Procuradores da tragédia de Mariana querem atuar no caso de Brumadinho

31 JAN 2019 • POR Agência Brasil • 21h07

Procuradores do Ministério Público Federal (MPF) que estão há mais de três anos lidando com o caso do rompimento da barragem da Samarco em Mariana (MG) se articulam para também atuarem nos desdobramentos da tragédia de Brumadinho (MG). Eles acreditam que a experiência acumulada será fundamental para auxiliar as investigações sobre o ocorrido da última sexta-feira (25) e para cobrar a reparação dos danos causados.

Um dia após o rompimento da barragem da Vale na Mina Córrego do Feijão, uma visita à região de Brumadinho foi feita pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Ao final, ela anunciou a criação de uma força-tarefa do MPF. Sua composição ainda não foi definida. Segundo comunicado divulgado pela Procuradoria Geral da República (PGR), os membros seriam indicados pelos procuradores naturais do caso.

A força-tarefa que atua nos desdobramentos da tragédia de Mariana é composta por nove integrantes, sob a coordenação de José Adércio Leite Sampaio. Além dos atuais titulares, mais nove procuradores passaram por ela. Para o procurador Helder Magno da Silva, um dos integrantes da força-tarefa do MPF que atua nos desdobramentos da tragédia de Mariana, ambos os casos guardam similaridades, entre elas o envolvimento da Vale no rompimento das duas barragens, pois a mineradora é uma das acionistas da Samarco.

"Uma coisa que precisa ser observada é que quem já vem atuando nas questões ligadas a Mariana acumulou uma experiência que não pode ser desprezada. Além disso, a Vale figura nos dois casos. Então não podemos correr o risco de ter interlocutores diferentes. Do contrário, questões que já foram superadas em um caso, podem voltar a tona", disse.

Uma possibilidade que ele levanta é a ampliação da força-tarefa que já existe para que ela dê conta de acompanhar paralelamente as duas tragédias. Segundo Magno, outras hipóteses também estão sendo consideradas.

Militares israelenses e equipes de resgate brasileiras durante buscas por vítimas em Brumadinho, onde uma barragem da mineradora Vale se rompeu - Washington Alves/Reuters/Direitos reservados