Por Gabriel Codas, da Investing.com - Na parte da manhã desta terça-feira, as ações do Carrefour (SA:CRFB3) Brasil lideram os ganhos do Ibovespa hoje, depois que a companhia reportou, ontem após o fechamento do mercado, que teve alta de quase 75% no lucro ajustado do segundo trimestre ante mesmo período de 2019, ajudado pela aceleração das vendas em meio à pandemia da Covid-19 e por crescentes esforços para controle de despesas.
A unidade local do grupo varejista francês Carrefour anunciou nesta segunda-feira que lucrou R$ 713 milhões de abril a junho, ante R$ 408 milhões em igual intervalo de 2019, segundo o balanço. O resultado também ficou acima do consenso de mercado, de acordo com dados da Refinitiv, que projetava lucro líquido de R$ 608,63 milhões no período.
Por volta das 10h57, os papéis disparavam 8,05% a R$ 23,08, com máxima em R$ 23,40. O Ibovespa recuava 0,36% a 104.100 pontons, com mínima em 103.591, em dia de pessimismo no mercado.
O desempenho operacional medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado avançou 27,5% ano a ano, para 1,42 bilhão de reais, após ganhos de eficiência mesmo em um cenário mais desafiador, com a margem Ebitda ajustada subiu para 9% ante 8,1% um ano antes.
As vendas brutas, excluindo gasolina, aumentaram 18,3% no trimestre para 17,3 bilhões de reais, sendo que 11,8 bilhões de reais vieram da unidade de atacarejo Atacadão e 5,5 bilhões de reais da bandeira Carrefour.
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Visão dos analistas
A XP Investimentos espera uma reação positiva do mercado ao anúncio, como de fato ocorre. Em meio à crise desencadeada pelo COVID-19 a companhia conseguiu entregar resultados sólidos com aumento da rentabilidade. Em especial, a operação de varejo foi o destaque positivo do trimestre.
Entretanto, a equipe ainda vê o múltiplo atual de 20,2x P/L para 2021 (versus 20,5x para GPA (SA:PCAR3)) como justo. Por esse motivo, mantém a recomendação de Neutro para as ações do Carrefour Brasil e preço-alvo de R$ 22,0 ao final de 2020.
O BTG Pactual (SA:BPAC11) também acredita que os números serão bem recebidos pelo mercado, oferecendo riscos positivos aos números de referência. A equipe vê uma perspectiva resiliente para os varejistas de alimentos em 2020, com maior visibilidade dos lucros versus segmentos mais discricionários e inflação crescente de alimentos no Brasil, além de avaliações mais atrativas (CRFB a 16x P / E 2021E vs. 35x mediana do setor de varejo), impulsionando o curto prazo.
Mais informações do balanço
No formato mesmas lojas, descontando o efeito calendário e as vendas de gasolina, o resultado consolidado cresceu 14,9% na comparação anual.
“E as vendas de julho estão seguindo a mesma tendência do segundo trimestre, então esperamos que o terceiro trimestre também mostre um crescimento forte”, afirmou a jornalistas o diretor vice-presidente de finanças do Carrefour Brasil, Sébastien Durchon.
Assim como o rival GPA, controlado pelo também francês Casino, o Carrefour Brasil têm investido pesado nos últimos anos no formato atacarejo.
Excluindo gasolina e efeito calendário, o Atacadão registrou alta de 8,6% em vendas mesmas lojas no trimestre, marcando maior avanço trimestral desde que a companhia abriu capital, em 2017. A margem bruta da divisão subiu 0,5 ponto percentual em relação ao mesmo período de 2019, para 15,7%.
Já na divisão Carrefour, o crescimento em mesmas lojas foi de 30,3%, enquanto a margem bruta passou de 25,6% para 26,8%.
Veja os fatores que influenciam os mercados nesta terça-feira (28)