
Nos últimos anos, em virtude da instabilidade política e econômica no Brasil, muitos investidores têm repensado a composição de suas carteiras. Como resultado da oscilação frequente do real e mudanças inesperadas em políticas fiscais, a proteção do poder de compra tornou-se prioridade, impulsionando a procura por ativos que não dependam exclusivamente do mercado local.
Além disso, o aumento da oferta de plataformas que facilitam o acesso ao exterior — desde corretoras on-line até BDRs e ETFs — tem estimulado brasileiros a buscar diversificação global. Em outras palavras, é cada vez mais comum ver investidores alocando parte de seu capital em ETFs internacionais, visando capturar oportunidades de crescimento em economias maduras e emergentes ao redor do mundo.
Nesse sentido, surge o VWO, fundo de índice negociado em bolsa que oferece exposição ampla a mercados emergentes do mundo. A fim de começar a investir no exterior e largar de vez ativos nacionais, é fundamental entender o que é o VWO, como ele funciona, suas características e composição.
O que é o VWO?
Lançado em 2005, o VWO se consolidou como um dos principais ETFs de mercados emergentes do mundo. Com o propósito de oferecer aos investidores uma maneira simples e acessível de investir em ações de países em desenvolvimento, ele serve como porta de entrada para quem deseja diversificar além dos mercados dos EUA, Europa e Japão.
A gestão é passiva, ou seja, o fundo não tenta superar o mercado; em vez disso, apenas replica o índice de referência seguindo a metodologia estabelecida. Para isso, o VWO investe de forma abrangente nas ações que compõem o índice FTSE Emerging Markets, englobando empresas de grande, médio e pequeno portes em mais de 20 países emergentes.
Dessa forma, ele proporciona ao investidor exposição a mercados que vão desde gigantes asiáticos até economias em crescimento na América Latina, Europa Oriental, África e Oriente Médio.
Assim, ele proporciona ao investidor exposição a mercados que vão desde gigantes asiáticos até economias em crescimento na América Latina, Europa Oriental, África e Oriente Médio.
Como funciona o VWO?
O VWO usa uma estratégia de amostragem para replicar o índice FTSE Emerging Markets. Em vez de comprar todas as 5 mil ações do índice, o fundo investe em uma amostra representativa que mantém os mesmos pesos e setores. Isso reduz custos e mantém um tracking error muito baixo, garantindo retornos praticamente idênticos ao índice.
Além disso, o VWO ajusta sua carteira trimestralmente, seguindo as mudanças do índice. Isso inclui adicionar ou remover ações e países, além de ajustes extraordinários quando necessário. O giro da carteira é baixo, cerca de 7-8% ao ano, que reflete a estabilidade do índice.
Os ativos do VWO são mantidos por um custodiante independente, protegendo os investidores. O mecanismo de creation/redemption permite que o preço do ETF se mantenha alinhado ao valor dos ativos, evitando distorções significativas.
Por fim, o VWO é altamente líquido, com volume diário de 8-10 milhões de cotas na NYSE. Investidores podem acompanhar o fundo através do site da Vanguard e diversos portais financeiros, que fornecem dados em tempo real, relatórios mensais e outras informações importantes para análise e declaração de imposto de renda.
Composição e principais características
O VWO possui uma das carteiras mais diversificadas do mercado, com aproximadamente 5.000 empresas de diferentes portes em seu portfólio. Ao incluir ações de grande, médio e pequeno portes em todos os países elegíveis, o fundo oferece uma exposição abrangente aos mercados emergentes, sem concentração excessiva em empresas individuais.
Em termos geográficos, o VWO tem forte presença na Ásia, com China (30%), Índia (15-20%) e Taiwan (14%) representando a maior parte do fundo. Outros mercados importantes incluem Brasil (5%), Arábia Saudita, África do Sul e México, refletindo o tamanho relativo das diferentes economias emergentes.
Na distribuição setorial, Tecnologia da Informação e Serviços Financeiros lideram com 20-25% cada, seguidos por Consumo Discricionário (13%) e Indústria (9%). Outros setores como Materiais Básicos, Energia, Consumo Não-cíclico, Telecomunicações e Saúde completam a carteira, oferecendo exposição tanto a setores de alto crescimento quanto tradicionais.
O VWO se destaca por seu baixo custo, com taxa de administração de apenas 0,07% ao ano. O fundo distribui dividendos trimestralmente e, apesar da concentração geográfica na Ásia, mantém uma estrutura diversificada com as 10 maiores posições somando apenas 20% do patrimônio. Empresas como TSMC (7%), Tencent (4,5%) e Alibaba (3%) lideram as participações individuais, mas sem dominação excessiva de nenhum ativo.
Vantagens
Como qualquer investimento, o VWO apresenta vantagens e desvantagens que devem ser consideradas. Dentre as vantagens estão:
- Diversificação internacional ampla: uma única cota dá acesso a milhares de empresas em mais de 20 países emergentes, diluindo riscos específicos através de um portfólio diversificado.
- Potencial de crescimento elevado: economias emergentes crescem mais rápido que mercados desenvolvidos, oferecendo maior potencial de valorização no longo prazo.
- Baixíssima taxa de administração: com taxa de apenas 0,07% ao ano, o VWO permite que praticamente todo o rendimento chegue ao investidor.
- Alta liquidez e facilidade de negociação: como um dos maiores ETFs do mundo, o VWO oferece compra e venda rápida sem impactar significativamente o preço.
- Acesso simplificado a mercados distantes: o VWO permite investir em mercados emergentes de difícil acesso através de uma única conta em dólar.
Desvantagens
Apesar dessas vantagens, é importante equilibrá-las com algumas desvantagens e riscos envolvidos no investimento no VWO. Afinal, mercados emergentes podem apresentar desafios que precisam estar no radar de qualquer investidor. Dentre elas estão:
- Alta volatilidade e risco de mercado: por acompanhar economias emergentes instáveis, o VWO está sujeito a oscilações intensas e quedas abruptas em cenários de crise.
- Concentração regional (Ásia): com grande exposição à China, Índia e Taiwan, o desempenho do fundo depende fortemente do cenário econômico e geopolítico asiático.
- Risco cambial para o investidor brasileiro: a exposição a múltiplas moedas (locais, dólar e real) adiciona camadas de volatilidade e complexidade ao investimento.
- Distribuição de dividendos tributada na fonte: investidores brasileiros enfrentam retenção de 30% nos EUA e precisam gerenciar manualmente o reinvestimento dos dividendos.
- Desempenho histórico instável: o fundo pode apresentar longos períodos de baixa performance quando comparado a mercados desenvolvidos, testando a paciência do investidor.
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Tributação e aspectos fiscais
Investir no VWO envolve importantes considerações tributárias, já que o ETF é domiciliado nos Estados Unidos. Os principais aspectos incluem o Estate Tax (imposto sobre herança que pode chegar a 40% para valores acima de US$ 60 mil), a retenção na fonte de 30% sobre dividendos nos EUA, e a nova alíquota fixa de 15% estabelecida no Brasil a partir de 2024 para dividendos e ganhos de capital em investimentos no exterior.
A declaração do VWO no Imposto de Renda requer atenção especial. O investidor deve declarar anualmente na ficha de Bens e Direitos (grupo “07 – Fundos”, código 99), informando o saldo em 31/12 em reais, além de registrar dividendos recebidos e eventuais ganhos ou perdas com vendas. É fundamental manter uma boa organização da documentação, incluindo informes de rendimentos das corretoras internacionais e comprovantes de impostos pagos no exterior, para garantir conformidade fiscal.
Colocando tudo na balança, vale a pena investir no VWO?
O VWO é mais apropriado para investidores de perfil moderado a arrojado. Investidores com foco no longo prazo e que buscam diversificação geográfica além dos mercados desenvolvidos. O ETF exige tolerância a oscilações e é especialmente interessante para perfis jovens ou investidores que já possuem uma base sólida em mercados consolidados.
Os principais objetivos que o VWO atende são a diversificação internacional e o crescimento de capital de longo prazo. O ETF serve como um componente para “apimentar” a carteira, oferecendo exposição a mercados emergentes que não se movem em sincronia com mercados desenvolvidos. É particularmente adequado para planejamento de aposentadoria e projetos de longo prazo.
Para investidores conservadores ou com objetivos de curto prazo, o VWO pode não ser a melhor opção, devido à alta variação no valor das cotas. Porém, para aqueles que desejam investir no VWO e não se enquadram nesses perfis, o Super ETF foi criado para ensinar a operar ETFs e opções através da estratégia de Covered Call. Tudo isso para gerar renda mensal em dólar. O programa oferece conhecimento e ferramentas para operar esses ativos de forma inteligente e rentável.