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Economatica: Ibovespa registra queda trimestral histórica em 2020

01 abril 2020 - 16h47Por Redação SpaceMoney

Ao fim do 1º trimestre de 2020, o Ibovespa perdeu 36,86% de seu valor nos últimos três meses - é a maior queda trimestral da história do índice. Para efeito de comparação, em 2008, durante a Crise do Subprime, a bolsa brasileira caía 24,2% no 4º trimestre. Os dados são da Economatica, que divulgou hoje (1) os balanços do Ibovespa no primeiro trimestre de 2020. Março foi o pior mês até agora, quando o Ibovespa tombou 29,91%. Em 2008, o pior mês foi outubro, caindo 24,8%. Na comparação mês a mês, é uma diferença de 20%. Já o dólar comercial fechou o último mês cotado a R$ 5,19, com valorização trimestral de 28,98%. "Mesmo com a desvalorização do real, foi possível manter a taxa Selic em patamares baixos, representando um lado até positivo para o câmbio", explica Sérgio Brito, sócio da Ipê Investimentos.

Petrobras perdeu R$ 223,6 bilhões em valor de mercado

As empresas de capital aberto brasileiras registram queda de R$ 1,56 trilhão no ano, sendo que a queda em março totalizou R$ 1,18 trilhão, diz o levantamento. Entre as 281 empresas listadas na B3, a bolsa brasileira, a companhia que perdeu mais valor de mercado foi, de longe, a Petrobras. Entre o início deste ano até o dia 31 de março, a petrolífera já tinha acumulado perda de R$ 223,6 bilhões. Bancos também foram atingidos. Bradesco, Itaú Unibanco, Santander, Banco do Brasil e BTG Pactual perderam valor nominal. O destaque é o Bradesco, que está logo atrás da Petrobrás, com prejuízo de mais de R$ 123 bilhões. Brito, da Ipê Investimentos, comenta que "se teve queda acentuada do valor de mercado de empresas com muitos ativos, como a Petrobras". Já os bancos chamam a atenção porque representam 30% do índice, diz.

Consumo, bens não essenciais e viagens tombaram

Apenas quatro ativos registraram retorno positivo entre o início do ano e o fim de março, e  a companhia cujas ações registraram melhor desempenho no primeiro trimestre foi a Comgás. Os papéis valorizaram 24,94% em 2020, e a empresa saiu na frente. As ações ordinárias da Telefônica Brasil, que opera a Vivo, valorizaram mais de 5%, seguidas de Biosev e João Fortes com retorno positivo. Do outro lado, os setores de consumo e viagens foram os que mais registraram prejuízo em 2020, destaca Brito. CVC, Gol, Smiles e Azul desvalorizaram mais de 60% no primeiro trimestre, assim como companhias de consumo: Marisa, Mills e C&A também registraram retorno negativo em 2020. O sócio da Ipê Investimentos deve parte das quedas pela redução de consumidores nas ruas, devido às medidas de mitigação do coronavírus. A amostra da Economatica considera ações com volume financeiro médio diário superior a R$ 1 milhão em 2020.

Em Wall St, subprime ainda supera coronavírus

O primeiro trimestre de 2020 marcou as bolsas nova-iorquinas S&P 500, Nasdaq e o índice Dow Jones. Mas ao contrário do Brasil, os tombos do ano ainda não superaram as quedas registradas em 2008. O S&P500 teve queda de 20% no período, enquanto Nasdaq caiu 14,18%. Já o Dow Jones registrou perdas de 23,2%.