SEMANA: Ibov estável com exterior agitado; Bolsonaro liberal e intervencionista
6 MAI 2019 • POR Investing.com • 09h25O seu dinheiro está no banco sem render absolutamente nada? Abra uma conta na Órama e comece a investir!
Reforma da Previdência O líder sindical e deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade-SP) ligou o alerta amarelo dos investidores. O sindicalista declarou, durante atos do 1º de Maio em São Paulo na quarta-feira, que os partidos do Centrão buscam desidratar a economia projetada em 10 anos de R$ 1,2 trilhão para a reforma da Previdência proposta pelo Palácio do Planalto. O objetivo é, segundo o deputado, não permitir que o presidente Jair Bolsonaro consiga a reeleição em 2022. Os líderes do Centrão negaram o sindicalista, assim como o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, afirmou à Broadcast que esta não é a posição do bloco parlamentar, prometendo trabalhar para conseguir aprovação de uma reforma que gere uma economia de R$ 1 trilhão em 10 anos, próxima à proposta original do Ministério da Economia. Na sexta-feira, o MDB soltou uma lista de medidas as quais concorda, discorda e nas quais há disposição de negociação. Apenas os pontos em que o partido concorda resulta em uma reforma com economia de R$ 500 bilhões, mas as partes a ser negociadas o número pode chegar a R$ 831 bilhões. O líder do PP, deputado Arthur Lira (AL), disse à Rádio Eldorado que o governo não tem os 308 votos necessários para aprovação e avalia que texto prevendo economia de R$ 600 bilhões é positivo. Esta semana, além disso, se iniciou a contagem das 10 sessões para que o relator possa entregar o parecer do texto, pois oficialmente teve sessão na terça-feira e, de acordo com regimento da Câmara, o que conta são as sessões do plenário, não da Comissão Especial. Indicadores no Brasil e no mundo O Tesouro Nacional anunciou que o déficit primário do governo central foi de R$ 21 bilhões em março. Já o IBGE informou que a taxa de desemprego subiu para 12,7% no trimestre encerrado, registrando 13,4 milhões. Sobre a taxa de desemprego, vale ressaltar que há sazonalidade no aumento de pessoas sem trabalho no início de todos anos. A taxa deste início de 2019 está menor que os 13,1% do primeiro trimestre de 2018. Mas não há um contraponto para a queda de 1,3% na produção industrial em março ante fevereiro. Em comparação ao mesmo mês do ano passado, a queda foi de 6,1%. Na China, terça-feira foi divulgado o índice de pesquisa com gerentes de compras na China (PMI, na sigla inglês), que apontou desaceleração inesperada no gigante asiático, com a queda para 50,1 de 50,5. A marca de 50 separa crescimento de contração. No mesmo, na Europa, os indicadores surpreenderam. O PIB da Itália, que estava em recessão no segundo semestre, subiu 0,2% no primeiro trimestre em relação ao período anterior e acima da expectativa de 0,1%. Na França, a atividade econômica no primeiro trimestre manteve expansão de 0,3%, seguindo os dois trimestres anteriores. Na zona do euro, a Eurostat, órgão de estatísticas da União Europeia, informou que a estimativa preliminar do PIB dos 19 países que adotam o euro como moeda cresceu 0,4% em relação ao último trimestre de 2018, acima do consenso de 0,3%. Na sexta-feira, a surpresa foi com a taxa de inflação. com a aceleração da inflação acima do esperado. A inflação nos 19 países que usam o euro acelerou a 1,7% em abril de 1,4% no mês anterior, superando a expectativa de 1,6%, mostraram dados da Eurostat. Um alívio para o Banco Central Europeu (BCE), que pelo menos deve manter a atual postura de não elevar os juros neste ano sem sofrer a pressão para cortes ante a falta de dinamismo. Fed Os diretores da autoridade monetária americana mantiveram o intervalo da taxa de juros entre 2,25-2,5%, sinalizando que não vai haver alteração para cima ou para baixo ao longo de 2019. A manutenção era aguardada, mas os investidores esperavam sinalização de que houvesse cortes nas próximas reuniões. Era essa a expectativa que indicava a ferramenta Monitor da Taxa de Juros do Investing.com, o qual apontava, na semana passada, a probabilidade de 24,1% de ao menos um corte na próxima reunião em 19 de junho. Na sexta-feira, a expectativa de uma redução até dezembro era menor que 40%. A decisão levou à correção na percepção de risco dos investidores e queda aos mercados acionários e às moedas em relação ao dólar no mundo todo. Payroll O relatório de emprego não agrícola indicou aumento de 263 mil postos de trabalho, ante uma expectativa de 181 mil. A taxa de desemprego, desta forma, fica em 3,6%, abaixo da expectativa de 3,8%. O fortalecimento do mercado de trabalho nos EUA está de acordo com a avaliação do Fed em relação ao sólido crescimento econômico da economia americana, o que influenciou na manutenção da taxa de juros no intervalo de 2,25-2,5%, sem sinalizar variação para cima ou para baixo ao longo de 2019. No entanto, os ganhos salariais em abril ficaram abaixo do consenso. Os salários subiram 0,2% ante expectativa de crescimento de 0,3%. O resultado indica que Fed não deve subir os juros em 2019, mas abre espaço para o mercado continuar questionando se os preços estão abaixo da meta informal de inflação de 2% do Fed. Desta forma, pode alimentar, novamente, expectativa de ao menos um corte na taxa de juros. Powell disse, na quarta-feira em entrevista coletiva após reunião do Fed, que a autoridade monetária observa como "temporária" os preços abaixo da meta. Petróleo O sentimento bearish predominou durante a semana. Houve a pressão, na segunda-feira, do presidente dos EUA Donald Trump para que a Arábia Saudita aumente a produção para compensar a retirada do petróleo do Irã após o fim das isenções à importação do petróleo dos aiatolás concedido a oito países, entre os quais a China. Na terça-feira, foi divulgado que a produção nos EUA aumentou houve a elevação acima do esperado dos estoques americanos de petróleo bruto. No mesmo dia, foi deflagrado novo capítulo da crise política na Venezuela, um fator altista na cotação internacional do petróleo.