sexta, 19 de abril de 2024
Ibovespa futuro

Ibovespa futuro abre em alta com apetite ao risco no exterior; dólar cai 1%

28 agosto 2020 - 09h34Por Investing.com

Por Gabriel Codas - Investing.com - O índice futuro do Ibovespa inicia a sessão com valorização de 0,48% aos 101.445 pontos às 09h23, com o dólar comercial recuando 1,32% a R$ 5,4960.

O mercado deve ter dois focos de atenção nesta sexta-feira. O primeiro deles é o exterior, com o anúncio de mudanças na abordagem da inflação pelo Federal Reserve, com o mercado apostando na manutenção por mais tempo do atual intervalo de taxa básica de juros dos EUA. Isso deve aumentar o apetite pelo risco e levar o dólar à pior queda em um mês, mas o movimento é equilibrado com alguma cautela pela agenda recheada de indicadores, como os dados de inflação e gastos dos EUA, e pelo anúncio da renúncia do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, por problemas de saúde.

Aqui, a semana que seria marcada pelo Dia D de Paulo Guedes, que era esperado o anúncio oficial sobre o Renda Brasil e as outras medidas econômicas do Plano Pró-Brasil, termina com incertezas. Além disso, o governo deve anunciar a prorrogação do auxílio-emergencial a R$ 300. Os investidores devem também responder com cautela o repasse de R$ 325 bilhões do Banco Central para o Tesouro.

- Cenário Interno

IGP-M

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) subiu 2,74% em agosto, percentual superior ao apurado em julho, quando havia apresentado taxa de 2,23%. Com este resultado, o índice acumula alta de 9,64% no ano e de 13,02% em 12 meses. Em agosto de 2019, o índice havia caído 0,67% e acumulava alta de 4,95% em 12 meses.

“Nesta apuração, o índice de preços ao produtor respondeu pela aceleração do IGP-M. Entre as matérias-primas brutas, o destaque foi o minério de ferro, que subiu 10,82% e respondeu por quase 30% do resultado do IPA. Já entre os bens intermediários, a principal influência partiu dos materiais para a manufatura, cuja taxa passou de 0,84% para 2,66%. Por fim, entre os bens finais, vale destacar a aceleração da taxa dos alimentos in natura, a qual passou de -14,63% para -4,28%”, afirma André Braz, Coordenador dos Índices de Preços.

Transferência para o Tesouro

O governo aprovou nesta quinta-feira a transferência imediata ao Tesouro de 325 bilhões de reais do resultado cambial do Banco Central no primeiro semestre, após um pedido de 445 bilhões de reais que mirava para dar tranquilidade à gestão de curto prazo da dívida pública.

Na decisão, contudo, o Conselho Monetário Nacional (CMN) deixou a porta aberta para que mais recursos sejam repassados ao Tesouro, ainda neste ano, “caso haja necessidade”, conforme destacou o Ministério da Economia em nota.

No primeiro semestre, o BC registrou saldo positivo de 478,5 bilhões de reais com operações cambiais, composto por ganho de 535,8 bilhões de reais com reservas internacionais, diante da alta do dólar frente ao real, e perda de 57,3 bilhões de reais com swaps cambiais. A maior parte desse ganho é contábil, já que as reservas não foram majoritariamente vendidas, mas apenas marcadas a mercado conforme o novo patamar do dólar.

Com o repasse o Tesouro, portanto, o BC ficará com uma reserva de 153,5 bilhões de reais.

Covid-19

O Brasil registrou nesta quinta-feira 984 novos óbitos em decorrência da Covid-19, o que eleva o total de mortes pela doença no país a 118.649, de acordo com dados do Ministério da Saúde.

Segundo país mais afetado pelo coronavírus no mundo, atrás somente dos Estados Unidos, o Brasil também notificou 44.235 novos casos da doença, atingindo um total de 3.761.391 infecções confirmadas.

O ministério, que vê uma tendência de queda no número de casos da Covid-19 no país, afirmou na véspera que a alta contagem de infecções no país reflete uma maior realização de testes para a doença, indicando que cerca de 4,8 milhões de exames moleculares RT-PCR foram processados no país até o momento —consideradas as redes pública e privada.

- Cenário Externo

França

A poupança das famílias francesas disparou enquanto os lucros empresariais despencaram no segundo trimestre, quando a maior economia da zona do euro sofreu contração recorde devido ao coronavírus, mostraram dados oficiais nesta sexta-feira.

Uma das mais severas quarentenas da Europa levou a economia a contrair 13,8% no trimestre depois de já ter caído 5,9% nos três meses anteriores, disse a agência de estatísticas INSEE, confirmando leitura inicial.

Com a maioria das lojas, cafés e hotéis fechados de meados de março a 11 de maio, o dinheiro que não foi gasto neles elevou a taxa de poupança para um recorde de 27,4% da renda disponível, enquanto os gastos dos consumidores —tradicional motor da economia francesa —caíram 16,4% no trimestre.

Zona do euro

A confiança econômica da zona do euro aumentou em agosto pelo quarto mês seguido após queda recorde provocada pelas medidas de isolamento contra a Covid-19 em março e abril, mostrou nesta sexta-feira pesquisa da Comissão Europeia.

Embora permaneça bem abaixo dos níveis pré-crise e da média de longo prazo, o indicador mensal que mede a confiança na economia subiu a 87,7 pontos de 82,4 em julho, acima da expectativa de economistas em pesquisa da Reuters de 85,0 pontos.

A retomada, confirmando a recuperação gradual de maio, deveu-se principalmente ao maior otimismo no setor de serviços. Ele permanece em território negativo, mas subiu a -17,2 em agosto de -26,2 em julho.

BOLSAS INTERNACIONAIS

Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 1,41%, a 22.882 pontos. Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 0,56%, a 25.422 pontos. Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 1,60%, a 3.403 pontos. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, avançou 2,39%, a 4.844 pontos.

Os mercados de ações da Europa operam sem definição de rumo nesta sexta-feira. Em Frankfurt, o DAX tem queda de 0,15% aos 13.076 pontos, com o FTSE, de Londres, somando 0,06% aos 6.003 pontos. Já em Paris, o CAC tem avanço de 0,11% aos 5.021 pontos.

Em Nova York, o S&P 500 Futuros era negociado em alta de 12 pontos, ou 0,4%, o contrato Dow Futuros subia 158 pontos, ou 0,6%, enquanto o Nasdaq 100 Futuros tinha desempenho inferior, depois de negociar basicamente estável.

COMMODITIES

A jornada desta sexta-feira teve, mais uma vez, um movimento positivo para os preços dos contratos futuros do minério de ferro, que são negociados na bolsa de mercadorias da cidade de Dalian, na China. O ativo com o maior volume de operações, com data de vencimento para janeiro do próximo calendário, somou 1,40% para 832,50 iuanes por tonelada, o que representa ganhos de 11,50 iuanes em relação aos 821,00 iuanes de liquidação da véspera.

No mesmo sentido, o fechamento da semana de negócios teve como principal característica os ganhos nas cotações dos papéis futuros do vergalhão de aço, que são transacionados na também chinesa bolsa de mercadorias de Xangai. O contrato com mais liquidez, com entrega para o mês de janeiro de 2021, somou 9 iuanes para 3.734 iuanes por tonelada, enquanto que o de outubro deste ano, avançou 3 iuanes para 3.784 iuanes para cada tonelada.

MERCADO CORPORATIVO

- Petrobras (SA:PETR4)

A Petrobras informou nesta quinta-feira que fechou contrato com a Karavan SPE Cricaré para venda de sua participação em 27 concessões terrestres de exploração e produção, localizadas no Espírito Santo, denominadas Polo Cricaré, por 155 milhões de dólares, conforme fato relevante.

Do valor total, 11 milhões de dólares serão pagos na presente data, 26 milhões de dólares no fechamento da transação e 118 milhões em pagamentos contingentes previstos em contrato, disse a estatal.

Os valores não consideram os ajustes devidos e o fechamento da transação está sujeito ao cumprimento de condições precedentes, tais como a aprovação pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

“Essa operação está alinhada à estratégia de otimização do portfólio e à melhoria de alocação do capital da companhia, passando a concentrar cada vez mais os seus recursos em águas profundas e ultra profundas, onde a Petrobras tem demonstrado grande diferencial - competitivo ao longo dos anos”, disse a petroleira.

- Riachuelo (SA:GUAR3)

Riachuelo vai abrir no próximo dia 3 a primeira loja da Carter's no Brasil. A marca de roupas para bebês e crianças é conhecida dos brasileiros que viajavam para a Flórida, nos Estados Unidos. Os produtos da marca já eram vendidos nas lojas da Riachuelo.

A varejista fechou contrato de dez anos para representar a marca americana no País e tem a meta de abrir 60 lojas. O plano inicial era de dez lojas ainda em 2020, mas a pandemia desacelerou o ritmo. Neste ano, serão só três inaugurações. A primeira, no Shopping Ibirapuera, em São Paulo. As outras duas, a partir de outubro, no Shopping Eldorado, também em São Paulo, e no Shopping Botafogo, no Rio de Janeiro.

"Esse mercado (de roupas infantis) representa cerca de R$ 60 bilhões no Brasil e cresce de 6% a 7% ao ano", diz o presidente da Riachuelo, Oswaldo Nunes. Ele acredita que, mesmo com o dólar alto, a marca mantém seu apelo no Brasil.

- Etanol

A discussão em torno do fim de uma cota sem tarifa para importação de etanol pelo Brasil saiu de uma pauta de reunião da Câmara de Comércio Exterior (Camex) prevista para esta quinta-feira, segundo fontes do governo.

A cota expira ao final deste mês e se não for renovada, como quer o setor produtivo do Brasil, importações do produto de fora do Mercosul passariam a pagar a tarifa de 20%.

Uma reunião extraordinária, no entanto, ainda pode ser convocada para debater o tema, a depender da justificativa dada para a solicitação de urgência, ressaltou a fonte.

Na questão da tarifa de etanol, o governo brasileiro vive um dilema entre desagradar um poderoso lobby agrícola ou irritar um aliado importante, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que em ano de eleição vem sendo pressionado por produtores norte-americanos a demandar o fim da tarifa para importações do combustível pelo Brasil.

- IPO do BV

O BV, ex-Banco Votorantim, retomou os planos de listagem na bolsa paulista por meio de uma oferta inicial de recibos de ações (units), operação que havia sido cancelada em março, um mês depois de iniciada, devido aos efeitos da Covid-19.

O banco controlado pelo Grupo Votorantim e pelo Banco do Brasil (SA:BBAS3) informou nesta quinta-feira que pediu à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) registro de companhia aberta e para realizar uma oferta pública de primária e secundária de certificados de depósito de ações.

Os coordenadores da operação serão mesmos do pedido inicialmente feito em março: Goldman Sachs, JPMorgan, BB Investimentos, Itaú BBA, Morgan Stanley (NYSE:MS), Bank of America e UBS.

- Eletrobras (SA:ELET3)

A Eletrobras adiou um cronograma de demissões sem justa causa para a partir de 2 de janeiro de 2021, informou a empresa nesta quinta-feira, citando preocupações da sociedade e de funcionários com a pandemia de coronavírus.

Segundo comunicado da elétrica, a economia estimada em 251 milhões de reais que seria gerada com o programa de desligamentos neste ano será capturada somente em 2021.

“O custo estimado com os desligamentos será de 129 milhões de reais, proporcionando um ‘payback’ total de 0,51 real”, acrescentou a estatal.

- PagSeguro (NYSE:PAGS)

A empresa de pagamento PagSeguro anunciou nesta quinta-feira que teve lucro líquido de 296,3 milhões de reais no segundo trimestre, o que representa uma queda de 8,2% em relação ao mesmo período do ano passado.

Os pagamentos feitos por meio de canais da PagSeguro no período somaram 29,8 bilhões de reais, aumento de 11,4% ano a ano. E a base ativa de lojistas cresceu em 1,1 milhão em 12 meses, para 5,8 milhões.

Mas as receitas totais caíram 2,3%, para 1,357 bilhão, num período em que as operações foram frontalmente atingidas pelos efeitos da pandemia da Covid-19, cujas medidas de isolamento social decorrentes deixaram milhares de lojas físicas fechadas.

As receitas financeiras do trimestre com produtos como antecipação de recebíveis caíram 7,6% no comparativo anual, a 459,2 milhões de reais.

- Privatização dos portos de Santos e São Sebastião

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou nesta quinta-feira o consórcio vencedor para realizar os estudos para desestatização dos portos de Santos e São Sebastião, no litoral paulista.

O DAGNL, composto por DTA Engenharia (líder), Garin, Alvarez & Marsal e os escritórios de advocacia Lobo & De Rizzo e Navarro Prado Advogados, será responsável por avaliação, estruturação e implementação do projeto. Os membros do consórcio, que receberá 6,56 milhões de reais pelo serviço, não poderão participar do processo de concorrência pelos portos.

A expectativa do governo é de que o investimento privado amplie os investimentos nos portos, dando maior flexibilidade na gestão comercial, aumento da competitividade.

Embora os dois ativos sejam estudados simultaneamente, isso não significa que o modelo abrangerá ambos em conjunto.

AGENDA DE AUTORIDADES

- Jair Bolsonaro

A agenda do presidente da República recebe nesta sexta-feira o ministro Marcos Pontes (Ciência, Tecnologia e Inovações). Na parte da tarde, participa da celebração do Dia do Voluntariado.

- Paulo Guedes

Celebração do Dia Nacional do Voluntariado;

- Webconference Aço Brasil – Pós Covid-19 - preparando-se para retomada – situação atual e perspectivas da economia brasileira;

- Videoconferência com a Coalizão Indústria.

(Com contribuição de Reuters e Estadão Conteúdo)