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Sem confirmação da PF, narrativa contra o Banco Master perde força

Procurada pela imprensa, a PF não ratificou o conteúdo divulgado, nem ofereceu detalhes sobre supostas investigações com foco na instituição. A resposta — ou a ausência dela — diz muito: não há inquérito público, não há acusação formal, e tampouco qualquer medida cautelar ou judicial contra o banco.

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Sem confirmação da PF, narrativa contra o Banco Master perde força

A Polícia Federal não confirma a existência de qualquer inquérito formal contra o Banco Master.

Procurada pela imprensa, a PF não ratificou o conteúdo divulgado, nem ofereceu detalhes sobre supostas investigações com foco na instituição. A resposta — ou a ausência dela — diz muito: não há inquérito público, não há acusação formal, e tampouco qualquer medida cautelar ou judicial contra o banco.

A narrativa de que o Banco Central teria enviado documentos ao Ministério Público Federal que “motivaram” uma investigação, além de tecnicamente frágil, é perigosamente distorcida. Qualquer transação bancária de grande porte, especialmente envolvendo participação societária entre bancos relevantes, exige uma série de pareceres e diligências. O envio de informações ao MPF é praxe — não condenação.

A operação entre o Banco de Brasília (BRB) e o Banco Master, amplamente acompanhada por órgãos como Cade, TCU e o próprio Banco Central, já passou por fases relevantes de aprovação. A mais recente foi a chancela da Câmara Legislativa do DF, que autorizou o BRB a adquirir 49% do capital votante do Master, com 15 votos a favor no primeiro turno e 14 no segundo.

Enquanto isso, o processo segue tramitando com normalidade. A possível autorização final do Banco Central deve ser anunciada nos próximos dias, e nenhum órgão regulador ou judicial impediu os atos preparatórios, tampouco apontou irregularidades que justificassem qualquer paralisação da operação.

A suspeita, no entanto, recai sobre o timing e os autores das informações “vazadas”. Não é segredo para ninguém que o setor bancário está em guerra. A aproximação entre BRB e Banco Master — dois bancos sólidos, com presença crescente e perfil de expansão — incomoda players maiores, sobretudo num cenário em que o acesso ao crédito se tornou o novo campo de batalha dos bancos tradicionais, fintechs e regionais.

A tentativa de levantar suspeitas sobre o Master com base em documentos sem contexto, reportagens vazias de fontes oficiais e ilações políticas não é só imprudente — é estratégica. E, convenhamos, previsível.

A reputação do Banco Master permanece sólida. Com mais de mil colaboradores e nota elevada nas principais plataformas de avaliação pública (como o Google Meu Negócio), a instituição vem ganhando mercado oferecendo crédito acessível, atendimento direto e inovação digital. Ao lado do BRB, forma uma das poucas iniciativas no setor capazes de rivalizar com os grandes bancos nacionais — o que, por si só, já explicaria o desconforto.

Enquanto alguns tentam transformar relatórios técnicos em escândalos políticos, o mercado financeiro atento sabe distinguir espuma de substância. Até aqui, o que existe é uma operação legal, com trâmites públicos e acompanhada por todos os órgãos competentes — sem denúncia, sem réu, sem ação judicial.