas que têm uma coisa em comum: quedas da ordem de -70%, -80%, -90% nos últimos meses.

E o que fazer com cada uma delas? Se você não for investidor de nenhuma delas e se depara com uma desvalorização dessa ordem, como você reage?  “Nossa, essa empresa está muito barata agora, vou aproveitar e comprar!” ou “Nossa, essa empresa está muito arriscada agora, vou ficar longe!”?

Bem, você deve saber que tudo depende dos resultados da empresa em questão.

A Nord Research analisa a seguir os números de BRF (BRFS3), Cogna (COGN3), Inter (BIDI11), IRB Brasil (IRBR3), Magazine Luiza (MGLU3), Méliuz (CASH3), Natura (NTCO3), Nubank (NUBR33), Oi (OIBR3) e Via (VIIA3) e diz se você deve comprar ou ficar de fora das ações dessas companhias.

BRF (BRFS3)

O primeiro trimestre de 2022 se mostrou bastante desafiador para a BRF.

Com o aumento persistente da inflação brasileira – que afeta o poder de compra da população brasileira –, a BRF enfrentou uma perceptível quebra em volumes, o que trouxe um crescimento modesto de +7,0% a/a.

Apesar da evolução de 13,7% nas receitas, o custo do produto vendido aumentou +28,6% a/a, impulsionado por:

  • (i) aumento no preço de grãos e
  • (ii) efeitos inflacionários sobre insumos produtivos.

 

No primeiro trimestre, em especial no Brasil, a BRF optou por abaixar seus preços e mudar a composição do mix de produtos, para combater o cenário mais adverso pelos fatores mencionados acima.

Com uma inflação persistente em 2022 e preços de commodities mais elevados – reflexo da guerra entre Rússia e Ucrânia –, há pouca visibilidade quanto à melhora efetiva do cenário macro em que a companhia está inserida, escreve André Zonaro.

Por mais que esteja negociada a 6,3x EBITDA (24% abaixo da média histórica), a Nord Research não vê gatilhos para melhora de resultado que justifiquem uma alta nas ações.

Zonaro acredita que o preço atual reflete as diversas dificuldades de crescimento e rentabilidade e, por isso, a Nord opta por ficar de fora do papel.

Cogna (COGN3)

A crise pela pandemia impactou fortemente os resultados da Cogna (COGN3), que viu ali uma oportunidade de começar uma reestruturação para se tornar uma “edutech”, focada em cursos a distância (EAD) e híbrido (semipresencial).

E, claro, os resultados ruins refletiram nas ações, que acumulam uma queda de -39% em 12 meses e uma derrocada de -80% desde janeiro de 2020.

Na Kroton, principal unidade de negócio com cursos de graduação, a empresa apresentou avanços por meio da venda e do fechamento de campos, além do crescimento no digital.

Porém, a grande dificuldade da Cogna na reestruturação está relacionada a manter uma boa rentabilidade, já que, em geral, o ticket médio no EAD vem mais baixo que no ensino presencial.

A queda da receita do ensino presencial tem sido maior do que o crescimento do EAD, o que explica a queda na receita líquida da Cogna em 2021.

Já o aumento do EBITDA foi explicado pela forte queda da Provisão para Devedores Duvidosos (PDD) no ano passado.

Essa dificuldade na reestruturação, de acordo com Fabiano Vaz, tem sido reflexo da alta dependência da empresa de uma economia aquecida e também de programas governamentais de bolsas de ensino. Taxas elevadas de desemprego e níveis baixos de renda impactam diretamente os resultados da empresa, pontua Vaz.

A Vasta, sistema de ensino para escolas, tem o maior potencial e visibilidade de crescimento da Cogna, mas também depende de economia e representa apenas 12% do EBITDA total da empresa.

Apesar dos avanços na reestruturação, a empresa depende altamente da economia e as perspectivas ruins para os próximos trimestres devem impactar nos resultados da Cogna. Portanto, a Nord opta por ficar de fora do papel.

Inter (BIDI11)

Em 2020, o Inter dobrou sua base de clientes, e em 2021 dobrou novamente, a empresa saiu de 4 milhões para 16 milhões de clientes em apenas 2 anos.

A companhia tem como meta manter o ritmo de crescimento atual e adicionar 8 milhões de clientes à sua base novamente neste ano.

Ao que tudo indica, 2022 vai ser um ano de transição, no qual o Inter se aproxima  do tamanho ideal de sua estrutura (o que desacelera o crescimento dos custos), mas continua a entregar um forte crescimento de base e de receitas, pontua Rafael Ragazi.

Essa combinação de fatores pode fazer com que, a partir de 2023, os lucros do Inter comecem a crescer de maneira acentuada, alega Ragazi.

Enquanto o Inter continua com a execução muito boa de sua estratégia e melhora seus fundamentos a cada trimestre, suas ações foram uma das que mais sofreram na bolsa com a mudança de humor do mercado e acumulam uma queda de -84% desde a máxima alcançada em julho/21.

A empresa vale apenas R$ 12 bilhões atualmente, o que representa menos de R$ 645 por cliente e suas ações são negociadas a apenas 3,8x receita.

O valor de mercado atual do Inter está muito longe de fazer jus ao potencial de crescimento dos lucros da empresa, que não depende de soluções criativas para se tornar factível (como no caso do Nubank, que inexplicavelmente tem múltiplos 3x mais altos que os do Inter atualmente), ressalta Ragazi.

Para entregar lucros bilionários, o Inter depende apenas do ganho de escala (diluição dos gastos) e da redução dos investimentos em marketing, que vão ocorrer naturalmente ao longo dos próximos anos, estima o analista.

Apesar disso, enquanto o mau-humor do mercado com as ações de crescimento prevalecer, as ações do Inter não devem voltar a subir forte; no preço
atual, BIDI11 se trata uma excelente oportunidade de investimento para aqueles com foco no longo prazo.

Portanto, a Nord recomenda compra para o papel.

IRB Brasil (IRBR3)

IRB Brasil (IRBR3) era queridinha pelo mercado, era lucrativa e rentável e suas ações negociavam a múltiplos elevados. Mas tudo mudou em fevereiro de 2020, quando a gestora carioca Squadra anunciou uma posição short nas ações de IRB e soltou um relatório com mais de 150 páginas com a revelação das fraudes contábeis da resseguradora.

Com as fraudes reveladas, as ações de IRB despencaram.

De janeiro de 2020 a maio de 2022, os papéis da companhia acumulam uma queda de mais de 90%. Só nos últimos 12 meses, as ações caíram 59%.

Após os escândalos, a empresa iniciou uma reestruturação, fez mudanças na gestão, reapresentou seus balanços e ajustou a forma de contabilização. Com os balanços revisados e ajustados, aquela IRB altamente lucrativa e rentável era irreal.

Os prejuízos acumulados dos últimos trimestres mostram a dificuldade em trazer a lucratividade e a rentabilidade da companhia pelo menos para a média de outras resseguradoras do mundo.

Para investir em empresas de ciclo longo, como seguradoras e bancos, precisamos de alguma confiança na gestão, já que elas possuem uma grande flexibilidade na forma de contabilizar resultados.

A nova gestão de IRB tenta recuperar essa credibilidade junto ao mercado financeiro.

Apesar do preço de tela de IRBR3 parecer bem atrativo, principalmente quando observados os preços que ela já negociou, os riscos em investir na empresa ainda são bem elevados, ressalta Fabiano Vaz.

O IRB possui um negócio extremamente complexo, com um passado incerto e que não vai voltar a ser rentável e lucrativo como foi no passado.

Além disso, a Squadra, maior especialista em IRB, segue com sua posição short e enxerga muitas dificuldades no futuro da resseguradora. Portanto, a Nord optou por ficar de fora do papel.

Magazine Luiza (MGLU3)

Os últimos resultados do Magazine Luiza demonstram que a companhia entrega um excelente trabalho em relação aos seus cinco pilares fundamentais de crescimento:

  • o crescimento exponencial do 3P (marketplace);
  • as novas categorias (de produtos vendidos); 
  • o Super App;
  • a Entrega mais rápida; e
  • o MaaS (Magalu as a Service, no qual a empresa vende serviços financeiros, logísticos, de marketing etc. para os sellers em sua plataforma).

 

Foram 20 aquisições em 2 anos. Agora, a empresa está focada em integrar tudo isso em sua estrutura e principalmente em seu app, com captura aos ganhos com as sinergias e potencializa o crescimento dos negócios incorporados ao seu ecossistema.

Apesar de a companhia ter uma excelente estratégia e comprovada capacidade (financeira e operacional) de execução, suas ações não param de cair. Desde que a bolsa virou, em julho de 2021, a queda acumulada das ações do Magalu de 83%.

Com o combo situação fiscal frágil + efeitos da Covid-19 na economia + incertezas relacionadas às eleições, a expectativa para a inflação e consequentemente para os juros brasileiros já não era positiva.

Depois da guerra declarada pela Rússia contra a Ucrânia, a situação ficou ainda mais complicada.

Além disso, aspectos intrínsecos ao seu negócio, como o elevado nível de competição no varejo generalista brasileiro, principalmente no online, com a entrada das companhias asiáticas no mercado, e também o erro pontual na gestão de estoques (que obriga a empresa a realizar relevantes liquidações), elevam os gastos com marketing e pressionam a receita da empresa.

O Magazine Luiza vale R$ 27,5 bilhões na bolsa atualmente, o que representa 241x seu lucro ajustado. Isso pode parecer muito, mas seria preciso levar em consideração que a margem de lucro da empresa está extremamente comprimida. 

Em 2021, a margem líquida foi de apenas 0,32%. Como referência, em 2019, antes do cenário começar a virar, a companhia entregou uma rentabilidade líquida de 2,54%.

Com a receita atual e a margem de 2019, o lucro da companhia já seria de R$ 900 milhões. Multiplicada sua receita por 2x, o Magalu seria capaz de entregar o R$ 1,8 bilhão de lucro, que a faria negociar com um múltiplo de Preço/Lucro de 15x (média histórica da nossa bolsa).

Dado tudo que a empresa tem feito em relação ao seu planejamento estratégico, com o pensamento no longo prazo, daqui a 5 a 10 anos, o crescimento esperado implícito nos múltiplos atuais da empresa não seria algo tão fora da realidade assim.

Contudo, faz mais sentido esperar por sinalizações concretas de mudança desse cenário antes de montar uma posição na empresa, mesmo que às custas de abrir mão de parte do movimento inicial de alta quando o humor do mercado em relação ao Magalu mudar, escreveu Rafael Ragazi.

À medida que o preço da ação cai, essa empresa se torna uma oportunidade de investimento cada vez mais interessante. Mas essa oportunidade
pode ficar ainda mais interessante se o cenário atual for mantido. Portanto, a Nord optou por ficar de fora do papel.

Méliuz (CASH3)

Méliuz (CASH3) significa dinheiro de volta, cashback. A empresa conecta vendedores e compradores com ofertas de cashback e cupons de desconto.

O modelo de negócio: “ganha-ganha-ganha”.

Ganha o cliente com descontos e dinheiro de volta (cashback). Ganha o e-commerce, que expõe e vende seus produtos e serviços. Ganha a Méliuz (sua merecida comissão).

Desde o IPO, Méliuz foi do céu ao inferno: de +300% de valorização para uma amargurada queda de 87% desde o pico.

A Nord avalia que a companhia não conseguiu manter níveis estáveis de lucro (em prejuízo a maior parte do tempo), o que se perpetuou no resultado recém-divulgado do 1T22.

Em boa parte de seu histórico, Méliuz roda em prejuízo devido aos altos custos operacionais (pessoas) e marketing.

Ao longo da jornada, a companhia fez aquisições importantes em 2021 para crescer com mais rapidez no meio de cupons no mercado brasileiro e externo e serviços financeiros.

Segundo o CEO, Israel Salmen, a proposta da companhia foca em aumento de receita por cliente. Basicamente, utilizar a base de 23,6 milhões de contas para oferecer serviços além do cashback, como conta digital, cartões (crédito, débito e pré-pago) e também a compra e venda de criptoativos.

Grosso modo, a estratégia da companhia se equipara ao atual momento do Nubank: sofre com juros em alta (desestimula consumo e crédito), mercado descrente com as promessas feitas no IPO e tentativas audaciosas para crescer.

Para a Nord, as promessas não são suficientes, escreveu Danielle Lopes. Por isso, a Nord recomenda que você fique de fora do papel.

Natura (NTCO3)

Após a aquisição da Avon, concluída em janeiro de 2020, a Natura precisou enfrentar alguns momentos mais adversos, entre eles o início da pandemia no primeiro trimestre de 2020.

Desde então, a companhia busca se reinventar em meio às diversas dificuldades e passa, inclusive, por um processo de reestruturação interna, com foco
na simplificação do portfólio e implementação de novo modelo comercial.

Em vista disso, os resultados da Natura seguem fracos. No 1T22, a receita líquida caiu 12,7% a/a enquanto o EBITDA caiu 37,8% no mesmo período.

Os principais fatores que influenciaram essa queda expressiva foram:

  • (i) pressão de custos na cadeia de suprimentos;
  • (ii) inflação, com redução aos gastos discricionários e
  • (iii) efeitos da guerra entre Rússia vs. Ucrânia.

 

Conforme informado pela própria empresa, a combinação de desafios internos (simplificação do portfólio, mudança do modelo comercial) e externos (inflação, guerra, suprimentos) faz com que a empresa continue a adotar medidas de contenção de gastos e disciplina financeira.

Recentemente, a Natura informou ao mercado que suas metas, anteriormente previstas para 2023, foram postergadas para 2024.

Negociada a 7,8x EBITDA 2022, Natura encontra-se abaixo de sua média histórica (13,4x), entretanto, a Nord vê na precificação atual um reflexo dos resultados presentes e das incertezas quanto ao resultado futuro.

Nos preços atuais, a Nord prefere aguardar maiores entregas/resultados, escreve André Zonaro, e recomenda que você fique de fora do papel.

Nubank (NUBR33)

Explicar o que o Nubank faz dispensa apresentações.

Desde o IPO, a Nord alerta para ficarem de fora de ações e BDRs do roxinho. Em 8 de dezembro, foi precificada a US$ 9, e de lá para cá a ação do banco digital acumula queda de 60% e a maré de azar está longe de acabar.

Após enormes promessas no prospecto de IPO (de um crescimento que não vai vir, ressalta Danielle Lopes), o Nubank passa por dificuldades de oferecer empréstimos e créditos com juros de volta aos dois dígitos no Brasil e passa por mais complicações com a alta de juros lá fora.

A alta de juros arrefece a busca por crédito, o consumo e, do ponto de vista de precificação de empresas, impacta diretamente as empresas de tecnologia (que possuem retornos distantes e devem ser precificadas a menores níveis hoje).

No histórico de resultados publicado, o Nubank não conseguiu crescer ou entregar resultados expressivos. Na véspera do IPO, o banco reportou o lucro líquido de 76 milhões de reais no primeiro semestre no Brasil, o seu primeiro lucro desde o lançamento há oito anos – e foi só.

Logo depois, o Banco Central ampliou a exigência prudencial para instituições de pagamentos (IPs) de acordo com o porte e complexidade. As novas regras de capital do BC são ruins não somente para o Nubank como também para a Stone (STOC31) e a PagSeguro (PAGS34).

Basicamente, os novos requerimentos tornarão mais caras as operações de grandes instituições de pagamentos, encarecendo também o custo
de crédito para seus clientes.

E, para melhorar, nos últimos dias, o Nubank se viu envolto em torno de uma polêmica sobre a remuneração da sua diretoria. A informação de que os oito diretores do banco podem receber uma bolada de até 804,4 milhões de reais este ano, sendo 787,2 milhões de reais por meio de remuneração baseada em ações, chamou a atenção do mercado.

Como comparação, o Itaú Unibanco (ITUB4), que chegou a ficar com um valor de mercado abaixo do Nubank quando do IPO do banco digital, pagou o montante de 444 milhões de reais, incluídas opções de ações e remuneração fixa.

A remuneração foi dividida, no ano passado, entre os seus 45 membros do conselho de administração, diretoria estatutária e conselho fiscal, segundo seu formulário de referência.

Para “autorizar” o pagamento em ações ao CEO e cofundador David Vélez, o acordo estabelece, entre outros termos, que o preço dos papéis se mantenha acima de determinados patamares por 60 pregões seguidos.

A remuneração por desempenho de ações foi ruim e seria mais interessante que todos os incentivos fossem atrelados ao crescimento dos resultados para não criar incentivos perversos de chacoalhar o preço da ação, avalia Lopes.

Mais recentemente, a companhia anunciou a parceria com uma corretora para investimentos em criptomoedas a partir de R$ 1 e o pronunciamento do CEO de investir 1% do caixa em Bitcoin. No mesmo dia, a companhia chegou a cair 15%.

Com dificuldade para crescer os resultados, monetizar a base de clientes, cenário macro e governança atrelada à promessa de ganhos em cima das ações, a Nord recomenda que você fique de fora das ações do Nubank.

Oi (OIBR3)

A Oi (OIBR3), maior e mais complexa reestruturação de todos os tempos da bolsa brasileira, desponta como um caso em que o desempenho das suas ações evidencia as dificuldades que a empresa enfrenta.

De 2016, quando fez o pedido de recuperação judicial (RJ), até o dia 11 de maio de 2022, as ações acumulam uma queda de 68%.

Em 12 meses, as ações da Oi recuaram 59%.

Mas durante esses 6 anos de reestruturação, os avanços foram significativos: a companhia reestruturou sua dívida, avançou sua governança, recuperou-se operacionalmente, vendeu ativos e definiu a fibra óptica como o seu novo core business.

E a expansão da fibra no atacado com a V.tal e no varejo com a ClientCo nos últimos anos traz resultados.

A Oi terminou 2021 com um market share de 30% e 3,4 milhões de conexões, o que refletiu em uma receita de R$ 2,9 bilhões, alta de 222% desde 2018.

Com foco na fibra, a companhia concluiu recentemente a venda da unidade de telefonia móvel e está pronta para, enfim, sair da recuperação judicial nos próximos meses.

Os desafios não vão terminar com a saída do RJ. Conciliar grandes investimentos na expansão da fibra com o pagamento das dívidas vai continuar a refletir em queima de caixa nos próximos trimestres, escreve Fabiano Vaz.

Os riscos existem, mas as perspectivas para a Nova Oi são interessantes, principalmente pelo seu supertrunfo: V.tal, por conta da expectativa de crescimento da estrutura de fibra (atacado) no Brasil e pelo mercado que ela vai proporcionar para a Oi no varejo.

A Nova Oi se aproxima, acredita a Nord. Com foco total na fibra, poderemos ver uma empresa totalmente diferente, muito mais enxuta e com capacidade de voltar a crescer no futuro, pontou Vaz. Portanto, a Nord recomenda que você compre as ações de Oi.

Via (VIIA3)

Em meio a um cenário macroeconômico desafiador e ainda distante da estabilização, a Via reportou resultados fracos para o primeiro trimestre do ano.

O GMV (volume bruto de mercadoria) apresentou crescimento de +3% a/a, enquanto a receita líquida retraiu 2% no mesmo período.

Com taxas de comissão maiores (+2,0 pontos percentuais) e razoável controle das despesas, a companhia apresentou uma evolução de 15,2% no EBITDA ajustado.

A partir do segundo semestre de 2021, com o aumento dos juros, as ações da Via começaram um movimento de queda, que reflete as expectativas do mercado em relação a uma economia mais fraca e de menor consumo.

Entretanto, alguns fatores internos – como provisões trabalhistas e ajustes não recorrentes, aliados a dificuldades no processo de turnaround – aceleraram esse processo.

Em 2021, as ações da varejista caíram 67% e, no acumulado do ano de 2022, as ações caem mais 51%.

Está barata, porém embute riscos

Negociada a 8,4x EBITDA 2022, Via encontra-se 30% abaixo da sua média histórica, 12x EBITDA, o que pode ser considerado como potencial oportunidade.

Entretanto, a Nord acredita que a diferença de preços se dá por riscos percebidos pelo mercado, dentre eles:

(i) cenário macro bastante desafiador; e

(ii) resultados ainda não tão satisfatórios.

 

A Nord vê que a cotação hoje reflete os resultados mais desafiadores e ainda muito longe de tempos áureos passados. Portanto, a Nord recomenda que você fique de fora do papel no momento.