quarta, 24 de abril de 2024
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Rali de companhias de aço e ferro não é apoiado por demanda forte, diz UBS

02 setembro 2020 - 18h06Por Investing.com

Investing.com - Em relatório setorial distribuído nesta quarta-feira (2), a UBS defende que o rali das ações de ferro e aço no Brasil, que estão sendo negociadas perto dos níveis pré-Covid-19, não é acompanhado de fundamentos de demanda, além do risco de queda no minério de ferro e de alta nos preços de frete. Com isso, a UBS alterou a recomendação da CSN de Neutra para Venda, manteve Venda para a Gerdau e Neutra para a Usiminas.

O banco realizou ainda alterações nos preços-alvo das companhias. Para 2021, o UBS prevê R$ 12 para as ações da CSN, ante R$ 7,5; R$ 15 para a Gerdau, de R$ 10, e R$ 11 para a Usiminas, de R$ 4,5. Às 15h32, as ações CSNA3 eram negociadas a R$ 15,06, baixa de 2,6%, GGBR4 a R$ 19,56 (-2,2%) e USIM5 a R$ 10,64, a (-0,2%).

Do ponto de vista do banco, o rali tem sido impulsionado por uma corrida dos investidores brasileiros em direção a ativos expostos ao dólar, pela força do preço do minério de ferro e pela alta doméstica nos preços apoiada pelas importações denominadas em real. 

Para a Usiminas, em particular, são favoráveis os baixos estoques de automóveis e as importações de aço out of the money

Os maiores riscos para essas companhias são a alta no preço do minério de ferro, o aumento nos custos de frete, a desaceleração no início de construções. A Vale (SA:VALE3) anunciou que planeja aumentar sua produção de minério de ferro em cerca de 50mt no segundo semestre. Mesmo que a companhia não atinja essa meta, um aumento de fornecimento pode abaixar os preços da commodity, especialmente com a demanda estável, o que prejudicaria sobretudo a CSN. Além disso, o aumento na demanda da Vale por capacidade de carga a granel deve impulsionar o custo de frete, a que a CSN tem exposição relativamente alta.

Ainda que as construções iniciadas em 2019 tenham mantido a demanda de aço longo neste ano, a crise causada pela Covid-19 deve causar uma desaceleração no início de construções em 2020, fenômeno que já tem sido observado nos EUA. Isso pode causar uma queda na demanda no ano que vem, apesar das relativamente baixas taxas de juros.

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