quinta, 28 de março de 2024
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O que são leilões de ações?

Ferramenta consiste na retirada dos papéis de determinada empresa do pregão, sendo negociadas em um sistema de ofertas de compra e venda

15 outubro 2021 - 13h00Por Redação SpaceMoney

A volatilidade é uma característica comum do mercado de ações. Porém, quando ela se torna potencialmente perigosa para os investidores, a B3, bolsa de valores brasileira, utiliza instrumentos criados para contê-la e evitar uma possível “bola de neve” de desvalorização que poderia falir uma empresa ou fazer os investidores perderem o seu patrimônio.

Uma dessas ferramentas é o leilão de ações, que consiste na retirada dos papéis de uma determinada empresa do pregão, como forma de estabilizar os preços, passando a serem negociadas em um sistema fechado de ofertas de compra e venda.

Confira como ele funciona:

Em busca de equilíbrio

Quando um leilão ocorre na bolsa, as ações continuam sendo negociadas, mas as transações só são concretizadas (e os negócios efetivamente fechados) quando as ordens de compra e de venda se equiparam. O objetivo é que não haja pressão de nenhum dos lados, estabilizando o valor dos papéis.

Por padrão, os leilões de ações são “disparados” automaticamente pela B3, têm duração de cinco minutos e podem ocorrer por diversas vezes em um mesmo dia.

O mecanismo será acionado se as ações oscilarem:

  • Entre 10 e 20% em relação ao último preço antes do leilão;
  • Mais de 10% em relação ao valor de fechamento do pregão anterior;
  • Acima de 10% em relação ao valor na abertura do pregão.
  • A função do leilão, portanto, é justamente combater a volatilidade e permitir que as negociações entrem em equilíbrio novamente.

O perigo do “efeito manada”

Um exemplo prático de leilão na bolsa foi o que ocorreu com as ações da mineradora Vale do Rio Doce, logo após o rompimento da barragem de Brumadinho (MG), em 2019. No dia, muitos investidores começaram a se desfazer dos papéis. 

Para prevenir que uma queda acentuada se consolidasse, o leilão da B3 foi acionado. Assim, o tempo de interrupção no ativo permitiu que os valores não despencassem de maneira mais brusca.

Nesse contexto, um dos fatores que podem influenciar e criar quedas bruscas é o chamado “efeito manada”, quando muitas pessoas decidem comprar ou vender um ativo apenas porque o mercado segue um fluxo forte nessa direção. É como se os investidores pensassem: “Todo mundo está vendendo, então é melhor eu também vender para não ficar no prejuízo”.

O grande problema é que se muitos investidores pensarem assim, o grande volume de vendas fará o preço do ativo cair. Assustados com a desvalorização, outros investidores também começarão a vender, criando a “bola de neve” de desvalorização que citamos no início do texto. Por isso, essa interrupção momentânea proporcionada pelo leilão permite acalmar os ânimos no mercado e evitar impactos maiores.

Antes de abrir e depois de fechar

Diferente do leilão de ações “emergencial”, existem dois tipos de leilões que acontecem diariamente, mas não com o objetivo de controlar oscilações desordenadas, mas de registrar as ofertas de compra e venda feitas antes e depois de cada pregão.

O primeiro recebe o nome de leilão de pré-abertura e acontece sempre 15 minutos antes de cada pregão, com o objetivo de definir o valor dos ativos no período inicial das negociações do dia.

Nesse momento também são registradas as ordens feitas no Home Broker (ferramenta que permite ao investidor comprar e vender ações pela internet. Para saber mais, clique aqui.) fora do horário do pregão.

Antes do fechamento do dia acontece ainda outro leilão, com duração de apenas cinco minutos,  que coloca em negociação apenas ações que fazem parte de algum índice da B3, como o Ibovespa. Neste texto explicamos melhor como funciona o principal índice da bolsa e como investir nele.

Como se trata de ações com alto volume de negociação, o leilão de fechamento também é visto como instrumento para estabilizar os preços, ao registrar as intenções de compra e venda, que ajudam a evitar que os valores estejam muito descompassados entre o fechamento de um dia e a abertura do outro.