segunda, 29 de abril de 2024
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Ambev (ABEV3): BB mantém recomendação neutra, mas altera preço-alvo para 2024

Banco espera queda de 2,5% no volume de cervejas no Brasil, mas vê um crescimento de 6% na receita, o que leva a atualização do preço por ativo

14 outubro 2023 - 14h00Por José Chacon

Na espera de um terceiro trimestre melhorado para a Ambev (ABEV3), o BB reiterou sua recomendação neutra para ações da companhia, mas com alteração no preço-alvo. Agora o banco projeta R$ 16,00 por ativo em 2024, ante os R$ 15,00 indicados em março.

 

A permanência neutra se deve a queda de 2,5% no volume de cervejas no Brasil - segmento mais relevante da companhia -, projetada pelo banco.

 

Apesar disso, a análise espera uma receita/hl em crescimento por volta de 6% a/a, o que leva a atualização do preço por papel. 

 

"O avanço dos custos deve ser bem mais brando do que o observado no primeiro semestre do ano, cerca de 2,0% a mais, o que beneficia o crescimento do EBITDA em 11% na comparação com o terceiro trimestre do ano passado", aposta a casa.

 

Para o consolidado, o relatório avalia um EBITDA (sigla em inglês para lucro antes de impostos sobre juros, depreciação e amortização) de R$ 5,9 bilhões, com aumento de 6,4% a/a. 

 

"Isso se deve à contribuição mista das operações internacionais, penalizadas pela indústria mais fraca na Argentina e de um cenário macro desfavorável no país", destacou o relatório.

 

Apesar dos fatores de risco relacionados à conjuntura operacional, o banco afirma que a Ambev está entre as maiores pagadoras de JCP (juros sobre capital próprio) da bolsa, cujo benefício tributário da dedutibilidade da base de cálculo do IRPJ e CSLL pode se extinguir a partir de 1º de janeiro de 2024, caso o Projeto de Lei nº 4.258/23 seja aprovado. 

 

"Estimamos que o lucro líquido da companhia possa ser 23% menor em caso de extinção do benefício fiscal do JCP, sem considerar, por ora, as possíveis alterações nos benefícios fiscais oriundos de subvenções governamentais relativas aos impostos sobre vendas e a possibilidade de alteração na estrutura de capital ou reorganização societária da companhia medidas que poderiam compensar o aumento de alíquota efetiva para preservar o retorno para o acionista", comenta a casa.

 

Para o BB as discussões sobre os impactos de mudanças tributárias são complexas e levam um tempo significativo para surtirem efeitos, mas o banco considera que estes assuntos devem seguir atribuindo maior cautela para as ações da Ambev, mesmo considerando o desconto que o preço atual da companhia reflete.

 

Nesta terça-feira (10), por volta das 11h20, as ações da companhia operavam em alta de 0,84%, cotadas a 13,28.