Quarta-feira (10)

IPCA no Brasil, PPI nos EUA e pressões geopolíticas

Na terça-feira (09), o dólar comercial fechou com variação de 0,3%, valendo R$5,4343, após ter começado o dia cotado a R$5,4198.4336

Dólar hoje
Na terça-feira (09), o dólar comercial fechou com variação de 0,3%, valendo R$5,4343, após ter começado o dia cotado a R$5,4198.4336

Na terça-feira (09), o dólar comercial fechou com variação de 0,3%, valendo R$5,4343, após ter começado o dia cotado a R$5,4198.4336

O dólar iniciou esta quarta-feira (10) cotado a R$5,4198.

Acompanhe nossa análise diária.

Confira a cotação do dólar em tempo real

Agenda de hoje – quarta, 10 de setembro de 2025

Exterior

  • 09h30 – EUA – Índice de preços ao produtor (ago)
  • 11h00 – EUA – Estoques no atacado (jul)
  • 11h30 – EUA – Estoques de petróleo bruto (semanal)
  • 16h00 – Argentina – Índice de preços ao consumidor (ago)

Brasil

  • 09h00 – IBGE: IPCA (ago)
  • 11h30 – BC: oferta de até 40 mil contratos de swap cambial (US$ 2 bilhões), em rolagem
  • 14h30 – BC: Fluxo cambial (semanal)

Desempenho das moedas na sessão anterior

Na segunda (08), o dólar comercial (compra) fechou com variação de 0,1%, cotado a R$5,4167, após ter começado o dia cotado a R$5,4206.

O que influencia o dólar hoje?

A agenda desta quarta-feira traz como destaque os indicadores de inflação: o IPCA no Brasil e o PPI nos Estados Unidos. Os dados podem calibrar expectativas sobre o ritmo da política monetária em ambas as economias. Além disso, o mercado acompanha a votação no Senado americano da indicação de Stephen Miran ao Federal Reserve.

No cenário internacional, os investidores monitoram a evolução da guerra comercial e os desdobramentos geopolíticos no Oriente Médio. A União Europeia avalia impor tarifas adicionais sobre Índia e China, enquanto os EUA sinalizam medidas mais duras contra a Rússia. O petróleo segue pressionado pelas incertezas.

No Brasil, o ambiente político turbulento adiciona cautela ao mercado. Apesar disso, os agentes se concentram nos indicadores de inflação e nos sinais de que a curva de juros pode precificar cortes da Selic a partir de dezembro ou janeiro.

Inflação no Brasil e nos EUA

O IPCA de setembro será determinante para calibrar apostas sobre a política monetária no Brasil. A expectativa mediana é de deflação de 0,16%, após alta de 0,26% em agosto.

A composição do dado, especialmente os preços de serviços, será observada para avaliar a persistência inflacionária. Esse detalhe é crucial para projetar o ritmo de cortes da Selic.

Nos EUA, o índice de preços ao produtor também ganha relevância como indicador antecedente da inflação ao consumidor. Surpresas podem mudar a leitura sobre o espaço do Fed para ajustes de juros no último trimestre do ano.

Política monetária e curva de juros

No Brasil, os juros futuros seguem reagindo à combinação de inflação mais controlada e atividade em desaceleração. O mercado projeta queda entre dezembro e janeiro, mas o espaço pode aumentar caso os próximos dados confirmem tendência benigna.

Atualmente em 15%, a Selic é considerada muito restritiva, e encontra-se no nível mais elevado em quase duas décadas.

Nos EUA, a trajetória de cortes ainda depende da consolidação de dados fracos no mercado de trabalho e da evolução dos preços ao produtor e consumidor.

Tensões geopolíticas e comércio internacional

As incertezas globais continuam pesando. Os EUA tentam convencer a União Europeia a impor tarifas adicionais de até 100% sobre importações da Índia e da China para tentar fazer com que a Rússia pare a guerra na Ucrânia.

Nos EUA, a escalada de medidas contra a Rússia mantém pressão sobre cadeias globais de energia e alimentos.

Esses movimentos podem reacender a inflação global e reduzir o espaço de política monetária nos principais bancos centrais.

Petróleo e impactos globais

O petróleo opera pressionado pela combinação entre risco geopolítico no Oriente Médio e menor visibilidade sobre a demanda global.

As exportações russas seguem no centro do debate, com os EUA avaliando novas restrições que podem impactar a oferta mundial.

Para o Brasil, a valorização do petróleo representa ganho de receita para exportadores e a Petrobras, mas pode pressionar preços domésticos de combustíveis no médio e longo prazos.

Brasil: risco político e percepção externa

A postura firme do governo brasileiro diante das ameaças externas foi interpretada como tentativa de reafirmar soberania. Esse tom tende a manter os investidores cautelosos no curto prazo.

Apesar da volatilidade, a leitura dos analistas é que os dados de inflação seguirão mais relevantes para a precificação dos ativos locais.

Assim, a combinação entre cenário político turbulento e inflação em queda deve manter a postura defensiva dos mercados até maior clareza sobre juros e fiscal.