
O dólar voltou a ganhar força globalmente nesta segunda-feira (28). Isto ocorreu após os Estados Unidos firmarem acordos comerciais com Japão e União Europeia. Tais acordos reduziram tarifas e aliviaram tensões de uma possível guerra tarifária. Como resultado, a moeda americana se valorizou frente a diversas divisas. Ao mesmo tempo, o euro recuou para patamares abaixo de US$ 1,17.
O acordo entre EUA e União Europeia estabeleceu uma tarifa de 15% sobre produtos europeus. Este valor representa metade do percentual anteriormente ameaçado. Além disso, a União Europeia se comprometeu a investir US$ 600 bilhões nos Estados Unidos. Este compromisso está em linha com o pacto recente firmado com o Japão, que prevê US$ 550 bilhões em investimentos. Sem dúvida, essas medidas trouxeram maior clareza ao comércio internacional e, por isso, impulsionaram o dólar no mercado global.
Com a valorização do dólar, o euro caiu para US$ 1,1753, atingindo o menor nível em meses. Analistas apontam que, apesar do alívio inicial, o euro pode continuar sob pressão. Isto se deve às perspectivas de crescimento mais fracas na zona do euro. Juntamente com isso, as potenciais saídas de capital, em função dos investimentos europeus nos EUA, também exercem pressão.
Investidores agora aguardam as reuniões de política monetária do Federal Reserve e do Banco do Japão. Estas estão previstas para esta semana. É provável que ambos os bancos centrais mantenham as taxas de juros inalteradas. No entanto, os mercados estarão atentos a quaisquer sinais sobre futuras ações, especialmente em relação ao impacto dos acordos comerciais recentes.
Hora de repensar a tese do “dólar fraco”?
A recente valorização do dólar levou investidores a reavaliar a tese de um ciclo estrutural de dólar fraco. Fatores como o elevado déficit fiscal americano e a necessidade de financiamento via títulos continuam a pressionar o dólar no longo prazo. Ainda assim, os acordos comerciais recentes e a entrada de investimentos estrangeiros nos EUA podem sustentar a força da moeda americana no curto prazo.
Apesar das pressões de longo prazo, o dólar pode permanecer forte nos próximos meses. Isso ocorrerá especialmente se os Estados Unidos continuarem a atrair investimentos significativos. Da mesma forma, se a economia americana mantiver um desempenho robusto, o dólar seguirá valorizado. Em conclusão, essa dinâmica pode influenciar as estratégias de investidores globais e impactar os mercados emergentes, incluindo o Brasil.