O mercado global de ETFs atingiu um novo recorde em 2024, com US$ 1,88 trilhão em fluxos líquidos — o maior valor já registrado em um ano, superando em 45% o total de 2021, segundo dados da ETFGI, empresa líder de pesquisa sobre tendências da indústria global de ETFs.
Esse aumento histórico reflete não apenas a busca por diversificação, mas também o fortalecimento de estratégias de renda, especialmente por meio de ETFs de dividendos, que captaram parcelas significativas desses recursos ao oferecerem pagamentos periódicos sem abandonar a liquidez dos fundos negociados em bolsa.
Nesse cenário de expansão, o VIG — Vanguard Dividend Appreciation ETF — destaca-se por agrupar empresas norte-americanas que aumentam dividendos há pelo menos dez anos consecutivos.
O que é o VIG?
Em resumo, o VIG é um ETF de dividendos lançado em 27 de abril de 2006 pela Vanguard. Seu o objetivo é replicar o S&P U.S. Dividend Growers Index*,* índice que reúne empresas de grande porte que registraram aumento anual de dividendos por pelo menos dez anos consecutivos.
Trata-se de um ETF passivo, que utiliza full replication para seguir fielmente o índice, mantendo todas (ou praticamente todas) as ações ponderadas pelo valor de mercado. O VIG distribui dividendos trimestrais, transformando o fluxo de proventos em fonte de renda constante para o cotista.
Sua taxa de administração é de apenas 0,06% ao ano, posicionando-o entre os ETFs de dividendos mais baratos do mercado. Até maio de 2025, o VIG gerenciava cerca de US$ 90 bilhões em ativos, com liquidez diária superior a 5 milhões de cotas negociadas e uma taxa de apenas 0,06% ao ano. Atualmente, o VIG é referência para quem busca aliar qualidade e previsibilidade em suas carteira.
Como funciona o VIG?
O VIG faz replicação integral do S&P U.S. Dividend Growers Index, comprando todas as ações que compõem o benchmark na mesma proporção de mercado.
A cada ano, ocorre rebalanceamento, ajustando pesos de ações conforme mudanças no índice — inclusão de novas companhias que alcançaram 10 anos de aumento e exclusão das que não mantiverem essa política.
Quando as empresas pagam dividendos, o VIG acumula esses valores e os distribui a cada trimestre na “data-ex“, permitindo que o cotista receba proventos em dinheiro.
Authorized Participants mantêm o preço de mercado alinhado ao NAV, criando ou resgatando cotas em grandes blocos para corrigir eventuais prêmios/descontos durante o pregão.
Para acompanhar o VIG, investidores podem consultar o site da Vanguard, plataformas como Morningstar e o home broker de sua corretora, que exibem NAV, desempenho, dividend yield e composição da carteira.
Composição e principais características
O VIG reúne aproximadamente 340 empresas americanas, teum um patrimônio de US$ 89,3 bilhões e investe quase 99,77% em ações, mantendo apenas 0,23% em caixa para liquidez operacional.
A composição setorial do VIG concentra-se principalmente em Tecnologia da Informação (25,64%) e Serviços Financeiros (22,83%), complementada por Saúde (15,42%), Consumo Defensivo (10,98%) e Industriais (10,32%).
Dentre as 10 maiores posições estão a Broadcom (4,20%), Microsoft (4,12%), Apple (3,77%), Eli Lilly (3,72%) e JPMorgan Chase (3,62%).
O ETF não oferece hedge cambial, ficando 100% exposto ao dólar, o que adiciona volatilidade para investidores que convertem cotas em reais. Com volume diário médio superior a 5 milhões de cotas, o VIG possui alta liquidez e baixo custo operacional, comparável ao SCHD e muito mais acessível que alternativas como o SDY (0,35% por exemplo). Bom parra estratégias de longo-prazo.
Vantagens
O VIG apresenta um equilíbrio entre vantagens competitivas e limitações importantes a serem consideradas. Dentre os pontos fortes do ativo, estão:
- Histórico comprovado: dez anos de aumentos consecutivos de dividendos;
- Baixíssima taxa: TER de apenas 0,06% a.a.;
- Baixo tracking error: fiel ao índice;
- Renda trimestral: fluxo de caixa em dólar;
- Alta liquidez: negociado em volume elevado.
Desvantagens
Entretanto, o VIG não é perfeito e possui limitações. As principais são:
- Sem hedge cambial: exposição direta ao dólar;
- Crescimento limitado: foco em empresas maduras;
- Distribuição trimestral: intervalos maiores que ETFs mensais;
- Concentração setorial: tecnologia e consumo dominam;
- Exclusivamente EUA: sem diversificação geográfica.
Tributação e aspectos fiscais
Os dividendos do VIG estão sujeitos a retenção de 30% na fonte nos EUA para investidores não-residentes, conforme acordos tributários internacionais. Esta retenção é automática e aplicada antes que os valores cheguem ao investidor brasileiro. No Brasil, esses rendimentos devem ser declarados como “Rendimentos Recebidos do Exterior” no IR, com alíquota fixa de 15%, sem isenções.
A valorização das cotas do ETF, quando vendidas, é tributada em 15% para operações normais e 20% para day trade. Diferentemente das ações brasileiras, não há faixa de isenção para ganhos mensais inferiores a determinado valor, sendo todo ganho de capital tributável.
Uma vantagem em relação aos fundos nacionais é a ausência do mecanismo de come-cotas para ETFs internacionais. A tributação ocorre apenas em dois momentos: na fonte (dividendos), juntamente na venda das cotas (ganho de capital realizado).
Além disso, para conformidade fiscal, é essencial manter organizados todos os informes de rendimento da corretora internacional e as notas de corretagem das operações com o VIG, documentação necessária para a correta declaração anual de imposto de renda à Receita Federal do Brasil.
Vale a pena investir no VIG?
O VIG é recomendado principalmente para investidores de perfil moderado, oferecendo renda consistentemente crescente, baixo custo operacional e menor volatilidade em comparação com índices amplos, sendo ideal para quem busca rendimento em dólar no portfólio internacional.
Por outro lado, investidores que buscam estratégias de alto crescimento ou maior diversificação geográfica encontrarão opções mais adequadas em ETFs de mercados emergentes, pequenas empresas ou fundos acumulativos que reinvestem dividendos automaticamente para potencializar retornos compostos no longo prazo.
Por fim, para os investidores de perfil conservador que desejam otimizar seus aportes no VIG, o curso Super ETF apresenta-se como uma alternativa educacional valiosa. O programa ensina estratégias específicas para investimentos em ETFs e a utilização de Covered Calls (venda coberta de opções) para potencializar retornos. Esta abordagem destaca-se por sua versatilidade, atendendo diversos perfis de investidores através de uma metodologia simplificada que possibilita a geração de renda extra mensal em dólar, complementando os dividendos trimestrais do VIG e criando um fluxo financeiro mais consistente.
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