quarta, 24 de abril de 2024
Petz

Petz avança mais de 2% após lucro subir 47,5% no 3º trimestre

27 outubro 2020 - 13h27Por Investing.com

Por Leandro Manzoni, da Investing.com - As ações da Petz operam em alta no início da tarde desta terça-feira (27) na B3, indo na contramão da baixa do Ibovespa hoje. A rede de pet shop divulgou ontem, após fechamento do mercado, o primeiro balanço após estreia na bolsa em setembro, referente ao terceiro trimestre de 2020.

A companhia registrou lucro líquido de R$ 17,061 milhões, alta de 47,5% sobre o mesmo período do ano passado. O número não considera o IFRS 16, deixando de lado os efeitos de um crédito fiscal no terceiro trimestre de 2019.

Por volta das 12h37, os papéis da companhia avançavam 2,12% a R$ 17,35, com mínima em R$ 16,72 e máxima em R$ 17,69, com R$ 66,87 milhões de volume negociado.

O BTG Pactual (SA:BPAC11) avalia que os números da Petz (SA:PETZ3) no período foram sólidos no terceiro, destacando o crescimento de 32,3% ao ano nas mesmas lojas (incluindo as vendas omnichannel nas lojas), acima da previsão de alta de 28,2% do banco. Com a inauguração de 10 novas lojas no período (25 nos últimos 12 meses), a receita saltou 51%, para R$ 450 milhões, 5% acima da projeção do banco.

De acordo com analistas do BTG, a receita foi impulsionada pelas vendas de produtos, com expansão anual de 55% favorecida pelo disparo de 393% nas vendas digitais em relação ao terceiro trimestre de 2019. As vendas no e-commerce atingiram 25% do total de vendas (sendo que 78% utilizaram a infraestrutura das lojas), contra 7,8% no mesmo período do ano passado.

O resultado reforçou a visão do banco sobre o modelo de negócio da Petz, baseado principalmente em um setor de produtos e serviços para pet caracterizado pelo alto crescimento e ainda fragmentado. O canal omnichannel da Petz e sua expansão nacional lhe concedem vantagem competitiva contra concorrentes regionais e de marketplaces segmentados.

Conforme relatório de recomendação na semana passada, o BTG avalia as ações da Petz negociadas a 67x P/L e 27x EV/Ebitda de 2021, com potencial de valorização de 45% até 2025. Por isso, a recomendação é de compra, com preço-alvo em R$ 20,00.

Balanço

O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado, por sua vez, ficou em R$ 46,843 milhões, alta de 34,5% na mesma base de comparação.

A conta da empresa para ajustar o Ebitda deixa de lado créditos fiscais referentes à exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS/COFINS em 2019, doação relacionada à pandemia, além de "despesas não caixa de baixa de imobilizado e plano de opção de compra de ações", nas palavras da companhia.

A receita bruta total registrada no trimestre chegou a R$ 450,2 milhões, com crescimento de 51% em relação ao mesmo período do ano anterior. As vendas nos canais digitais, que somaram R$ 114,8 milhões, tiveram alta de 392,9%. As receitas digitais passaram a representar 25,5% do total de vendas, ante 7,8% de participação registradas no mesmo trimestre do ano anterior.

"A surpresa positiva é que vimos o físico voltar, mas o digital manteve os números excelentes do segundo trimestre. Essa combinação resultou em um crescimento acima de 50% nas vendas totais e de 32% nas vendas de mesmas lojas", disse o CEO, Sergio Zimerman. Em relação ao número de lojas, a varejista informou que fechou o terceiro trimestre deste ano com 120, ante 95 em igual época do ano passado.

Apesar das altas descritas no balanço, o presidente da companhia avalia que a pandemia ainda tem efeitos negativos sobre os números. "Lojas em shoppings tiveram reabertura com queda significativa de vendas no terceiro trimestre. Ainda há queda, mas menor do que no início do terceiro trimestre", diz. "Outro efeito que permanece é o impacto no banho e tosa. Permanecemos com todos os centros de estética fechados no segundo trimestre. Isso foi retomando em meados do terceiro trimestre e ainda está longe da normalidade. Ainda temos queda expressiva", pontua.

IPO

O IPO levantou R$ 3,03 bilhões em setembro, até então a maior IPO do ano no Brasil, ultrapassado no mês seguinte pelo Grupo Mateus, que levantou R$ 4,6 bilhões.

A operação foi precificada a R$ 13,75 reais, dentro da faixa estimativa de preço para o IPO era entre R$ 12,25 e R$ 15,25.

A Petz planeja usar os recursos da oferta primária para abrir novas lojas e hospitais veterinários. A companhia é controlada pela empresa de private equity Warburg Pincus.

Com informações de Estadão Conteúdo e Reuters

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