Análise - Com aumento de capital, B2W pode ter impacto negativo no curto prazo
20 agosto 2019 - 11h34Por Eduardo Guimaraes
Por Eduardo Guimarães*A B2W anunciou aumento de capital com a emissão de 64,1 milhões novas ações ordinárias, ao preço de 39 reais por ação, totalizando 2,5 bilhões de reais.O acionista controlador da B2W (Lojas Americanas), que tem 61,5% de participação, deu garantia firme no aumento de capital, ou seja, irá aportar o total de recursos mesmo se os acionistas minoritários não aderirem à oferta.Segundo a empresa, o principal objetivo da operação é reduzir o nível de endividamento da companhia e acelerar o investimento na plataforma digital.Os atuais acionistas de B2W têm direito de preferência: o titular de 100 ações da B2W terá o direito de subscrever 14 ações da companhia (14%), no período de 23 de agosto até 21 de setembro.A diluição para os acionistas que não aderirem ao aumento de capital será de 12%.O preço do aumento de capital de 39 reais por ação ficou 7,7% abaixo do preço de fechamento das ações da B2W (BTOW3) desta segunda-feira (19 de agosto).
Portanto, esperamos impacto negativo no preço dos papéis no curto prazo, pois o valor deverá convergir para o do aumento de capital.No entanto, a notícia é positiva para a B2W no médio e longo prazo, pois a empresa irá reduzir o seu alto nível de endividamento e recuperar a sua capacidade de investimento.Acreditamos que esse ‘desconto’ no preço do aumento de capital tem o objetivo de incentivar a adesão dos acionistas minoritários ao aumento de capital proposto pela companhia.O principal risco da B2W era justamente seu elevado endividamento, com dívida líquida de 2,5 bilhões de reais em junho de 2019, sem considerar a rubrica contas a receber.A relação dívida líquida/Ebitda era de 5,7 vezes em junho de 2019. Devido ao alto nível de dívida, a B2W reportou um resultado financeiro negativo de 158 milhões de reais no segundo trimestre de 2019.Com o aumento de capital, a B2W terá melhor capacidade financeira para realizar os investimentos necessários em tecnologia (exemplo: AME Digital) e competir com os principais players do setor: Magazine Luiza (MGLU3) e Mercado Livre, que estão mais capitalizados.*Eduardo Guimarães é especialista em ações na Levante, empresa de recomendações, análises e carteiras de investimentos. Esta coluna é de inteira responsabilidade da Levante e não reflete, necessariamente, a opinião da SpaceMoney.