O que são fundos imobiliários
Fundos de investimento imobiliário (FIIs) permitem a aquisição de cotas que representam ou a propriedade de imóveis ou ações de empresas do mercado imobiliário. Esse tipo de investimento se popularizou nos últimos anos no Brasil, pois oferecem a possibilidade de retornos mais altos que a renda fixa, mas geralmente têm menor volatilidade que ações na bolsa de valores. As recentes baixas na taxa básica de juros no Brasil, a Selic - hoje cotada a 3,75% a.a. - diminuíram a rentabilidade da renda fixa, o que levou investidores de perfil mais conservador a procurar ativos mais arriscados. Os fundos, ligados à economia real, se tornaram ainda mais populares com esse movimento. “O investidor via por todo lado o direcionamento de se expor a mais riscos e inferir ganhos melhores”, explica Gabriel Ribeiro, head de produtos da Messem Investimentos. “Ele foi ao mercado buscar essas alternativas e se encontra nos FIIs. Olha para o tijolo (imóveis físicos para locação), para o shopping, e pensa: ‘sou dono de uma fração disso.’”Ifix em queda, shoppings em crise
Entre as categorias de fundos imobiliários, os ativos de shoppings têm chamado atenção recente do mercado e consultoras, mas de uma forma negativa. A pandemia de Covid-19 levou governos a tomarem medidas de prevenção que afetam diretamente shoppings centers: além das políticas de isolamento social, que tiram consumidores das ruas, também foi determinado o fechamento de comércios de produtos considerados não essenciais. E o mercado está de olho nisso: em revisão extraordinária, a XP Investimentos retirou todos os ativos de shoppings da sua carteira de Fundos Imobiliários de março, com exceção da XP Malls. O autor do relatório, Renan Manda, explica que a decisão se baseia em adotar um posicionamento mais “conservador” no curto prazo e aumentar o peso de papéis que apresentem menos risco e volatilidade. “Medidas preventivas podem gerar um impacto mais relevante nos fundos imobiliários de shopping centers devido à diminuição brusca e prolongada do fluxo de pessoas, o que poderia afetar a capacidade de pagamentos dos lojistas inquilinos, resultando em descontos eventuais e inadimplência mais alta”, diz.