Opositores pedem que Brasil adote sanções contra governo de Maduro

17 JAN 2019 • POR Agência Brasil • 23h19

Líderes de oposição na Venezuela pediram hoje (17) que o governo brasileiro e de outros países da América Latina adotem sanções econômicas e criminais contra o governo de Nicolás Maduro, como forma de pressionar pela mudança de regime político no país vizinho. Eles também pediram que os países passem a reconhecer como líder do país o deputado Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional venezuelana. 

Após duas reuniões, que duraram quase 11 horas, no Palácio do Itamaraty, com a participação do chanceler Ernesto Araújo, de representantes dos países que compõem o Grupo de Lima, além de diplomatas dos Estados Unidos, o governo brasileiro divulgou uma nota em que reafirma a ilegitimidade do governo Maduro e classifica o "sistema" chefiado pelo presidente do país como um "mecanismo de crime organizado". Durante a tarde, o presidente Jair Bolsonaro recebeu, no Palácio do Planalto, o presidente do Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela em exílio, Miguel Ángel Martins, e o assessor de Assuntos Institucionais da Organização dos Estados Americanos (OEA), Gustavo Cinose. Ambos estavam acompanhados pelo ministro brasileiro das Relações Exteriores. Em um vídeo sobre o encontro, divulgado pelo Palácio do Planalto, Bolsonaro chama o governo Maduro de "desgoverno" e diz acreditar que solução para o país virá em breve. 



Guaidó na presidência

Em declaração a jornalistas após o encontro, o ex-prefeito de Caracas Antonio Ledezma, que integra a comitiva de oposicionistas venezuelanos, pediu que o Brasil e a comunidade internacional reconheçam como presidente legítimo do país o deputado Juan Guaidó, que é o atual presidente da Assembleia Nacional do país, controlada por opositores de Maduro.  

"Que se reconheça não apenas a Assembleia Nacional, não somente o Tribunal Supremo de Justiça em exílio, como instituições legítimas, mas que aceitem também que Juan Guaidó é o presidente constitucional da República da Venezuela, com base na Constituição, que em seu artigo 233 estabelece que opera de pleno direito assumir essa responsabilidade levando em conta que não há presidente eleito, porque a comunidade internacional, os governos democráticos que formam parte do Grupo de Lima, classificaram como fraude o processo eleitoral organizado pela narco-tirania em 20 de maio [de 2017]", afirmou. 

Opositor de Maduro, Juan Guaidó é o atual presidente da Assembleia Nacional da Venezuela - Juan Guaidó/Redes Sociais/Direitos Reservados