América Latina enfrenta maiores desafios em 2019, alerta Moody’s; Itaú vê guerra comercial reduzindo crescimento
13 MAI 2019 • POR Angelo Pavini • 14h40O seu dinheiro não pode ficar nem mais um minuto sem render! Abra uma conta na Órama e comece a investir!
Riscos na guerra comercial e no câmbio A Moody’s afirma que as relações comerciais e as taxas de câmbio representam riscos para o setor manufatureiro em 2019 e 2020. No Brasil, as condições de negócios para este setor permanecem neutras com tendências positivas até meados ou até o fim de 2020; os setores automotivo, siderúrgico e de bens de consumo são os que mais devem se beneficiar com a recuperação do consumo discricionário doméstico. O crescimento manufatureiro no México será moderado em 2019, em paralelo com a produção industrial dos EUA. Setor petroleiro melhor para o Brasil No setor de petróleo e gás, questões regulatórias e mandatos dificultarão o desenvolvimento de projetos na Argentina e no México, mas se abrandaram no Brasil. Os fundamentos do segmento são mais positivos no Brasil para 2019-20; no México, no entanto, os fundamentos da indústria de energia são negativos uma vez que a produção de petróleo e gás está em declínio desde 2004 devido a uma insuficiência de investimentos e pesada carga tributária. Enquanto isso, os setores de siderurgia no Brasil e de mineração no México devem desfrutar de condições de negócios estáveis em 2019-20. Itaú prevê economia mais fraca na região Em relatório sobre a América Latina, o Departamento Econômico do Banco Itaú informou que o crescimento global deve desacelerar com novo aumento das tarifas comerciais entre os EUA e China. Países da América Latina parecem estar sentindo os efeitos deste cenário, que se somam a fatores específicos de economias da região. O processo de estabilização do crescimento global, que já apontava para atividade econômica fraca nos últimos meses, está agora sob ameaça de uma nova piora devido à reescalada das tensões comerciais entre EUA e China, alerta o Itaú. Além disso, o forte crescimento dos Estados Unidos no primeiro trimestre parece apenas transitório, e os estímulos do governo na China devem ser mais contidos desta vez. Como consequência da fraqueza econômica global, esperamos um desempenho ruim dos preços das commodities e do comércio internacional – que coloca um risco de baixa para o crescimento nos mercados emergentes – e um crescimento modesto na Europa, que é altamente dependente do ciclo global de manufaturas. Combinados, esses fatores manterão, em última instância, a inflação nos mercados desenvolvidos em patamares baixos, e podem favorecer a discussão de ajustes no arcabouço de política monetária do banco central americano, o Federal Reserve (Fed). Desaceleração generalizada na América Latina A América Latina está enfrentando uma desaceleração generalizada, e fica evidente que o crescimento na região está sendo contido por fatores específicos de cada país, como as perturbações induzidas pelas eleições na Argentina, desafios fiscais no Brasil e na Colômbia, além das incertezas sobre a direção das políticas domésticas e do acordo comercial entre México e Estados Unidos (USMCA), vê o Itaú. No entanto, até mesmo o Chile e o Peru, que não apresentam grandes desequilíbrios ou riscos políticos significativos, estão enfrentando problemas, o que o banco entende como uma indicação de que o ambiente global também está por trás da fraqueza na região. Considerando a intensificação do conflito comercial entre EUA e China, o banco reduziu as projeções de crescimento para o Chile, Colômbia e Peru. A desaceleração também acontece no Brasil, onde o banco cortou novamente as projeções de crescimento do PIB para 1,0% em 2019 e 2,0% em 2020 (de 1,3% e 2,5%, respectivamente). Embora haja uma percepção generalizada de que a economia está em compasso de espera à medida que os tomadores de decisão aguardam pelas reformas, o Itaú acredita que há um fator mais importante por trás da fraqueza atual: a taxa de juros de equilíbrio parece ter se reduzido no passado recente, em decorrência de cortes nas despesas e da redução dos subsídios ao crédito. Brasil precisa corta juros para crescer Com base nisso, o Itaú entende que o nível atual de taxas de juros não é baixo o suficiente para acelerar a economia. Portanto, a reforma da previdência, mais do que simplesmente um estímulo ao crescimento induzido pela confiança, é um gatilho para o crescimento por meio do estímulo monetário – não há espaço para cortes nas taxas de juros antes que a reforma seja votada, mas haverá após a sua aprovação. Na Argentina, o governo apela para intervenções mais pesadas nos mercados. A autoridade monetária anunciou a possibilidade de mais vendas de dólares, e as taxas de juros continuaram subindo. O governo também recorreu ao congelamento de preços, fixando preços de administrados e de alguns itens de alimentação básica. No caso do México, o caminho está mais difícil para a ratificação do acordo de livre comércio com os Estados Unidos e com o Canadá (USMCA), em substituição ao Nafta. A sanção do acordo ainda está em risco, criando uma fonte importante de incertezas para a economia do país. Já no Chile, Tensões comerciais postergam recuperação, o que fez o Itaú revisar a projeção de crescimento deste ano para 3,0%. O banco espera agora um ciclo de alta de juros ainda mais gradual. No Peru, a expectativa do Itaú é de ajuste das contas públicas mais rápido. O Ministério das Finanças espera agora uma trajetória de consolidação fiscal mais acentuada, com a aceleração do crescimento econômico. Na Colômbia,Apesar de alguns sinais positivos, a recuperação continua lenta. Com isso, o Itaú também revisou para baixo a projeção de crescimento para este ano e para o próximo O post América Latina enfrenta maiores desafios em 2019, alerta Moody’s; Itaú vê guerra comercial reduzindo crescimento apareceu primeiro em Arena do Pavini.