
Pentágono confirma nova ofensiva; ONU denuncia execuções ilegais
Os Estados Unidos realizaram neste domingo (2) mais um ataque militar contra uma embarcação suspeita de envolvimento com o tráfico de drogas no Caribe, resultando na morte de três pessoas. A ofensiva, conduzida em águas internacionais, foi confirmada pelo secretário de Defesa norte-americano, Pete Hegseth.
Segundo o Pentágono, o barco era “conhecido da inteligência por atuar no contrabando de narcóticos” e abrigava “três narcoterroristas” no momento da ação. Imagens divulgadas por autoridades norte-americanas mostram explosões e fogo intenso a bordo — parte dos vídeos aparece borrada, dificultando a contagem exata de ocupantes.
Escalada de ações na região
O ataque faz parte de uma série de operações navais iniciadas em setembro, envolvendo navios e caças deslocados para o Caribe e Porto Rico. De acordo com dados oficiais, mais de 15 embarcações foram atingidas nas últimas semanas, com saldo de ao menos 65 mortos.
O governo norte-americano afirma que as ações têm como objetivo “interromper rotas de tráfico” e “neutralizar ameaças transnacionais”, mas ainda não apresentou provas públicas que confirmem o envolvimento direto dos alvos com redes criminosas.
ONU cobra explicações de Washington
A reação internacional foi imediata. O alto comissário da ONU para direitos humanos, Volker Turk, classificou as mortes como “execuções em circunstâncias sem justificativa legal” e pediu a suspensão imediata dos ataques.
Em comunicado, a Organização das Nações Unidas afirmou que as operações violam o direito internacional e configuram “uso excessivo e letal de força em território neutro”.
Tensão diplomática com Caracas
O governo da Venezuela também condenou o episódio. O presidente Nicolás Maduro acusou Washington de usar o combate ao tráfico como pretexto para pressionar Caracas e promover “uma agenda de mudança de regime”.
Fontes ligadas ao Itamaraty afirmam que o Brasil acompanha o caso “com atenção” e deve discutir o tema em fóruns multilaterais.
*Com informações de AFP