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Radar do IPO

Casas de análise dão recomendações distintas para IPO da CSN Mineração; veja quais são

09 fevereiro 2021 - 13h00Por Redação SpaceMoney

Termina na próxima quinta-feira (11) o período de reserva de ações para quem desejar participar daquele que poderá ser o maior IPO (Oferta Pública Inicial, da sigla em inglês) de 2021 até agora, o da CSN Mineração (CMIN3), braço minerador da Companhia Siderúrgica Nacional (CSNA3). 

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Considerando a venda total do lote de 20.817.408 ações no ponto mais alto da faixa indicativa, que varia entre R$ 8,50 e R$ 11,35, a operação poderá movimentar até R$ 8,1 bilhões. Segundo a companhia, cerca de 70% dos recursos levantados serão destinados aos acionistas vendedores — JBMF, Posco e a própria CSN — e os 30% restantes vão para a execução de projetos de expansão e de recuperação de rejeitos em barragens.

Em sua análise da oferta, a Eleven Financial Research recomenda a entrada até o meio da faixa indicativa. Já a Levante Ideias de Investimentos indica que o investidor não participe e acredita que “existem outras empresas no setor que oferecem uma relação melhor entre risco e retorno”.

Para a Suno Research também não há margem de segurança e atratividade na margem de preço da oferta, “tendo em vista que empresas com maior escala e longos históricos de resultados apresentam múltiplos bastante interessantes.

Riscos na operação

A destinação de grande parte dos recursos captados — aproximadamente R$ 3,625 bilhões, sem considerar lotes adicionais e suplementares — para os acionistas é um dos três principais motivos citados pela Levante para que os investidores fiquem de fora da oferta.

Em um relatório divulgado em 7 de fevereiro, o analista e especialista em ações Eduardo Guimarães também inclui a “projeção muito otimista de crescimento da companhia”, que prevê que o tamanho da produção triplique em 12 anos, e o valuation elevado — EV/Ebtida de 4,2x no meio da faixa indicativa, contra 3,2x para a Vale, a referência do setor — entre as ameaças ao sucesso do IPO.

Em seu relatório, divulgado na última segunda-feira (8), a Eleven concorda que o principal risco na tese de investimento é a “capacidade da companhia de executar os planos de crescimento”, enquanto a Suno frisa que a CSN Mineração não possui um histórico recente de gerenciamento de projetos dessa magnitude que possa fornecer um retrospecto positivo.

Também há vantagens

Apesar de não recomendar a entrada na oferta, a Levante reconhece que a CSN Mineração possui uma das maiores reservas de minério do mundo, com cerca de 3 bilhões de toneladas. A casa de análise complementa ainda com a informação de que outro diferencial da companhia é a alta qualidade da commodity: “com nível elevado de pureza, resultado da qualidade do minério na extração, juntamente com os baixos níveis de contaminantes”.

Entre os ativos da companhia, a Suno destaca em sua análise a mina Casa de Pedra, com cerca de 3 bilhões de toneladas de reserva “equivalentes a mais de 35 anos de vida útil (já considerando a expansão de produção)”.

Preços do minério de ferro: vantagem ou risco?

A Eleven ressalta que o setor de siderurgia e mineração vive um de seus melhores ciclos atualmente: os preços do minério de ferro estão próximos a US$ 150 por tonelada, o maior patamar desde 2013. O movimento ocorre devido aos níveis elevados de demanda por parte da China e a redução na produção dos principais players mundiais.

Contudo, a Suno relembra que, em um passado recente, os preços do minério também dispararam e houve uma inundação de oferta nesse mercado. “Preços elevados atraem mineradoras ineficientes, aumentando a oferta e, consequentemente, diminuindo os preços dessa commodity no médio prazo”, aponta.

Segundo a projeção da Eleven, no entanto, mesmo com a volta da capacidade total de produção e a amenização da pressão sobre o preço, ele deve se manter próximo a US$ 120/t em 2021.

Por fim, a Eleven afirma que os preços da commodity, aliados aos “significativos projetos de crescimento da empresa” e a relação risco e retorno, sustentam a recomendação para a entrada dos investidores no IPO da CSN até o meio da faixa indicativa.

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