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Ibovespa sobe 0,46% e dólar cai 0,26% em dia de muita oscilação; guerra comercial volta a preocupar; juros caem

20 setembro 2019 - 19h43Por Angelo Pavini

O Índice Bovespa fechou em alta, de 0,46%, aos 104.817 pontos, em um dia de forte instabilidade com vencimentos importantes de mercados de derivativos nos EUA e sinais negativos na negociação entre autoridades americanas e chineses para pôr fim à guerra comercial entre os dois países. Hoje, o presidente Donald Trump também afirmou que não quer apenas um acordo com os chineses, mas um tratado de comércio completo, o que também pode complicar as negociações.

Hoje foi dia de vencimento quádruplo, ou “quadruple witching”, dos mercados de opções de ações e de índice e de futuros de ações e de índice nos EUA, e como muitos papéis brasileiros também são negociados em Nova York, a movimentação acaba mexendo com o mercado brasileiro. O volume negociado chegou a R$ 22,360 bilhões, bem acima da média de R$ 16 bilhões no ano, com forte presença de um banco americano no fim do dia comprando ações e vendendo dólar futuro. Isso ajudou a puxar o Ibovespa e derrubou o dólar, que chegou a atingir R$ 4,18 no mercado futuro da B3, mas recuou. No fim do dia, a moeda americana fechou em queda de 0,26%, vendida a R$ 4,15 no mercado comercial. Só esse banco americano teria vendido mais de R$ 3 bilhões em contratos futuros, derrubando o mercado e também o dólar à vista.

As bolsas abriram em ligeira alta, com a expectativa em torno do segundo dia de negociação entre autoridades chinesas e americanas e europeias. Mas, no meio da tarde, os chineses anteciparam seu retorno, suspendendo a visita que fariam a uma fazenda, o que foi visto como sinal de que as conversas não foram boas. Foi quando o dólar aqui disparou e o Ibovespa caiu, recuperando-se só no fim do dia.

Eletrobrás cai 5% com dificuldades na privatização

Um dos principais destaques no mercado nacional foi a desvalorização dos papeis da Eletrobrás, que perderam 5%, observa a Guide Investimentos. A queda expressiva se deve aos entraves relacionados a sua privatização, já que ontem o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), anunciou que não existe apoio suficiente no Senado para aprovar a venda da distribuidora.
Suzano e Klabin também caíram, em função de dois distintos, porém relacionados, fatores. Em primeiro lugar, o banco americano Goldman Sachs mudou sua recomendação de “comprar” para “neutro” para ambas as empresas. Além disso, o setor de papel e celulose tem demonstrado uma certa estagnação em função de uma menor demanda global, afirma a Guide.
Já a JBS, após ter recebido uma recomendação positiva do Banco Itaú, subiu 4%. A empresa que tem passado por dificuldades recentes. JBS foi a terceira maior alta do índice, atrás apenas de Braskem PNA, com 5,30% e Marfrig ON, 4,46%. Bradesco ON também subiu, 3,34%.

Maiores altas e baixas do índice

As maiores quedas do dia no índice foram de Eletrobras ON, 2,46%, Eletrobras PNB, 2,41%, Sabesp ON, 3,49% e Suzano ON, 3,30%.

Entre os papéis mais negociados, Petrobras PN caiu 1,06%, Vale ON subiu 0,21% e Bradesco PN, 1,76%.

Juro cai e fica abaixo de 5% até o fim do ano que vem

No mercado futuro de juros, as taxas voltaram a cair, acentuando o ajuste à nova expectativa de que a taxa Selic deve ficar abaixo de 5% ainda este ano. Os contratos para janeiro de 2020, que dão a projeção para a Selic deste ano, fecharam indicando 5,10% ao ano para a taxa, 0,01 ponto abaixo de ontem. Como o juro já passou a maior parte do ano em 6,5%, essa projeção quer dizer que os juros terão de cair muito mais para chegar nessa projeção.

Já o contrato que vence em janeiro de 2021, que dá a projeção até dezembro do ano que vem, fechou em 4,97%, abaixo dos 5% ao ano e 0,06 ponto percentual menos que ontem. O número mostra que o mercado estima uma taxa abaixo de 5% no ano que vem. A taxa só voltaria a subir em 2021, conforme indica o contrato que vence em janeiro de 2022, que fechou projetando 5,56% ao ano, 0,01 ponto percentual abaixo de ontem. Para janeiro de 2024, a taxa fechou projetando 6,45%, 0,11 ponto percentual de queda.

Os juros caíram também no Tesouro Direto, com o título prefixado (NTN-F) para 2025 pagando 6,71% ao ano, ante 6,73% ontem. Nos papéis pós-fixados corrigidos pela inflação, o juro real subiu de 3,48% para 3,49% mais IPCA, um pequeno ajuste.

Dow Jones cai 0,59% com guerra comercial

No exterior, o Índice Dow Jones fechou em queda de 0,59%, enquanto o Standard & Poor’s 500 perdeu 0,49% e o Nasdaq, 0,80%.

Na Europa, o Índice Euro Stoxx 600 fechou em alta de 0,29% com a maioria dos países em alta, com exceção do Financial Times, de Londres, que caiu 0,16% com as preocupações em torno da saída do país da União Europeia até 31 de outubro sem um acordo que suavize as mudanças. A expectativa é que o primeiro-ministro Boris Johnson se encontre com representantes europeus na Assembleia da Organização das Nações Unidas (ONU).

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