Pressão veio de expectativas de produção maior e do cenário geopolítico
Os preços do petróleo recuaram com força nesta quarta-feira (3), após sinais de que a Opep+ pode aumentar novamente a produção em sua próxima reunião, adicionando oferta num momento em que o mercado ainda monitora os impactos da guerra na Ucrânia e possíveis novas sanções à Rússia. No fechamento, o WTI de outubro caiu 2,47% para US$ 63,97 e o Brent de novembro recuou 2,23% para US$ 67,60 por barril.
Opep+ avalia mais um ajuste na torneira
De acordo com fontes ouvidas pela Reuters, o grupo deve considerar novo aumento de oferta na reunião de domingo (7), em movimento associado à tentativa de recuperar participação de mercado. A avaliação do TD Securities é de que a reversão dos cortes extraordinários deverá coincidir com maior produção de Guiana e Brasil, ampliando a pressão baixista sobre os preços nos próximos meses.
Geopolítica: conversas sobre Ucrânia e risco de sanções
No front político, líderes europeus discutem com Kiev garantias de segurança e seguem céticos sobre a disposição de Vladimir Putin em negociar um acordo efetivo. A chance de novas sanções a Moscou permanece no radar caso as tratativas não avancem, fator que segue no mapa de risco do mercado de energia.
Fluxos para Ásia: Urals mais barato favorece compras chinesas
Nos efeitos colaterais das tensões, Tom Reed, vice-presidente de petróleo e derivados para a China na Argus, nota que os diferenciais de entrega do Urals para China e Índia caíram após a ameaça de tarifas recíprocas sobre a Índia. Isso estimulou empresas chinesas a agendar entregas para outubro, enquanto compradores indianos pausaram e depois retomaram aquisições em meados de agosto, quando ficou claro que as tarifas não estavam ligadas às compras de petróleo russo — na prática, o custo do Urals para a Índia caiu.
O que observar a seguir
- Decisão da Opep+ no fim de semana, com atenção ao comunicado sobre ritmo de recomposição de oferta.
- Leituras de demanda no curto prazo e eventuais revisões de estoques, que podem atenuar ou reforçar a queda recente. (contexto)
- Desdobramentos geopolíticos envolvendo Rússia e Ucrânia, incluindo eventual rodada de sanções europeias.