sábado, 27 de abril de 2024
Ibovespa futuro

Com exterior indefinido, Ibovespa futuro começa a segunda em queda

20 julho 2020 - 09h37Por Investing.com

Por Gabriel Codas - Investing.com - O índice futuro do Ibovespa inicia a semana operando com desvalorização de 0,2% aos 102.980 pontos às 09h29, enquanto que o dólar cai 0,45% a R$ 5,3608.

Os mercados ainda não definiram os rumos nesta segunda-feira, com os índices futuros de Wall Street em leve queda, na esteira da alta de contaminados por Covid-19 em estados como a Flórida, a temporada de balanços e discussões no Congresso sobre um novo pacote de ajuda econômica.

Na Europa, o foco está nas negociações dos líderes das 27 nações da União Europeia em chegar a um consenso quanto ao socorro de 750 bilhões de euros para o pós-pandemia, que deve manter os índices pressionados. Os investidores também reagem à manutenção das taxas básicas de juros pelo Banco da China.

- Cenário Interno

Covid-19

O Brasil registrou neste domingo 23.529 casos confirmados de coronavírus e 716 mortes, informou o Ministério da Saúde.

No domingo passado, o ministério havia divulgado 631 óbitos pela Covid-19 e 24.831 casos no dia.  O país, que só perde para os Estados Unidos em números da doença, acumula desde o início da pandemia 2,098 milhões de registros de Covid-19, com um total de 79.488 mortos.

Segundo o ministério, 1,37 milhão de pessoas pegaram a doença, mas já se recuperaram, enquanto 647.672 pessoas que contraíram o coronavírus estão sob acompanhamento médico.

- Cenário Externo

Zona do euro

A chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou nesta segunda-feira esperar que os líderes da União Europeia alcancem um acordo sobre um plano de estímulo devido ao coronavírus de 1,8 trilhão de euros.

“Trabalhamos em uma estrutura para um possível acordo na noite passada, após longas negociações”, disse Merkel a repórteres ao chegar para o quarto dia de discussões em Bruxelas.

“Isso é progresso e dá esperança de que um acordo pode ser alcançado hoje”, completou.

Surgiram nesta segunda-feira sinais de que líderes dos países do norte da União Europeia estão dispostos a se comprometer com um plano de estímulo devido ao coronavírus de 1,8 trilhão de euros conforme as negociações em Bruxelas chegam ao quarto dia.

Divididos e lentos em responder no início do surto de coronavírus na Europa, líderes da UE acreditam que agora têm uma chance de se redimir com um plano de ajuda que mostrará aos europeus que o bloco pode reagir a uma crise.

Mas ressurgiram antigos ressentimentos entre países menos afetados pela pandemia e países endividados como Itália e Grécia, cujas economias estão em queda livre.

Japão

As exportações do Japão caíram a um ritmo de dois dígitos pelo quarto mês consecutivo em junho, mais um sinal de que a crise do coronavírus levou a economia do país à sua pior recessão pós-guerra, elevando temores sobre uma crise global mais longa e dolorosa.

Os embarques japoneses para os Estados Unidos caíram quase pela metade novamente devido à queda na demanda por carros e autopeças, enquanto as exportações para a China permaneceram fracas, apontando para a ausência de um forte motor de crescimento para a economia mundial.

Dados do Ministério das Finanças do Japão mostraram nesta segunda-feira que as exportações do país despencaram 26,2% em junho em relação ao mesmo período do ano anterior, contra declínio de 24,9% esperado por economistas em uma pesquisa da Reuters. A contração desacelerou ligeiramente em relação à queda de 28,3% do mês anterior — a pior queda desde setembro de 2009.

China

A China manteve sua taxa de empréstimo referencial pelo terceiro mês seguido nesta segunda-feira, como esperado pelo mercado, em meio a sinais de que a segunda maior economia do mundo está se recuperando da pandemia de coronavírus.

A taxa de empréstimo primária de um ano (LPR) CNYLPR1Y=CFXS permaneceu em 3,85%, enquanto a LPR de cinco anos CNYLPR5Y=CFXS foi mantida em 4,65%.

A maioria dos empréstimos novos e pendentes são baseados na LPR, enquanto a taxa de cinco anos influencia as hipotecas.

Trinta e quatro de 36 participantes em pesquisa da Reuters esperavam manutenção da LPR depois que o Banco do Povo da China manteve o custo do instrumento de empréstimo de médio prazo (MLF) na semana passada.

BOLSAS INTERNACIONAIS

Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 0,09%, a 22.717 pontos. Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 0,12%, a 25.057 pontos. Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 3,11%, a 3.314 pontos. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, avançou 2,98%, a 4.680 pontos.

As bolsas europeias operam com rumos distintos nesta segunda-feira, com o DAX< de Frankfurt, somando 0,41% aos 12.974 pontos, com o FTSE, de Londres, recuando 0,46% aos 6.261 pontos. Já o CAC, de Paris, avança 0,06% aos 5.072 pontos.

Em Nova York, o S&P 500 Futuros era negociado em baixa de 0,21%, o Nasdaq Futuros subia 0,24%, e o contrato Dow Futuros caía 0,25%.

COMMODITIES

O primeiro dia útil da semana foi marcado por uma nova leve queda nos preços dos contratos futuros dos contratos futuros do minério de ferro, que são negociados na bolsa de mercadorias da cidade de Dalian, na China. O ativo com o maior volume de operações, com data de vencimento para o mês de setembro do presente calendário, cedeu 0,31% aos 817,00 iuanes por tonelada, o que representa um recuo de 2,50 iuanes em relação aos 819,50 iuanes de liquidação de sexta-feira.

Na mesma direção, a jornada desta segunda-feira teve como principal característica a desvalorização dos preços dos papéis futuros do vergalhão de aço, que são transacionados na também chinesa bolsa de mercadorias de Xangai. O contrato com o mais volume, com data de entrega para outubro deste ano, perdeu 10 iuanes para 3.701 iuanes por tonelada, enquanto que o de janeiro de 2021 caiu 11 iuanes para 3.564 iuanes para cada tonelada.

No caso do barril do petróleo, os preços internacionais tem um novo começo de dia negativo. O Brent, referência de Londres, cede 0,58%, ou US$ 0,25, a US$ 42,89. Já o WTI, negociado em Nova York, perde 0,56%, ou US$ 0,23, a US$ 40,52.

MERCADO CORPORATIVO

­- Oi (SA:OIBR3), Vivo (SA:VIVT4), TIM (SA:TIMP3) e Claro

A italiana TIM, a Telefonica (MC:TEF) Brasil e a America Movil SAB de CV’s apresentaram uma proposta conjunta pela unidade móvel da operadora Oi SA (SA:OIBR3), segundo documentos apresentados pelas empresas neste sábado.

As empresas de telecomunicações disseram que pediram à Oi o direito de cobrir potenciais propostas que a empresa brasileira possa ter recebido pelos ativos.

Segundo duas fontes com conhecimento do assunto, houve uma segunda proposta de um investidor estratégico estrangeiro com pequena presença no Brasil.

Para escolher o vencedor, a Oi nao levara em conta apenas o valor da proposta mas também qual grupo pode garantir aprovação dos órgãos reguladores para o negócio mais rapidamente.

A Oi disse que recebeu mais de uma proposta pela sua unidade móvel, mas não revelou a identidade dos candidatos ou o número de propostas.

A Oi estabeleceu um preço mínimo de 15 bilhões de reais pelos seus ativos móveis. A empresa quer usar os rendimentos da venda para financiar o crescimento da sua banda larga de fibra ótica e pagar dívidas, tentando escapar da proteção de insolvência. Não ficou claro se a proposta cobriu o preço mínimo.

- Petrobras (SA:PETR4)

A Petrobras informou que teve negado recurso contra uma decisão da Corte Federal do Texas que confirmou no ano passado sentença arbitral desfavorável à companhia em uma disputa com as empresas Vantage Deepwater e Vantage Deepwater Drilling.

A decisão, que envolve arbitragem movida pelas empresas devido a um contrato de serviços de perfuração obtido mediante corrupção, conforme revelado pela Operação Lava Jato, “não tem impactos financeiros à companhia”, disse a Petrobras em comunicado ao mercado nesta sexta-feira.

“As empresas do Grupo Petrobras envolvidas no litígio já haviam feito o pagamento da sentença em 21/06/2019. A Petrobras está avaliando a decisão, assim como a possibilidade de interposição de recurso, e seguirá adotando todas as medidas destinadas a resguardar os seus interesses”, acrescentou a estatal.

- Eletrobras (SA:ELET3)

A Eletrobras informou que o conselho de administração da empresa aprovou a concessão de adiantamento para futuro aumento de capital (Afac) da subsidiária Eletronuclear, em operação que visa acelerar providências para a retomada das obras da usina nuclear de Angra 3.

A elétrica disse em comunicado ao mercado nesta sexta-feira que a operação com sua subsidiária de geração nuclear envolverá 1,052 bilhão de reais em 2020 e 2,447 bilhões de reais em 2021.

Os valores já estavam previstos nos investimentos estimados no Plano de Negócios 2020-2024 da companhia, acrescentou a estatal.

- Equatorial

A Equatorial Energia (SA:EQTL3) informou que foi aprovada em asssembleia geral ordinária nesta sexta-feira a distribuição pela companhia de um total de 323,26 milhões de reais em dividendos referentes ao exercício de 2019.

O valor, que corresponde a cerca de 0,32 centavos por ação, inclui 322,5 milhões em dividendos mínimos obrigatórios e 736,12 mil reais em dividendos adicionais, disse a elétrica em comunicado ao mercado.

- CSN (SA:CSNA3)

A agência de classificação de risco Standard & Poor’s retirou a Companhia Siderúrgica Nacional de lista de observação com implicações positivas e manteve o rating da siderúrgica e mineradora em “B-“, com perspectiva negativa.

A listagem de creditwatch da S&P tem como foco eventos identificáveis e tendências de curto prazo que possam levar a agência a colocar os ratings sob monitoramento especial. A empresa havia sido colocada na relação pela S&P em 22 de abril.

A agência afirmou que, embora a CSN tenha concluído refinanciamento de “parte substancial de sua dívida bancária”, com Banco do Brasil (SA:BBAS3) e Caixa Econômica Federal, e anunciado outro acordo de pré-pagamento de minério de ferro na véspera, “suas métricas de crédito permanecerão altamente alavancadas”.

“A perspectiva negativa reflete os riscos de novas ondas da pandemia e da consequente desaceleração econômica, o que poderia reduzir os fluxos de caixa da CSN e aumentar os riscos de refinanciamento além de 2020”, afirmou a S&P.

A CSN, que divulga resultado de segundo trimestre em 5 de agosto, encerrou março com uma relação de dívida líquida sobre Ebitda ajustado de 4,78x, acima das 4,07 vezes do final de 2019 e das 3,77 vezes apuradas no primeiro trimestre de 2019.

- JBS (SA:JBSS3)

O Tribunal Regional do Trabalho da 4ª região decidiu que todos funcionários de uma fábrica de produtos de carne suína da JBS em Três Passos (RS) fiquem em casa por pelo menos 14 dias por causa de surto de coronavírus entre os trabalhadores.

Procuradores do trabalho afirmam que o surto afetou 40% dos funcionários da fábrica.

O tribunal tomou a decisão na quinta-feira. A fábrica tem cerca de 1.000 trabalhadores, segundo os procuradores e é uma de seis unidades do setor no Brasil impedidas de exportar para a China por causa de preocupações com o coronavírus.

Em nota, a JBS disse que não comenta processos em andamento.

“A companhia reforça que não tem medido esforços para a garantia do abastecimento e da produção de alimentos dentro dos mais elevados padrões de qualidade e segurança além da máxima proteção dos seus colaboradores”, afirmou.

AGENDA DE AUTORIDADES

Jair Bolsonaro

O presidente da República, que ainda se recupera da Covid-19, inicia a agenda oficial desta segunda-feira na parte da tarde, com reunião com Paulo Guedes, Ministro da Economia (videoconferência). No final do dia, conversa com Jorge Antonio de Oliveira, Ministro-Chefe da Secretaria-Geral da Presidência (videoconferência).

- Paulo Guedes

Até às 8h55 desta segunda-feira, a agenda do ministro da Economia estava fora do ar no site oficial do Ministério.

(Com contribuição de Reuters)