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Evergrande: veja como proteger seus investimentos

Caso da gigante chinesa tem deixado o mercado em alerta. Confira dicas para proteger sua carteira

27 SET 2021 • POR Tatiane Calixto • 18h18
Evergrande - Reuters

O fantasma de uma crise generalizada assustou o mundo depois de notícias de um possível calote da Evergrande, gigante chinesa do setor imobiliário. Os últimos movimentos do governo da China conseguiram, até certo ponto, acalmar o mercado. Ainda assim, muitos têm se perguntado: como proteger os investimentos?

Segundo Dennis Esteves, Broker da Blue3, antes de tudo é preciso entender como uma possível crise de um dos principais players do setor imobiliário na China pode impactar o Brasil.

Um ponto central, conforme Esteves, é lembrar que o mercado chinês é o maior parceiro comercial do Brasil e responde por cerca de 30% de toda a exportação brasileira. 

Desse total, quase um terço é sustentado pelo minério de ferro, que é matéria-prima para a fabricação do aço e base de diversas indústrias. Entre elas, a própria construção civil.

"Uma crise no setor imobiliário chinês pode impactar a demanda por materiais básicos, afetando as exportações brasileiras e pesando sobre o balanço de pagamentos, o que poderia fortalecer o dólar, afetando ainda mais a inflação no Brasil", afirma Esteves.

Proteja seus investimentos agora

Proteja sua carteira

O broker da Blue3 afirma que é preciso estar muito atento à inflação. A principal dica para proteger a carteira de investimentos contra ela é procurar por ETFs indexados à inflação, fundos de inflação ou títulos privados e públicos atrelados ao IPCA.

Aqui, porém, vale o alerta: é preciso atenção, já que esses títulos podem oferecer perdas caso sejam resgatados antes da data de vencimento. Por isso, é fundamental criar uma estratégia alinhada aos objetivos de cada investidor.

Dependendo do perfil de quem vai investir, outra dica dada por Esteves são as ações. "Podem ser interessantes as empresas que de certa forma estejam  ligadas à inflação. Como as do setor varejista; Supermercados, por exemplo".

Por outro lado, em relação aos papéis das mineradoras, diretamente afetadas por uma crise imobiliária na China, é preciso estudar bem as estratégias de cada investidor. Nesse caso, levando em consideração não só os riscos do momento, mas também a robustez de cada empresa.

"Por isso, é importante falar com seu broker, analisar o cenário com um especialista para não tomar decisões precipitadas. As mesas de operações, principalmente na Blue3, têm alternativas para proteger o investidor contra essas oscilações", aconselha  Esteves.

Tome decisões com mais segurança!

Cautela

Apesar da situação da Evergrande, Esteves lembra que o setor imobiliário tem papel central na economia chinesa, chegando a representar 25% do crescimento econômico do país. Para ele, é difícil pensar que o governo deixará de agir para ajudar o principal player do setor mais estratégico do país. "Então, esse é o momento que exige cautela e olhar a médio e longo prazo", avalia.

Saiba o que fazer!

Entenda o caso Evergrande

A Evergrande é uma gigante chinesa que conta hoje com cerca de 200 mil funcionários e 1.300 projetos em quase 300 cidades. A empresa foi fundada em 1996 e o endividamento foi um pilar para seu crescimento.

A notícia de que a Evergrande não teria caixa para pagar títulos com vencimento no dia 23/9 sacudiu o mercado. No fim, a empresa refinanciou o que devia, mas ainda há vencimentos pela frente.

A situação, porém, se repete no setor como um todo, o que levou o governo chinês a impor limites regulatórios à alavancagem das incorporadoras: os chamados three red lines.

Um deles estabeleceu índices de endividamento que definem se as companhias poderão ou não tomar novos empréstimos. Caso ultrapassem o limite, elas ficam impedidas de fazer dívidas adicionais. Exatamente o que aconteceu com a Evergrande.

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