A Vale comunicou hoje que o Ministério Público de Minas Gerais determinou o fechamento de oito de suas barragens. Como consequência, a mina de Brucutu, que tem produção anual de aproximadamente 30 milhões de toneladas, ou 7,5% da produção anual da Vale, foi temporariamente paralisada. Das 8 barragens, 3 são do tipo a montante, mesmo utilizado em Mariana e Brumadinho, e já não estavam operando. As outras 5 são do método a jusante e somente uma é barragem de rejeito de fato, atendendo à mina de Brucutu, sendo que as outras são barragens de sedimento (água) e o seu fechamento não afetam a operação neste momento.
Segundo nota, a Vale está trabalhando para reverter a situação, com todos os certificados necessários atestando a segurança da barragem de Brucutu.
A notícia levou à suspensão das negociações com a ação da mineradora na B3 até a divulgação do fato relevante explicando as punições. No retorno das operações, o papel passou a cair e registrava baixa de 4,4% às 17h45.
Para a XP Investimentos, apesar do evento hoje ter ganho notoriedade, ele está dentro do barulho que a corretora alertou que deveria ser esperado no curto prazo, e não é o primeiro evento desta natureza. Na semana passada, o Porto de Guaíba, pelo qual quase 45 milhões de toneladas de minério são exportadas por ano, também teve suas licenças questionadas e foi paralisado por um dia.
Segundo a XP, a queda de aproximadamente 21% nas ações desde segunda passada, com perda de quase R$ 63 bilhões em valor de mercado, parece já refletir parte relevante dos riscos. “Portanto, mantemos nossa recomendação inalterada em Compra, com preço alvo de R$66 por ação”, diz a corretora.