Circuit breaker

Circuit breaker no Ibovespa pode ser bom momento para entrada no mercado

9 MAR 2020 • POR Carolina Unzelte • 13h24
O Ibovespa, principal índice acionário da B3, atingiu o ponto de circuit breaker, ou seja, quando as operações são interrompidas como mecanismo contra a volatilidade. Quando há variação de 10%, as negociações ficam paradas por meia hora (circuit breaker) -- hoje, por volta das 10h30, a queda foi de 10,02%, aos 88.828,14 pontos, puxada pela guerra de preços no petróleo e pelos receios acerca da crise do coronavírus.  Mas calma! As notícias podem ser boas para quem quer investir a médio e longo prazo. “Há excelentes oportunidades de compras de ativo agora”, afirma Luciano França, gestor de fundos da Avantgarde Capital. Para o especialista, a tendência é que a queda seja pontual, seguindo o impacto do coronavírus, e não um cenário macroeconômico de recessão. “É um bom nível para entrar no mercado”.  [better-ads type="banner" banner="47406" campaign="none" count="2" columns="1" orderby="rand" order="ASC" align="center" show-caption="1"][/better-ads] Ivan Kraiser, gestor dos fundos da Garín Investimentos, concorda. “Dias de estresse são também de bastante de oportunidade”, diz "Itaú e Petrobras, por exemplo, são boas empresas que estão com ações baratas". No entanto, o especialista alerta que ainda é impossível saber se haverá mais quedas ou quando as ações vão recuperar o patamar perdido. Em janeiro, o Ibovespa operava na casa dos 120 mil pontos, mas, até o fechamento na última sexta-feira, teve perdas de mais de 15% no acumulado anual.  Para quem já tem posições, o remédio é paciência. “Obviamente um dia como hoje deixa os investidores sensíveis”, aponta França. “Mas a bolsa não é curto prazo e, se houver calma e possibilidade de aumentar a exposição para o longo prazo, recomendamos”.  Para Régis Chinchila, analista da Terra Investimentos, “é preciso esperar o cenário estabilizar, pois estamos vendo um movimento de correção muito fora do esperado, com o preço do petróleo”. O especialista explica que o movimento da Arábia Saudita estava fora do radar, mas que não há mudança estrutural prevista para o Brasil.  Petróleo O tombo do petróleo também pode impactar os preços da gasolina no país, a depender da reação do governo. “Há a política de acompanhar os valores internacionais, mas também há a preocupação com a arrecadação e contas públicas”, explica Régis. Segundo números de novembro passado do Ministério de Minas e Energia, os impostos representam mais de 15% do preço final da gasolina.  Outra grande afetada pelos preços da commodity foi a Petrobras, que chegou a cair quase 25% nesta segunda-feira. “Para quem tem Petro na carteira, pode haver uma diminuição, mas, no longo prazo, pode permanecer com a posição”, diz Régis. Apesar do impacto direto, a petroleira ainda está avaliando a extensão do choque nas contas da empresa.