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Destaques: terceira onda de Covid-19 na Europa e turbulência econômica na Turquia

Aqui está o que você precisa saber sobre os mercados financeiros nesta segunda-feira, 22 de março

22 março 2021 - 09h35Por Investing.com
 - Crédito: Engin akyurt via Unsplash

Por Geoffrey Smith e Ana Carolina Siedschlag, da Investing.com - Casos crescentes de Covid-19 na Europa, Índia e América do Sul alimentam temores sobre um atraso na recuperação econômica global, apesar de a AstraZeneca ter publicado resultados otimistas para testes em duas regiões do planeta.

A lira turca e o mercado de ações do país despencaram depois que o presidente Erdogan demitiu o chefe do Banco Central por aumentar as taxas de juros de maneira muito acentuada. O desempenho deve arrastar outras moedas emergentes, como o real.

Aqui está o que você precisa saber sobre os mercados financeiros na segunda-feira, 22 de março.

1. Resultados da AstraZeneca geram otimismo nos EUA

A AstraZeneca (LON:AZN) (SA:A1ZN34) superou um grande obstáculo para a autorização de sua vacina nos EUA, à medida que o Reino Unido e a UE se aproximavam de restringir as exportações de vacinas entre si.

A empresa disse que sua vacina foi 79% eficaz em parar o Covid-19 sintomático e 100% eficaz na prevenção de morte e hospitalização, em um estudo que cobriu mais de 32.000 voluntários nos EUA. Os resultados também não mostraram problemas com distúrbios de coagulação do sangue, preocupações que levaram muitos países da UE a suspenderem a distribuição da vacina no início deste mês.

2. Casos pelo mundo

A notícia chega em um dia em que a maior economia da Europa, a Alemanha, deve se juntar à França para endurecer e estender as restrições de bloqueio até meados de abril em resposta a um aumento de novas infecções nas últimas duas semanas.

Fora da Europa, a Índia relatou a maior contagem de mortes diárias em mais de dois meses, enquanto as novas infecções atingiram um recorde histórico aqui no Brasil e no Chile. Também houve sinais negativos na reabertura de comércios dos EUA, com brigas entre multidões de turistas nas férias de primavera que levaram Miami Beach a declarar estado de emergência.

3. Turquia em turbulência

Os mercados financeiros turcos entraram em colapso após o presidente Recep Tayyip Erdogan demitir o chefe do banco central, Naci Agbul, no fim de semana, apenas dois dias depois de aumentar as taxas de juros mais do que o esperado.

A intervenção de Erdogan reacendeu os temores de um retorno à política econômica anterior, que tolerava uma forte desvalorização da moeda e uma inflação crescente. Erdogan indicou Naci Agbal no ano passado, no que parecia um retorno decisivo a políticas econômicas mais ortodoxas.

O dólar subiu mais de 10% em relação à lira no início do pregão, mas voltou a subir "apenas" 9,8% às 9h01, horário de Brasília, depois que funcionários do governo minimizaram as sugestões de que o país imporá controles de capital para apoiar a moeda.

Já o real brasileiro subia 0,35% em relação ao dólar americano, com o dólar cotado a R$ 5,5111.

4. Futuros de NY devem abrir mistos

As más notícias no front da Covid-19 deram uma pernada extra para a recuperação das ações de tecnologia e um revés para as cíclicas, com os mercados ao redor do mundo repreciando suas apostas de reabertura. Os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA de 10 anos, entretanto, caíram para 1,688% às 9h40.

Os futuros do Dow Jones apresentavam desempenho inferior nas negociações pré-mercado, caindo 0,15%, enquanto os futuros do S&P 500 subiam 0,11%. Os futuros do Nasdaq 100 avançavam 0,66%.

Outras ações que provavelmente estarão em foco mais tarde incluem as da GameStop (NYSE: GME), que deve relatar lucros para os três meses até janeiro - a primeira atualização desde o épico short squeeze no início do ano. Os analistas esperam um lucro de US$ 88 milhões, ou US$ 1,35 por ação, com receita de US$ 2,2 bilhões.

Já o índice EWZ, que replica o Ibovespa em Nova York, caía 1,46%.

5. Saudi Aramco

A Saudi Aramco (SE:2222), a maior empresa de petróleo do mundo, disse que manteria seu pagamento de dividendos em US$ 75 bilhões em 2020, apesar de uma queda acentuada nos lucros devido à pandemia.

A decisão diz menos sobre as perspectivas para a indústria global do petróleo do que sobre o orçamento saudita, que depende dos dividendos da Aramco para a maior parte de seus recursos. O fluxo de caixa livre caiu para US$ 49 bilhões, o que significa que a empresa terá de tomar empréstimos para cobrir o déficit.

Os preços do petróleo estavam agitados na segunda-feira, conforme as dúvidas sobre a temporada de turismo de verão no Hemisfério Norte se intensificaram. Os futuros do petróleo WTI recuavam 0,39% a US$ 61,20 o barril, enquanto os futuros do Brent recuavam 0,48%, a US$  64,22 o barril.