quinta, 25 de abril de 2024
Governança Ambiental, Social e Corporativa

3 ações brasileiras para investir em ESG em 2021

O termo indica três pontos vistos como fundamentais na gestão de uma empresa: minimizar impactos negativos na natureza, promover a inclusão social e de gênero

29 março 2021 - 08h41Por Investing.com
 - Crédito: Pixabay

Por Ana Carolina Siedschlag, da Investing.com - A sigla ESG, inglês para Governança Ambiental, Social e Corporativa, virou língua-franca entre investidores, gestores e executivos que querem colocar investimentos e negócios em linha com a tendência de mercado que, apesar de não ser nova, ganhou palco principalmente nos últimos meses aqui no Brasil.

O termo é um guia para indicar três pontos vistos como fundamentais na gestão de uma empresa, levando em conta o que a administração tem feito para minimizar impactos negativos na natureza, para promover a inclusão social e de gênero dentro e fora do negócio e a transparência com que as decisões são repassadas ao mercado e aos investidores no geral.

A B3 (SA:B3SA3), administradora da bolsa brasileira, tem inclusive um índice que replica uma carteira teórica que procura medir a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade, medidos pelas americanas S&P e Dow Jones. Lançado em setembro de 2020, índice acumula alta de 34,67% desde o início deste ano.

Para Alan Gandelman, CEO da Planner, a tendência veio para ficar e, além do maior interesse por carteiras que incluam empresas líderes nessas práticas, também é refletida na chegada ao mercado de companhias que têm a bandeira ESG como principal linha de negócio.

“A grande maioria dos prospectos divulgados pelas últimas empresas que abriram capital na bolsa traziam ao menos cinco páginas sobre ESG. É uma preocupação da empresa porque sabem que gestores e investidores não aderem a negócios que não estejam comprometidos com isso”, explica.

Um exemplo de empresa recém-chegada à bolsa e que promete entregar esse tipo de medida é a Orizon (SA:ORVR3), de tratamento e valorização de resíduos. Essa semana, o BTG Pactual (SA:BPAC11) iniciou a cobertura da companhia com recomendação de Compra e preço-alvo de R$ 30, citando que ela “tem ESG no DNA”.

Para Gandelman, deve chegar o momento em que esse tipo de prática não será mais notícia por se mesclar à noção básica de gerenciamento. “O mundo mudou e cada vez mais o investidor vai penalizar empresas que não fazem nada em relação a isso”, aponta.

Veja outras ações recomendadas pelos analistas para se adaptar a essa nova realidade:

Ambipar

Lucas Carvalho, analista da Toro Investimentos, aponta que, após a pandemia de coronavírus, a ótica de ESG como prioridade ficou ainda mais forte, apesar de embrionário no Brasil.

Um dos exemplos é a Ambipar (SA:AMBP3), de gestão de resíduos, que estreou na bolsa brasileira em julho de 2020 e que tem, no próprio modelo de negócios, uma ligação total com boas práticas ambientais.

“Além de ter todos os aspectos ESG na estrutura, ela também ajuda outras companhias a atingirem essas metas”, explica Carvalho.

A empresa conhecida por atender no Brasil e em outros 15 países grandes clientes industriais em questões que incluem contenção de efeitos de vazamentos de produtos químicos, ganhou visibilidade em 2020 ao prestar serviço ao governo britânico para desinfecção de aeronaves e ônibus usados para evacuar cidadãos de Wuhan, epicentro do coronavírus na China.

Natura

A Natura (SA:NTCO3) foi uma das pioneiras no país em boas práticas ESG, principalmente considerando o modelo de negócios da empresa, que atua diretamente no front do meio ambiente.

Mas, além de ações voltadas à preservação da natureza, a companhia de cosméticos também chamou a atenção nos últimos anos pelas ações voltadas à inclusão social.

“Pelo impacto ser mais forte no ‘E’, às vezes ficamos achando que esse é um fator que se sobressai mais. O S é um robusto mundo que pega todas as etapas do ciclo produtivo das companhias”, explica Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos.

Ele, que assina junto aos analistas Pedro Serra e Leo Monteiro a carteira mensal de ESG da corretora, explica que uma das escolhas que mais atendem às preocupações sociais dos investidores é a Natura, que tem políticas fortes de inclusão.

Lojas Renner

Carvalho, da Toro, aponta para as Lojas Renner (SA:LREN3) como uma das principais empresas listadas na bolsa que, além de boa praticante dos aspectos ESG, está descontada após a pandemia e deve ter uma retomada dos negócios com a recuperação da economia.

Ele cita que a companhia está vinculada a vários movimentos sociais, como o Pacto das Nações Unidas, Pacto para Erradicação do Trabalho Escravo, além de iniciativas para incentivar mais mulheres em cargos de liderança.