terça, 23 de abril de 2024
SpaceDica

"Comida não pode ser artigo de luxo": veja como uma família de baixa renda dribla a alta dos preços

Acompanhamos a rotina de compras de uma diarista para sua família e constatamos que alguns itens, como carne e leite, aos poucos deixam de ser consumidos, enquanto há procura pelo que está na "xêpa"

28 outubro 2021 - 15h02Por Lucas de Andrade

Basta uma ida ao supermercado para que os dados estatísticos sobre a inflação dos alimentos — em setembro, o IPCA-15, que mede essa categoria, bateu 10% em doze meses — sejam de pronto traduzidos para uma realidade tão difícil quanto comum, enfrentada por milhões de brasileiros. 

Se a fome não golpeia fatalmente quem ainda pode ir às compras Brasil afora, por medo dela muitas famílias se viram como podem e ajustam seus limitados orçamentos para sobreviverem por mais algumas semanas.

E assim, sem poderem prever o que vai ser do futuro, tanto pela alta dos preços quanto pela instabilidade de seus trabalhos, muitos brasileiros, sem segurança financeira, arriscam tudo o que têm pelo hoje, com pouco a garantir para o amanhã.

Família Ribeiro, tipicamente brasileira

Uma dessas famílias se representa em Vera Lúcia Santos, 54, diarista, e Rogério Ribeiro, 56, autônomo. Os dois estão em seu segundo matrimônio, são casados há 28 anos e pais de dois filhos - uma jovem de 22 anos e um rapaz de 16 anos, ambos estudantes, que moram com eles e optaram por manter seus nomes em sigilo.

A família reside em Nova Iguaçu, na região metropolitana do Rio de Janeiro, há cerca de oito anos. Chegaram à cidade após o casal passar mais de vinte anos na cidade de São João da Barra, na Região dos Lagos, depois que o negócio da família — um minimercado — fracassou. 

“Abriram um concorrente de mais nome e mais porte bem perto da nossa lojinha, que já estava no vermelho. Daí precisamos vir para cá e ficar perto de outros familiares nossos que nos ajudaram muito”, conta Vera Lúcia.

A partir da história de vida dessa família, a SpaceMoney quis entender como a escalada da inflação mexe com o bolso dos brasileiros.

Propusemos a Vera Lúcia que nos encontrássemos no supermercado do bairro onde vivem em, pelo menos, três ocasiões, para que observássemos juntos a flutuação dos preços e como a família Ribeiro se vira para dar conta de toda essa instabilidade.

“Eu vou a esse mercado nem tanto pelos preços, que às vezes são um pouco salgados, mas porque posso ir a pé e poupo o que gastaria de passagem para ir aos mercados mais baratos no centro da cidade”, diz. No bairro periférico onde a família Ribeiro reside, há ainda dois minimercados e três padarias.

Quanto ao nosso cronograma, ele só foi possível porque, assim que apresentamos essa sugestão de pauta, Vera Lúcia nos contou que já não ia mais às compras apenas uma vez por mês. 

“Por não recebermos mais salário integral, nem eu nem meu marido conseguimos separar um dia para fazer uma grande quantidade de compras. Então, quando entra um dinheirinho e eu percebo que faltam algumas coisinhas, logo vou ao mercado”, conta. 

E assim o fizemos nos dias 20 e 30 de setembro e, pela terceira vez, na última sexta-feira, 8 de outubro. A diarista ainda me disse ter ido ao supermercado mais algumas vezes, durante esse período, para fazer compras pontuais.

E lá vem a inflação

No dia do nosso mais recente encontro, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou os dados do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que apontaram que a inflação ficou em 1,16% em setembro, a maior taxa para o mês desde o início do Plano Real, em 1994, e que representa um acúmulo de 10,25% em doze meses.

O indicador foi criado em 1979 para medir a variação dos preços de um conjunto de produtos e serviços vendidos no varejo e consumidos pelas famílias brasileiras, com o objetivo de abranger 90% das pessoas que vivem nas áreas urbanas do país.

São alvo da metodologia do IPCA as famílias com rendimentos de 1 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a sua fonte de renda. Para chegar ao índice de inflação, são coletados os preços entre os dias 1º e 30 de cada mês em lojas e estabelecimentos de prestação de serviços, concessionárias de serviços públicos (como água ou energia elétrica), além da internet.

Já o IPCA-15 segue a mesma metodologia, com a diferença do período de coleta, que vai do dia 16 do mês anterior ao dia 15 do mês seguinte. Esse indicador começou a ser divulgado a partir de maio de 2000.

Mas, para quem mora na cidade do Rio de Janeiro, a situação se complica um pouco mais. No mês passado, o aumento de preços na capital superou a média nacional, e atingiu 1,22%. A mesma taxa tende a valer para os municípios vizinhos, como o caso de Nova Iguaçu. 

A cebola (29,5%), o frango em pedaços (27,0%) e a batata inglesa (17,8%) foram os itens que mais apresentaram alta nos últimos doze meses no estado. Questionada se deixou de comprar alguns desses itens, Vera Lúcia negou. 

“Do franguinho eu não posso abrir mão. Meu filho e meu marido, por exemplo, gostam muito. Mais do que de outras carnes. E comida sem cebola? Nem pensar. Não tem gosto, sabe? Já a batata, hoje, por exemplo, eu consegui comprar ainda, mas nem sempre tô de olho. Eu sabia que tinham subido muito [os preços], mas não tinha parado para pensar que esses eram os maiores vilões”, conta.

A feirinha que alivia o bolso

A batata inglesa, no entanto, não foi adquirida no supermercado naquele dia. Às sextas-feiras, a principal rua de movimento no bairro onde a diarista vive fecha para que seja realizada, das 6:00 às 15:30, uma tradicional feirinha ao ar livre que ocorre há mais de cinquenta anos. Geralmente, por lá, Vera Lúcia consegue encontrar alguns preços mais em conta.

Mais baratos ainda são os produtos que ela consegue levar para casa na “hora da xêpa”, quando vendedores de verduras, frutas e legumes abaixam os preços dessas mercadorias já próximo ao encerramento das atividades da feira. Por costume, ofertam-se nesse momento também os produtos “que sobraram”, em grande parte perecíveis, que têm uma aparência não muito apetitosa.

Para contradizer o senso comum, Vera Lúcia afirma que “se [o consumidor] souber procurar, vai achar e vai ficar tão bom quanto o gosto de algum produto que esteja mais bonitinho”. Ela brinca: “Se ele estiver um pouquinho mais feinho, talvez seja o alimento mais gostoso”.

A diarista conta que na sexta-feira (8) ganhou R$ 250 por quatro dias de serviços de limpeza prestados a um casal aposentado que receberia a família no feriado prolongado de Nossa Senhora Aparecida. “Esse dinheirinho caiu do céu”, diz após explicar que esse valor foi o maior volume que recebeu por um único lugar onde trabalhou nos últimos cinco meses.

Com a quantia, foi possível que ela fosse à feira bem na hora da xêpa, onde comprou, além das batatas inglesas, frutas - algumas foram banana, laranja, pêra, maçã e melancia -, alface, couve-flor, pimentão, peixes e até um controle remoto para a televisão da sala de estar, já que o atual “estava aos pedaços”. E ainda sobrou uma maior parte para ir até ao mercado. Mas o que restou assusta: apenas R$ 150.

Preço do pimentão subiu 96,34% de setembro de 2020 a setembro deste ano, segundo o IBGE.

Só o preço do pimentão, comprado por Vera Lúcia, disparou 96,34% em doze meses no país, segundo o IBGE. “Com isso você vê, meu filho, não significa que a feira por si valha a pena, mas se eu for comparar com o mercado, eu ainda consigo poupar um pouquinho que seja”, explica.

Para que nada fique para trás

No supermercado, a diarista priorizou alguns itens que não foram comprados nas duas vezes em que nos encontramos anteriormente. Vera Lúcia, pouco a pouco, nos informa sobre os produtos cujos preços têm aumentado com certa frequência no último ano.

“Eu vou levar esse leite em pó, mas olha só: essa já não é a marca mais conhecida, mas eu me lembro de conseguir encontrá-lo, no máximo, até R$ 7,80. Olha o preço hoje: R$ 10,65”, diz. Duas das marcas mais famosas de leite em pó, no dia, estavam a R$ 11,65. “Você vê até que tem mais deles nas prateleiras”, observa.

O leite em pó compensa o leite líquido, que tem aparecido menos na casa da família Ribeiro. “Antigamente, ainda valia a pena comprar aquelas caixas com doze unidades, aquilo vinha no máximo a R$ 30. Hoje em dia, eu compro quando falta de verdade”. Um litro de leite, de uma marca mais famosa, custava R$ 3,89 naquela ocasião. 

Vera Lúcia se preocupa ainda com outros itens que estão prestes a acabar na despensa de casa. “Eu vou ter que levar o óleo de soja. Essa marca também, olha: R$ 7,59. Eu acho um absurdo como o óleo disparou nesses anos todos. O óleo da melhor marca mal chegava a R$ 3,00 há algum tempo”, diz.

A diarista ainda leva outros produtos como peças de presunto e queijo, para a família comer nas refeições pela manhã e pela tarde. São adquiridos alguns itens como iogurte, pães e congelados, caso alguém a chame para prestar serviços e os filhos não tenham o que comer. O resultado da compra foi R$ 75,56.

“Não comprei quase nada para falar a verdade”, ela diz e ri. “Ainda bem que o Rogério deve concluir a obra com os meninos daqui uns dias e um dinheiro a mais pode ajudar lá em casa”, complementa. O marido trabalhava na reforma de uma casa desde 27 de setembro, junto a outros dois ajudantes, com quem dividiu o pagamento que recebeu. 

A renda de seu Rogério, após o pagamento, deve girar em torno de R$ 450 por uma obra que pegou no município vizinho, Queimados (RJ). Entretanto, ele havia recebido 50% como adiantamento do serviço. Esse dinheiro foi importante para ajudar Vera Lúcia a fazer as compras de 30 de setembro. “Daquela segunda vez que ainda viemos aqui, muita coisa ainda tem lá em casa. Deu uma aliviada boa, até”, relata.

Mais dinheiro, mais um pouquinho de planejamento

Naquela ocasião, Vera Lúcia estava mais bem planejada. “Vim com papel e caneta, com encarte. A gente precisa fazer uma boa pesquisa dessa vez porque amanhã eu vou estar direto num servicinho que eu peguei por R$ 30 e não vou poder dar uma olhada em outro lugar”, contou.

Além dos R$ 225 garantidos por seu Rogério, Vera Lúcia ainda detinha pouco mais de R$ 80 restantes de outros serviços que prestou. “Eu faço assim mesmo. De pouquinho em pouquinho, a gente estica um dinheirinho e vê até onde vai dar. Com R$ 300 hoje se compra quase nada, de verdade, mas a gente se vira”.

No nosso segundo encontro, Vera Lúcia focou em produtos de limpeza e de higiene, que estavam em falta dentro de casa como detergentes, papéis higiênicos, sabão em pó e limpadores perfumados. “Não faz muito tempo que esses produtos pegavam muito pouco do dinheiro que a gente trazia no supermercado, mas hoje em dia isso mudou muito”.

Pega a dica: O mais barato também pode ser o melhor. Pesquise!

O sabão em pó que a diarista adquire, de uma das marcas mais populares, custou R$ 8,99. Outros, entretanto, ultrapassaram a casa dos dois dígitos. Perguntei a ela se virou um hábito procurar por produtos menos reconhecidos e mais baratos durante as compras. 

“Eu já fazia essa procura porque o mais barato não significa ser pior. Até pode ser o contrário. Pela experiência do nosso mercadinho, eu sempre soube disso. Tem produtos de marcas mais em conta que eu gosto mais, mas eu te diria que hoje o meu olho vai mais pelo preço mesmo”, diz.

Estratégia de quem produz?

A revolta de Vera Lúcia foi mesmo com o achocolatado. “Repare bem: Eles toda vez reduzem de graminha em graminha o total da latinha, já percebeu? E eles ainda mudam o formato da embalagem para parecer que tem mais pó. Quem for mais desavisado nem percebe, mas um achocolatado de 370g a R$ 6,99?”, questiona. 

Entretanto, a diarista põe o produto no carrinho. “Meus filhos gostam. Não tomam café da manhã sem, então eu levo. Mas eu acho um desrespeito com o consumidor e eu observo isso já faz um tempo”.

Quando o mercado não compensa

Dessa vez, passamos também pela seção dos ovos, em que um grande cartaz anunciava uma “super promoção” de 20 ovos por R$ 8,99. “Você sabe, na rua passam aquelas kombis que vendem até 30 ovos por R$ 10. Comprar ovos dentro de supermercado nunca compensou para ninguém”, diz. “Lá em casa deve ter uns 40 ainda desde a última vez que eu comprei com o carro, há uns cinco dias”, ressalta.

Vera Lúcia ainda procurou por peças de carne no supermercado. No horário em que fomos no dia 30 de setembro, o açougue mais próximo já estava fechado, mas a diarista não quis adiar a compra das proteínas para outra data. “Aqui eu já venho preparada. Eu sei que os preços são absurdos”, desabafa ao chegar na seção.

E as carnes nas alturas

Chã de dentro, patinho e lagarto custavam R$ 37,47 o quilo. O acém e a pá eram as carnes mais em conta: R$ 25,75. “O que você acha que eu vou conseguir levar?”, indaga. Salsichas, por exemplo, estavam a R$ 8,73. “Eu nem gosto muito do sabor disso, mas um dia só não mata ninguém. Eu levo para ter o que misturar com feijão e arroz, entende?”.

O filé de peito, a R$ 15,96, também entrou no carrinho de Vera Lúcia.

E ainda tem o peso das compras...

Em 30 de setembro, Vera Lúcia se poupou de comprar mais itens, tanto pelo horário — a uma hora das portas do mercado se fecharem — quanto pelo peso, já que não aguentaria carregar muitos produtos a pé até sua casa. 

“Como eu te falei antes, há coisas que ficam para outro dia porque a gente não tem como dar conta de levar e também porque talvez o preço possa cair um pouquinho, mas isso quase nunca acontece. Fico de olho mesmo quando o mercado anuncia promoção”, diz.

Com otimismo e jeitinho

A constância dos nossos três encontros foi o sorriso de Vera Lúcia. Ir ao mercado poderia significar algum tipo de estresse, devido a alta dos preços, mas, para ela, significava também uma vitória. Aquele momento mostrava que o dinheiro do árduo trabalho da família iria para o sustento de todos.

“Eu entro e sei que muita gente não pode vir aqui com a mesma frequência. Eu vejo toda vez que os carrinhos das pessoas já não estão tão cheios quanto antes. Que vêm cada vez mais pessoas de uma mesma família para ajudar a levar as compras a pé. Que as pessoas estão mais cansadas com a necessidade de usar a máscara aqui dentro, mas ainda conseguem vir comprar”, conta, logo em nosso primeiro encontro, no dia 20 de setembro.

Pega a dica: Não compre pacotes maiores de 5kg!

Esse foi o dia em que Vera Lúcia nos revelou alguns truques para seguir com as compras, sem deixar que os alimentos estraguem em casa ou que o bolso pese mais do que o normal por algum produto tão caro. 

“Olha, eu, por exemplo, não compro mais aqueles pacotes de cinco quilos de arroz. Não compensa. Meu marido, às vezes, não come em casa por causa do trabalho. Meus filhos gostam de arroz, mas em pouca quantidade. Com o preço que está não compensa”, relata.

A estratégia que Vera Lúcia adotou foi comprar eventualmente os sacos de um quilo e acompanhar durante a semana se outros precisarão ser adquiridos. “Eu vou levar hoje dois, estão a R$ 3,42 o quilo. Um saco de cinco quilos de marca desconhecida custa R$ 17,95. Eu espero não ter que voltar antes do previsto, porque sábado (18) já havia faltado e ficamos só com os congelados”, diz.

A diarista leva ainda apenas um quilo de feijão. “Agora, repara, eu nem via essa marca antes por aqui, mas já destacaram que está em super promoção. Um quilo de feijão a R$ 5,99! Isso porque a outra marca ali custa R$ 6,99. Feijão — não faz muito tempo — era muito caro se passasse de R$ 3”, conta.

“Eu não posso deixar de comprar, poxa. Um alimento tão básico que infelizmente até ele falta a muita gente”, lamenta.

Pega a dica: Não faça compras aos sábados!

Segundo Vera Lúcia, há uma coisa que todo mundo deveria fazer: evitar ao máximo a ida aos supermercados nos dias de sábado. “Se puder evitar, evite. Os preços disparam no sábado. Eu não entendo o porquê. Tudo encarece. Parece que eles sabem que nem todo mundo pode vir durante a semana e puxam os preços lá para cima”, diz.

Uma renda para gastos necessários cada vez mais caros

Vera Lúcia diz que boa parte da renda familiar vai para a compra de alimentos, mas diz que esse desafio tem sido mais difícil a cada dia. 

A família conta, hoje, com um rendimento mensal abaixo da média nacional: de R$ 2.433, o menor patamar desde 2017 e uma queda de 7,0% na comparação anual. Em setembro passado, esse valor era de R$ 2.613, segundo a pesquisa IDados, que utilizou informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad). 

“Com muito esforço, deve entrar quase R$ 2.000, não sei dizer exatamente. Mas com muita luta nossa, mesmo! Às vezes, consigo um serviço em dois lugares no mesmo dia. O Rogério consegue, de vez em quando, aqueles serviços de ‘faz-tudo’ e a gente se vira”, conta Vera Lúcia. Mas os alimentos não são a única aflição da renda familiar.

“Meus filhos estudam em modo remoto. A mais velha, na universidade pública, e o mais novo por uma escola em que entrou como bolsista integral. Daí a gente já não pode abrir mão da internet”, relata.

Outro desafio está na energia elétrica. “A bandeira vermelha vem nas alturas. Mas o que eu vou poder fazer? Meus filhos precisam do roteador, do computador. A geladeira precisa estar ligada para os alimentos não estragarem. Lá em casa, graças a Deus, eles ainda têm a consciência de não deixar outras coisas ligadas quando não estão usando, mas outras precisam estar na tomada o tempo todo”.

Comida não pode ser sinônimo de luxo

Nesse mesmo dia, perguntei a Vera Lúcia se alguns itens da cesta básica se tornaram um luxo do qual a família precisou abrir mão. 

“Refrigerantes de dois litros a R$ 11,00, com certeza, não entram mais em casa há meses. E não tem aquela coisa de ‘ah, está caro no supermercado, mas lá no barzinho da esquina está em conta!’. Não! Eles estão caros em todo lugar”, afirma.

“Por um lado, a gente abre mão de um ‘veneno’ para a saúde, mas não por vontade própria e sim por força maior. Você perde a oportunidade de comprar o que quer com o seu dinheiro porque tudo encarece. Essas coisas são tristes. Nada deveria ser visto como um luxo para ninguém. Comida não pode ser vista como artigo de luxo”, desabafa.