As bolsas abriram hoje com pequenas altas, acompanhando atentamente o cenário de desaquecimento da economia mundial e a guerra comercial entre Estados Unidos e China, que voltou a preocupar. Ontem, o conselheiro de Donald Trump, Michael Pillsbury, deu uma entrevista a um jornal chinês afirmando que as tarifas sobre bens chineses podem chegar a níveis entre 50% a 100% se não houve um acordo. Hoje, representantes chineses se encontram em Washington pelo segundo dia com autoridades americanas para preparar o encontro de alto escalão previsto para o início de outubro. “Até lá, os mercados devem seguir reagindo às novidades em torno do tema”, afirma a Guide Investimentos.
Outros focos de atenção serão as declarações de representantes do Federal Reserve (Fed, banco central americano) sobre as taxas de juros. A expectativa é de alguma sinalização se haverá um novo corte nas taxas, ou se a redução desta semana, de 2% a 2,25% para 1,75% a 2% ao ano, foi a última do ano. Hoje, James Bullard, do Fed de Saint Louis, disse que a divisão entre os dirigentes do Fed sobre cortar os juros se deu em função da preocupação com o desaquecimento da economia americana. Bullard defendia um corte mais alto, de 0,5 ponto, pois vê a economia se desaquecendo demais. Outra preocupação é com o aperto de liquidez no mercado de overnight americano, que fez a taxa de curto prazo disparar e atingir 9% ao ano, obrigando o Fed a emprestar recursos para os bancos para acalmar os mercados.
Hoje também é o dia do vencimento quadruplo dos mercados americanos de opções de ações, opções de índices, futuros de ações e futuros de índices, o que deve aumentar a instabilidade dos preços.
Na Europa, os investidores se animaram com as declarações Jean-Cloud Junker, presidente da Comissão Europeia, de que é possível ainda um acordo para a saída do Reino Unido da União Europeia de maneira ordenada, apesar da posição do primeiro-ministro britânico Boris Johnson, que defende o rompimento sem acordo.