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Mercado de derivativos: confira as principais indicações

16 abril 2020 - 14h51Por Redação SpaceMoney

O que vem à sua cabeça quando você ouve falar do mercado de derivativos? Não se preocupe se a resposta for apenas uma grande interrogação e uma série de dúvidas. É comum que isso aconteça mesmo entre quem já tem alguma familiaridade com investimentos. Para mudar isso e conhecer as possibilidades do mercado de derivativos, preparamos esta Spacedica, que explica tudo o que é necessário saber sobre o assunto, desde os aspectos mais básicos. Ficou interessado? Boa leitura!

O que são derivativos?

O primeiro passo para entender o mercado de derivativos é saber, afinal de contas, o que são esses derivativos. Felizmente, existe uma definição simples para isso: eles são aplicações financeiras baseadas em contratos cuja cotação deriva a partir do preço de um ativo. Certamente, agora você sabe pelo menos de onde vem o nome dos derivativos, não é mesmo? Os ativos mais utilizados como referência para os derivativos são moedas estrangeiras, commodities (como soja, café, milho ou mesmo petróleo) e até ações. Com isso, ao investir em um derivativo, o investidor não está colocando seu dinheiro no ativo em si, mas na variação da sua cotação dentro de determinado período. Outra forma de entender os derivativos são como contratos, cujos preços variam de acordo com a oscilação de outro produto. Isso não significa que a cotação de ambos será igual, mas de que elas estarão atreladas. Quase todo derivativo é negociado sob a forma de um contrato padronizado, que indica a quantidade do ativo, a sua cotação e o prazo de vencimento.

Como funciona o mercado de derivativos?

O mercado de derivativos consiste em uma série de operações que são utilizadas tanto por quem quer investir quanto por quem quer se proteger da variação do preço de determinados ativos, no que é conhecido como hedge. Embora haja diferença entre elas, a maioria das operações no mercado de derivativos consiste no estabelecimento do preço de determinado ativo em uma data futura. Dessa forma, é possível especular sobre o valor desse produto ou mesmo conseguir travá-lo e, assim, não sofrer com eventuais aumentos no futuro. Imagine, por exemplo, um contrato de derivativos atrelado ao dólar, cuja cotação nessa hipótese está em R$ 4,25. Nesse cenário, um investidor que acredita que o preço da moeda vai subir bastante no prazo de 3 meses, pode colocar dinheiro em um derivativo que fixa o preço da moeda norte-americana no patamar atual. Do outro lado, um empresário que depende da cotação mais baixa para pagar fornecedores pode firmar o mesmo contrato para garantir que a elevação na cotação não prejudique seu negócio. Passados os 3 meses, se o preço da moeda subir, o investidor pode embolar toda a diferença entre a cotação atual e aquela prevista no contrato. Do mesmo modo, se a cotação do dólar estiver abaixo do que ele esperava, ele perderá dinheiro. Já o empresário poderá pagar a cotação do dólar de 3 meses atrás, independentemente de quanto a moeda suba, o que garante maior previsibilidade para seu planejamento.

Quais tipos de operações acontecem no mercado de derivativos?

Como você viu, no mercado de derivativos temos duas partes: uma interessada em fugir do risco, enquanto outra se mostra disposta a lucrar assumindo tal risco. Essa pode ser definida como a essência do mercado de derivativos. De todo modo, existem algumas diferenças entre as principais operações realizadas nele, conforme indicamos abaixo.

Mercado de opções

Contratos de opções concedem ao comprador o direito de compra de determinado ativo a um preço pré-combinado em determinada data. É importante deixar claro que firmar um contrato de opção não significa a obrigação de comprar o ativo pelo preço estabelecido no momento do vencimento. Por outro lado, quem está na posição de vendedor é obrigado a fazer a venda caso seja desejo do investidor. O valor pago no momento da celebração do contrato é chamado de prêmio. Caso o contrato seja executado, quem está vendendo embolsa esse valor mais o dinheiro referente à operação no momento do vencimento.

Mercado a termo

O mercado a termo funciona de forma similar ao de opções, mas é mais simples e direto. Ele consiste em um contrato que uma parte assume o compromisso de fazer a compra de um ativo em determinadas condições em uma data futura. Ou seja, nesse cenário, alguém se compromete a comprar sacas de café por determinado preço daqui a 6 meses, enquanto o outro lado assume o compromisso de vendê-las independentemente do que acontecer.

Mercado futuro

O mercado futuro, por sua vez, tem uma lógica muito similar ao mercado a termo. A principal diferença é que neles as partes do contrato não precisam ficar vinculadas até o vencimento, uma vez que eles podem ser vendidos antes do vencimento, sem qualquer impedimento. Além disso, os contratos futuros contam com ajustes diários, o que permite apurar perdas e ganhos em curtíssimo prazo.

Mercado de swaps

Por fim, temos os swaps (palavra em inglês para troca). Eles funcionam por meio de contratos de trocas de rentabilidade feitas a partir de dois ativos diferentes. Imagine, por exemplo, dois investidores com contratos de swap atrelados a dólar e ações. Se no momento do vencimento a valorização do dólar for maior que a das ações, quem comprou o contrato da moeda estrangeira embolsará a diferença. A liquidação desse tipo de contrato acontece somente no vencimento, como no mercado a termo.

Quais são as vantagens do mercado de derivativos?

Algumas das vantagens dos derivativos já foram exploradas neste texto. As operações feitas nele podem servir como forma de proteção contra a oscilação dos preços ou ainda oferecer possibilidade de ganhos interessantes para quem investe nelas. Além disso, o mercado de derivativos permite que se atue de forma alavancada. Esse jargão do mercado define o investidor que opera com um volume de recursos maior do que ele tem efetivamente disponível. Esse mecanismo, se bem usado, ajuda a potencializar os ganhos.

E as desvantagens?

Por outro lado, o mercado de derivativos costuma oferecer riscos bem altos, ainda mais para quem opera alavancado. Operações do tipo exigem bastante experiência do investidor, uma análise completa da situação e uma tolerância à volatilidade bastante grande, uma vez que elas podem acontecer a qualquer momento. Portanto, quem pretende investir no mercado de derivativos deve estudá-lo a fundo, avaliar todas as hipóteses, considerar os riscos e não se esquecer sempre de atuar na diversificação da sua carteira de investimento, para diluir as perdas caso elas aconteçam. Para receber conteúdos como este diretamente em seu e-mail, assine a nossa newsletter agora mesmo!