BTG Pactual não vê pressão de curto prazo em empresas de saúde
20 MAI 2020 • POR Investing.com • 17h41Investing.com - Em relatório publicado na quarta-feira (20), o banco de investimentos BTG Pactual disse não ver pressão de curto prazo na margem de custo de empresas de saúde por causa da Covid-19, ainda que os custos de internação pela doença sejam maiores, seguindo dados de uma pesquisa sobre saúde privada da ANS publicada na terça-feira.
A pesquisa aponta que o custo médio de internação por covid-19 é de R$ 8.972, e de R$ 45.558 para UTI. Em comparação, o custo médio de internação por outras doenças é de R$ 6.963, R$ 25.779 em caso de UTI; e, para internção para cirurgias, a média é de R$ 6.989, R$ 30.742 para UTI.
Assim, o banco elegeu ações de empresas do setor como ativos de proteção. As empresas de saúde preferidas pelo banco são Sul América (SA:SULA11)), Hapvida (SA:HAPV3) e NotreDame Intermédica (GNDI3 (SA:GNDI3)), cujas ações eram negociadas em alta de 2% a R$ 40,78, de 1,89% a R$ 51,31 e de 0,31% a R$ 55,49, respectivamente, às 15h03.
[better-ads type="banner" banner="47405" campaign="none" count="2" columns="1" orderby="rand" order="ASC" align="center" show-caption="1"][/better-ads]Desde o início do ano, até o fechamento de ontem, SUL4 teve desvalorização de 38,25%; HAPV3, de 19,83%; e GNDI3, de 19,18%. O índice Ibovespa, por sua vez, registra queda de 28,97% no mesmo período.
A pesquisa da ANS levantou dados sobre níveis de ocupação em hospitais privados, número de pacientes hospitalizados, níveis de inadimplência, fluxo de caixa e custo médio do tratamento de covid-19. A principal conclusão do BTG (SA:BPAC11) foi que não há nenhuma pressão de curto prazo na margem para operadores de saúde. Por ser resiliente, o banco defende a exposição ao setor de saúde agora, especialmente para investidores que buscam mais proteção nesse período de mercado volátil.
UBS cauteloso com empresas de diagnósticosO UBS, por outro lado, relatou uma perspectiva mais negativa em relação ao setor de saúde no Brasil - mais especificamente, o de empresas de diagnóstico - em seu relatório publicado na quarta-feira.
Segundo o relatório, o balanço do primeiro trimestre do Fleury (SA:FLRY3) já mostrou um impacto significativo do coronavírus nas primeiras duas semanas do surto, revertendo a tendência positiva apresentada nos trimestres anteriores. Para o segundo trimestre do ano, o banco prevê um impacto ainda mais severo da covid-19 nos resultados, pois as medidas de isolamento social se tornaram ainda mais severas, sobretudo em São Paulo. As ações da empresa eram negociadas em alta de 4,56% a R$ 20,87.
Outra empresa citada pelo UBS foi a Hermes Pardini (SA:PARD3), cujos resultados tiveram queda nas duas últimas semanas de março. A companhia tomou medidas para mitigar o impacto com redução de custos, negociação de contratos e um emissão de dívida de R$ 200 milhões. Segundo a empresa, a demanda está crescendo desde a segunda semana de abril e, agora, a estimativa é de ter alcançado 70% das receitas pré-covid. Os papéis subiam 2,52% a R$ 17,47.
Coronavírus no BrasilNa terça-feira, o ministro interino da Saúde confirmou o maior número de mortes em 24 horas até então. Assim, o país tem 271.628 casos confirmados e 17.971 mortes. O estado mais afetado é São Paulo (com 65.995 casos e 5.147 mortes), seguido de Rio de Janeiro, Ceará, Pernambuco, Amazonas, Pará e Maranhão.
O grupo Hapvida tem 8.474 casos confirmados em sua rede, e 567 mortes, o que significa uma taxa de fatalidade de 6,7%. O número de leitos de UTI e de enfermaria em uso por pacientes com suspeita ou confirmação de covid-19 atingiu ontem 623, o maior até hoje.
Na sexta-feira, o então ministro da Saúde Nelson Teich renunciou do cargo que ocupava há apenas quatro semanas. Ele sucedeu o ministro Luiz Henrique Mandetta, que foi demitido pelo presidente Bolsonaro por divergências sobre medidas de isolamento e o uso da cloroquina. Enquanto o governo escolhe um sucessor, o general Eduardo Pazuello atua como ministro interino.
Pico da pandemia
Um estudo recente feito pela UFRJ, a marinha brasileira e a Universidade de Bordeaux estima que o Brasil irá atingir o pico de coronavírus nesta semana e os casos devem começar a estabilizar no final de julho. O estudo considerou as taxas de isolamento, medidas de higiene e disponibilidade de testes atuais, o que indica que, se nenhuma mudança for feita, o país atingirá estabilidade daqui a seis semanas.