
O fluxo estrangeiro na B3 segue negativo em julho. A retirada líquida atingiu R$ 5,3 bilhões até o dia 17, que marcou o pior desempenho mensal desde julho de 2021. Apesar disso, o dólar está mais fraco e o ambiente global favorece ativos de risco. Esse contraste revela a postura cautelosa dos investidores internacionais em relação ao Brasil.
Em resposta as tarifas americanas de 50% sobre produtos brasileiros, a aversão ao risco se intensificou. Desde então, registraram-se oito sessões consecutivas de saídas de capital estrangeiro, totalizando R$ 6,372 bilhões. A medida, vista como politicamente motivada, levanta preocupações sobre as relações comerciais e a estabilidade econômica do Brasil.
O Ibovespa refletiu esse movimento com sete quedas consecutivas entre os dias 7 e 15 de julho. Ainda assim, houve leve recuperação posteriormente. No entanto, o índice ainda apresenta perdas no mês, evidenciando a influência negativa da saída de capital estrangeiro sobre o mercado acionário brasileiro.
Apesar disso, o saldo anual de investimentos estrangeiros na B3 permanece positivo, com R$ 26,3 bilhões até julho. Por outro lado, a recente reversão do fluxo indica uma mudança na percepção de risco. A combinação de fatores internos, como incertezas fiscais e políticas, juntamente com o cenário externo desafiador, contribui para esse comportamento mais defensivo dos investidores internacionais.
Especialistas alertam que a continuidade desse movimento pode pressionar ainda mais o câmbio. Além disso, pode elevar o custo de financiamento para empresas brasileiras. A saída de capital estrangeiro reduz a liquidez do mercado e, como consequência, pode impactar negativamente a recuperação econômica do país, a menos que haja uma reversão desse cenário nos próximos meses.
Simplificando…
Em outras palavras, a saída de capital estrangeiro da Bolsa brasileira indica uma diminuição da confiança no mercado local. Em virtude disso, pode ocorrer maior volatilidade nos preços das ações e uma pressão de alta sobre o dólar, afetando o poder de compra e a inflação.
A imposição de tarifas pelos Estados Unidos e as incertezas políticas e fiscais internas aumentam o risco percebido pelos investidores. Por causa disso, o Brasil torna-se menos atrativo para investimentos estrangeiros. Esse cenário dificulta o acesso das empresas brasileiras a recursos e, por fim, impacta negativamente o crescimento econômico.
Apesar disso, o investidor local pode encontrar oportunidades em setores menos expostos ao comércio internacional ou em empresas com fundamentos sólidos. Acima de tudo, é essencial manter uma carteira diversificada e estar atento às mudanças no cenário econômico e político a fim de tomar decisões de investimento mais informadas.