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O embate entre ETFs x Fundos Indexados

Fluxos recordes ao passivo mantêm o tema no centro das carteiras; disputa gira em torno de custo total, transparência e simplicidade

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ETFs e fundos indexados representam diferentes abordagens para o investimento passivo, cada um com vantagens únicas para estratégias específicas | Crédito: SpaceMoney

O investimento passivo segue ganhando tração. Em 2024, os fundos passivos domiciliados na Europa registraram €307,5 bilhões em entradas líquidas, um recorde. Além disso, voltaram a superar os ativos, segundo a Morningstar. Esse movimento mantém no foco a escolha entre ETFs e fundos indexados. Ambos replicam índices, porém utilizam mecanismos distintos de compra, precificação e custos.

No dia a dia, a diferença mais visível está na forma de negociação. ETFs são negociados em bolsa durante o pregão, com preço variando em tempo real. Em contrapartida, fundos indexados (mútuos) têm uma única cota ao fim do dia (NAV). Isso favorece quem aporta de forma programada e dispensa timing.

Há também distinções de custos. Em mercados como os Estados Unidos, a mecânica de criação/redenção “in kind” torna os ETFs mais eficientes em impostos. Como resultado, mitiga distribuições de ganhos de capital, um ponto relevante no custo total de propriedade. Ainda assim, o investidor precisa considerar spreads e corretagens na hora de comparar.

Na prática, a qualidade da réplica pesa. Duas métricas ajudam a avaliar isso: tracking difference (diferença de retorno entre o produto e o índice) e tracking error (volatilidade dessa diferença). Elas explicam por que produtos “iguais” podem entregar retornos diferentes ao longo do tempo.

Fabio Murad, criador do método Super ETF, explica com clareza: “ETF é bisturi; fundo indexado é escudo. O primeiro dá precisão e agilidade para ajustes táticos; o segundo oferece simplicidade e disciplina para o núcleo da carteira“.

Quando cada um vence?

Se o investidor faz aportes mensais e quer menos atrito — sem spreads e sem tentação de trading —, o fundo indexado costuma vencer no uso real“, afirma Murad. Por outro lado, “Para rebalancear rápido, executar stops ou casar a exposição com janelas de mercado, o ETF leva vantagem“.

Custo total é o que decide: taxa + spread + impostos + diferença de réplica“, reforça. Em outras palavras, “Eu comparo tracking difference, olho a liquidez do ETF e, do outro lado, verifico taxas e praticidade do indexado. Não há vencedor universal — há o mais adequado para cada objetivo“.

Para o investidor pessoa física, a mensagem é pragmática: usar fundos indexados como alicerce (aportes recorrentes, metas de longo prazo) e ETFs como ferramenta para ajustes, exposição tática ou para acessar índices específicos e praças globais. Acima de tudo, compare taxas, spreads e a fidelidade ao índice antes de decidir.

Escolher o veículo é estratégia, não torcida“, conclui Murad.

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