Placa verde com a inscrição “Emerging Markets” apontando para cima, simbolizando crescimento e oportunidades de investimento em mercados emergentes
Placa simbólica de “Emerging Markets” representa oportunidades de crescimento e estratégias em mercados emergentes

As ações de mercados emergentes registram em 2025 um desempenho significativamente superior ao do mercado acionário dos Estados Unidos, revertendo uma tendência de anos de resultados inferiores. O movimento ocorre em meio à desvalorização do dólar, à rotação global de portfólio e à busca por ativos com valuation mais atrativo fora do eixo americano.

O índice MSCI Emerging Markets acumula alta expressiva no ano e caminha para registrar sua maior vantagem relativa sobre o S&P 500 desde 2017. Fundos negociados em bolsa que acompanham o índice avançam bem acima do mercado americano, refletindo uma combinação de fatores macroeconômicos, setoriais e cambiais.

Após mais de uma década de forte concentração de capital em ações dos Estados Unidos, investidores globais passaram a ampliar a exposição internacional. A mudança ocorre em um momento em que o mercado americano negocia a múltiplos elevados, enquanto os mercados emergentes ainda apresentam preços considerados baixos em termos históricos.

O ambiente externo também contribuiu para o movimento. A política monetária mais flexível nos Estados Unidos pressionou o dólar, o que favoreceu ativos denominados em moedas emergentes. Além disso, a queda da moeda americana reduziu custos de financiamento para empresas desses países e ampliou o retorno cambial para investidores estrangeiros.

Outro fator relevante foi a diversificação setorial. Diferentemente de ciclos anteriores, o desempenho dos mercados emergentes em 2025 não foi concentrado em poucos países tradicionais. Economias como Coreia do Sul, Polônia e Chile se destacaram, impulsionadas por empresas ligadas à cadeia global de tecnologia, semicondutores e inteligência artificial, além de reformas estruturais em governança corporativa.

Na Coreia do Sul, por exemplo, companhias do setor de tecnologia tiveram ganhos expressivos, beneficiadas pela demanda global por chips e soluções ligadas à inteligência artificial. Ao mesmo tempo, avanços institucionais e medidas voltadas à melhoria da transparência corporativa ajudaram a sustentar o interesse dos investidores.

A China segue com peso relevante nos principais índices de mercados emergentes, mas sua influência no desempenho agregado foi mais equilibrada neste ciclo, dividindo espaço com outros países que apresentaram crescimento mais consistente e menor exposição a riscos políticos e regulatórios.

Apesar da forte valorização registrada em 2025, analistas avaliam que os mercados emergentes ainda não parecem caros. O índice MSCI Emerging Markets negocia a múltiplos significativamente inferiores aos do S&P 500, o que mantém o argumento de que há espaço para continuidade do movimento, especialmente se a rotação global de ativos persistir.

A diferença de composição entre índices também tem influenciado os resultados. Indicadores que incluem economias como a Coreia do Sul apresentaram desempenho superior em relação a benchmarks que excluem o país, refletindo a importância da alocação geográfica e setorial na performance dos fundos.

O comportamento do dólar segue como um dos principais vetores para os próximos meses. Um cenário de moeda americana mais fraca tende a sustentar o fluxo para mercados emergentes, enquanto uma reversão cambial poderia limitar parte dos ganhos. Ainda assim, a leitura predominante é de que a combinação de valuations mais baixos, diversificação regional e melhora estrutural em algumas economias cria um ambiente mais favorável do que em ciclos anteriores.

Com isso, o desempenho de 2025 pode representar não apenas um ajuste pontual, mas o início de um período mais prolongado de maior protagonismo dos mercados emergentes nos portfólios globais.